Portugal tem “11 vezes menos mortes” do que Espanha, em proporção das respectivas populações, e parece estar a lidar melhor com a pandemia de Covid-19 do que o país vizinho. Esta é a conclusão de um artigo de opinião na Rádio pública francesa France Inter, onde se fala do “mistério português” pelo facto de o nosso país estar a ser “relativamente poupado da epidemia”.
“Enquanto a Espanha está severamente confinada” e o seu Governo “decretou a paragem de toda a actividade económica não essencial”, os portugueses, embora isolados em casa e com os serviços públicos fechados, não têm “sanções, nem certificados de deslocação”, repara o jornalista Anthony Bellanger na sua crónica na France Inter.
O cronista fala do caso português como um “mistério”, avançando algumas explicações para o facto de a pandemia parecer estar mais controlada em Portugal, onde há “11 vezes menos” mortes do que em Espanha, considerando a proporção das respectivas populações.
Bellanger começa por avançar uma “explicação geográfica”, salientando que Portugal é “o único país do continente europeu que tem apenas um vizinho“, precisamente Espanha, e, portanto, “é o único país europeu para quem o encerramento precoce das suas fronteiras foi eficaz”.
Por outro lado, “o país vive muito do turismo”, sobretudo nos meses de Verão, e “não teve que enfrentar uma vaga de casos importados, mas apenas gerir um pequeno grupo de visitantes um tanto solitários no meio do Inverno”, analisa ainda o jornalista.
Além disso, a epidemia chegou a Lisboa “mais tarde” do que a Espanha, França ou Itália, pelo que diz que os “portugueses beneficiaram das lições de outros países”.
“Portugal isolou-se ao mesmo tempo que nós, a 13 de Março, enquanto o número de casos no seu território ainda se podia contar pelos dedos das duas mãos”, repara ainda Bellanger, salientando que “os portugueses auto-disciplinaram-se”, mantendo-se em casa.
“Desde o fim de Fevereiro, muitos portugueses migraram para as suas casas no campo para se isolarem, deixaram de sair para os bares e restaurantes e retiraram os filhos das escolas”, refere ainda o cronista da France Inter, notando que “muitas escolas já estavam fechadas” antes mesmo da decisão do Governo de as encerrar, tal como aconteceu com estabelecimentos comerciais.
Portugal beneficia ainda da “continuidade governamental” do Executivo do PS, ao contrário de Espanha, país que viveu quatro eleições gerais nos últimos 5 anos, aponta também o jornalista que ainda fala da “crise institucional na Catalunha”.
Por outro lado, “Portugal saiu muito mais cedo da austeridade e com sucesso”, refere Bellanger. “Menos austeridade, menos cortes claros na Saúde pública, um país melhor preparado”, conclui.
O jornalista também cita o facto de o Governo português ter dado uma “prova de generosidade” quando a 28 de Março resolveu “regularizar todos os imigrantes” que tinham apresentado pedidos de visto de residência ou de renovação, concedendo-lhes Saúde gratuita. “Generosidade, mas também medida de Saúde Pública“, porque “todo a gente protege toda a gente da Covid-19”, constata.
A medida do Governo de regularizar os imigrantes mereceu também elogios noutros países, como em Itália e no Reino Unido, onde um artigo de opinião do The Guardian fez questão de salientar a medida por oposição à postura do Governo de Boris Johnson que decidiu reduzir o apoio aos processos de candidaturas à residência no país para concentrar recursos no combate à pandemia.
3… 2… 1… Vêm já aí os eternos detratores mais os terraplanistas, os negacionistas das viagens à Lua e os admiradores indefectíveis dos Países Baixos, que gostariam de lá viver mas o mais que conseguem de semelhante é morar na Baixa da Banheira.
Hum?!
Efeitos do isolamento…
Franceses, podem crer que é pela geografia, porque quanto às decisões políticas de Portugal, estamos conversados!
Do que estamos conversados é sobre a tua inteligência e capacidade de análise!!
Agora imagina o que seria se as decisões políticas de Porugal dependessem de gente como tu!…
Porque é que não vais viver para as Filipinas?
Deve ser porque fazem fronteira com as Filiponas 😀
é óbvio, muito embora haja aqui um conjunto de macacos que não conseguem ver isso.
Análise ao caso português muito interessante – esperemos que tenha razão!…
Já tinha reflectido sobre o “nosso” caso e tinha já aventado algumas hipóteses coligado pelo analista francês , parecendo ser de destacar , com efeito, o nosso isolamento (que nos dá neste caso uma grande vantagem – habitualmente não ganhamos nada com isto!) , a disciplina do povo português no que tem sido exemplar e já agora a “união “ política do presidente e do socialista Costa! Não concordo é com a robustez do