Apesar da falta de recursos, Cuba está a controlar a disseminação do novo coronavírus com relativo sucesso. No entanto, pouco se fala do exemplo cubano.
Alguns países parecem estar a enfrentar a pandemia de covid-19 melhor do que outros. Enquanto Portugal, Coreia do Sul e Grécia são vistos como alguns bons exemplos, países como Holanda, Chile e Equador são apontados como nações a não seguir. Um país que também se mudou rapidamente para lidar com a ameaça emergente foi Cuba.
Cuba tem várias vantagens, incluindo assistência médica universal gratuita, a maior proporção de médicos por habitante do mundo e indicadores positivos de saúde, como alta esperança média de vida e baixa mortalidade infantil.
Muitos dos seus médicos voluntariaram-se em todo o mundo, construindo e apoiando os sistemas de saúde de outros países enquanto ganham experiência em emergências. Uma população altamente qualificada e um setor de investigação médica avançada, incluindo três laboratórios equipados e com equipas para realizar testes de vírus, são outros pontos fortes.
Além disso, com uma economia centralizada e controlada pelo Estado, o Governo de Cuba pode mobilizar recursos rapidamente. A sua estrutura nacional de planeamento de emergência está conectada com organizações locais em todos os cantos do país. O sistema de preparação para desastres, com evacuações obrigatórias para pessoas vulneráveis, como deficientes e mulheres grávidas, já havia anteriormente resultado numa perda de vidas notavelmente baixa em furacões.
No entanto, a covid-19 apresenta diferenças. A falta de recursos de Cuba, que dificulta a recuperação de desastres, também contribui para a falta de casas, que dificulta o distanciamento social. E a fraca infraestrutura da ilha cria desafios logísticos.
Além disso, a pandemia ocorre num momento particularmente difícil, já que as sanções mais severas dos EUA cortaram acentuadamente os lucros com turismo e outros serviços, impediram o investimento estrangeiro, prejudicaram o comércio (incluindo importações de equipamentos médicos) e obstruíram o acesso a financiamento internacional – incluindo fundos de emergência.
Dados estes pontos fortes e fracos, Cuba serve de caso de estudo interessante para responder à atual pandemia.
A reação de Cuba à ameaça do coronavírus foi rápida. Um plano de “prevenção e controlo”, preparado em janeiro de 2020, incluiu o treino de equipas médicas, a preparação de instalações médicas e de quarentena e a informação do público sobre sintomas e precauções.
Assim, quando os três primeiros casos foram confirmados a 11 de março, foram tomadas providências para rastrear e isolar contactos, mobilizar estudantes de medicina para visitas de porta em porta por todo o país para identificar pessoas vulneráveis e verificar sintomas e implementar um programa de testes.
No dia 20 de março, com 21 casos confirmados, o Governo anunciou uma proibição de chegada de turistas, quarentena de pessoas vulneráveis, provisões para teletrabalho, transferência de trabalhadores para tarefas prioritárias, proteção de emprego e assistência social.
Quando surgiram problemas, o Governo cubano ajustou a sua resposta. Por exemplo, quando máscaras faciais e distanciamento social mostraram-se insuficientes para manter os transportes públicos seguros, os serviços foram suspensos e veículos e motoristas estatais e privados foram contratados para transportar pacientes e trabalhadores essenciais. E para evitar multidões em lojas, o sistema de distribuição foi reorganizado e as compras online foram introduzidas.
Com 766 casos registados até 15 de abril (68 casos por milhão de habitantes), Cuba está na faixa intermediária da América Latina e das Caraíbas.
A qualidade dos dados varia enormemente entre os países, com alguns Governos substancialmente a subnotificar casos. Os casos relatados de Cuba são baseados em testes usando protocolos da OMS.
A República Dominicana, a mais comparável em termos de população, rendimento e dependência do turismo, mostra como a doença poderia espalhar-se se as medidas fossem menos eficazes. Em contraste, a Jamaica parece ter conseguido impedir a propagação da doença.
A resposta inicial da Jamaica foi semelhante à de Cuba, mas menos casos entraram no país sem serem detetados antes da interrupção do turismo. Tendo identificado 16 grupos de surtos agora, as autoridades cubanas ainda estão a lutar para impedir o descontrolo.
O que acontece a seguir em Cuba dependerá em grande parte da quantidade de testes. Um indicador de comprometimento com esta tarefa é a proporção de testes para casos confirmados. Segundo os dados disponíveis, Cuba (com 18.825 testes realizados) lidera a região com uma proporção de 25:1, em comparação com 16:1 na Jamaica e 3:1 na República Dominicana. (Vietname e Taiwan têm mais de 100:1, Alemanha 10:1, EUA 5:1 e Reino Unido 4:1.) Cerca de 40% dos recentes resultados positivos de Cuba são de casos assintomáticos.
Se a estratégia de Cuba controlar a doença, a sua experiência poderá oferecer lições para controlar a pandemia, e mais médicos estarão disponíveis para ajudar no esforço de combater a pandemia no exterior.
ZAP // The Conversation
Coronavírus / Covid-19
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Não admira que passe despercebida,em relação a Cuba, tudo o que é bom exemplo é para ocultar! É assim a politica infelizmente!”Os bons exemplos vêm da América!”.
A Nicarágua por exemplo é um espetáculo. Não tem casos. Mas também não tem presidente que anda desaparecido há muito tempo.
Isto das estatísticas tem um problema. São manipuláveis.
Eu amo o povo cubano. Fui a Cuba em 2016 e em 2019 e sei muito bem que sempre existem pelo menos duas versões da realidade. Mas nem quero escrever sobre isso. O que quero escrever mesmo é que o artigo tem vários erros, principalmente no nível dos gráficos. Basta conferir os dados.
Cuba é um exemplo para o mundo, pelo seu voluntariado sanitário em redor do planeta, sem nada pedir ou reclamar em troca. Diz-lo quem já lá esteve e estudou. Mais ainda: Cuba assiste os seus com um carinho e uma perícia notáveis, não é como o hospital de braga, onde normalmente se entra vivo e se sai morto, depois de suas incelências, os senhores doutores, o obrigarem a assinar uns papeis em que você é o culpado pela evolução e consequências, por exemplo, das cirurgias que faz. Uma senhora, ali submetida a supostos tratamentos que incluíram cirurgias, foi há 10 ou 15 dias ali internada com uma infeção num rim, com uma fístula no cólon e com um abcesso ginecológico. Pois bem, pessoas não identificadas (escondem a tarjeta com o nome no bolso da bata) parece que lhe esvaziaram metade do abcesso, mas não falaram com ninguém de urologia e cirurgia por causa das outros males e, na véspera do domingo de Páscoa, inopinadamente, resolveram mandá-la para casa (os de ginecologia), dizendo que o resto não era com eles. Resultado: a senhora está numa lástima. Ora, isto em Cuba jamais aconteceria e. se acontecesse, teria consequências. Mas no Hospital de braga não tem consequências nenhumas – a senhora pode morrer à vontade e até se agradece que o faça. Mas nas contabilidades internacionais é portugal dos pequeninos que é um país desenvolvido e não Cuba. Onde chega a felonia!
Será? Enviam os médicos para Angola a troco de rebuçados e chocolates, ou serão pagos a prêço de ouro………santa inocência.
Vou por aí.
Lamento a má experiência dessa senhora e espero que fique boa. Sobre o que disse de Cuba, parece que o tempo que estudou lá, não visitou muitos sítios de várias provincias do meu país natal. Saiba que tudo o que disse que em Cuba não aconteceria nos hospitais, não é certo. Ainda que concordo quando fala do mau trato de muitos médicos em Portugal. A saúde gratuita em Cuba, tem um preço e o voluntariado dos médicos pelo mundo, outra grande mentira. Cuba cobra aos países onde os médicos cubanos vão e eles recebem dinheiro e outras formas de retribuição por isso. E mais, os cubanos sofremos pela falta dos nossos médicos com mais conhecimentos e experientes. Outros médicos que ficam em Cuba, passam a ter muitos mais pacientes, coisa que leva a que atenção seja deficiente e muitos quase que são comprados com favores, comida, dinheiro, etc. Vivo em Portugal e viví 34 años em Cuba, onde ainda tenho família em várias províncias. Eu sim visitei e trabalhei durante vários anos em várias regiones do meu país, sem contar as vezes que vou visitar a minha família. Muita desinformação existe sobre a verdade do meu país.
A saúde tem um custo, seja em Cuba ou em qualquer outra parte do mundo. Por isso é uma questão de opção; uns tem, outros mais ou menos, outros não. Mas para o nosso amigo Lopez, na terra do tio Sam é que se está bem.
Só por puro lirismo ou demagogia é que se pode pensar que a cooperação internacional só tem um fluxo. Enfim, haja paciência.
No momento atual onde toda a humanidade e vitima deste virus sera de bom tom que todos remem para o mesmo lado dando louvor a quem deve ser dado e qualquer comentario que seja para destruir e preferivel ficar na casa de quem nao e capaz de fazer nada pelo proximo.
Vamos agradecer a todo o pessoal ligado a medicina e outras forcas como Bombeiros,Policia Militares nao esquecendo coveirose outros.
Honrra e Gloria.
Joao Costa
Só quem ainda não foi a Cuba acredita nessa tretas.
Pobre povo, vivem na pobreza com falta de bens essenciais, onde as empregadas dos hoteis quase que imploram por uma lamela de Ibuprofeno.
Os únicos Cubanos felizes são os que conseguiram fugir para Miami, e que festejaram a morte do palhaço e ditador Fidel Castro durante 3 dias.
Não existem ditaduras boas e fofinhas. São todas más.
O governo pseudo comunista do ex-presidiário Lula e Dilma anta Rouseff , trouxe milhares de Médicos cubanos para o Brasil alguns anos atrás. São tratados como escravos em Cuba, pois dos 12.000 Reais por més (cerca de 4.000 dolares) que o Brasil pagava, R$ 8.500 ficava com o governo. Mesmo assim , muito mais que se estivessem morando em Cuba. Logico que vão correndo para qualquer lugar que os precise, estão desesperados.
Vicente De Mauro isso é uma realidade, os médicos cubanos irem para todo o lado, já os brasileiros correm atras do serviço de saúde . Quem não tiver dinheiro, é mesmo para morrer como um cachorro.
Há sempre aspetos positivos e negativos em qualquer pessoa, país ou sistema. Quem sabe “observar”, sem preconceitos, poderá ir “beber” sabedoria em qualquer pessoa, país, sistema. Resumindo: Primeiro há que recolher informação credível; depois saber seriar e, por fim, esforçar-se para reter os aspetos positivos e incluí-los em si próprio, no seu país e no sistema. Para terminar, eu faço parte do grupo de pessoas que em bastantes aspetos discordo com o sistema político cubano mas, reconheço haver nele aspetos positivos, mesmo tendo familiares que viveram nas extintas colónias portuguesas e sofreram com a intervenção cubana nesses territórios.
PEDIDO/SUGESTÃO AOS ORGÃOS DE INFORMAÇÃO, nomeadamente AO ZAPaeiou:
Para além de nos fornecerem números absolutos, neste caso de “casos confirmados de Covid 19, acrescentem gráfico com números relativos “percentagem de casos confirmados de Covid 19 em relação ao nº de habitantes de cada região, neste caso de cada país”.
Felicito-vos por terem colocado a fonte, neste caso a Organização Mundial de Saúde, junto ao referido gráfico publicado; se acrescentassem o gráfico que vos sugeri, e para serem corretos, bastava colocar que a fonte de tal gráfico era “baseado na OMS” e assim continuariam a ser corretos e não estavam a infringir o direito de autor. Melhor informação é sempre bem vinda.
A estratégia de Cuba parece ser a de evitar a todo o custo o contágio da população.
Sendo uma ilha com trocas com o exterior muito controladas, uma população pequena e um governo autoritário, tem mais facilidade para implementar essa estratégia.
Entretanto, em algum momento precisará voltar a algum tipo de normalidade. Nesse momento, o fluxo de turistas precisará ser incentivado pois é uma das mais importantes fontes de renda para o país.
Uma vez que o vírus não vai desaparecer do mundo, no momento em que Cuba reabrir, o que impedirá que um surto se inicie?
Qualquer estratégia que não inclua uma imunização por exposição em curto período de tempo e da maior parte da população parece ser ilusória e acarretar um custo ainda maior do que o evitado inicialmente.
A única alternativa a isso seria o desenvolvimento de uma vacina cubana em tempo recorde, dois ou três meses. Isso somente seria possível violando muitas exigências de protocolos de experimentação.
Num país democrático, esses atalhos causariam enormes problemas legais e políticos.
A característica não democrática de Cuba (como a da China) pode ser a solução para eles.
Se conseguirem, ainda aparecerão como salvadores do mundo.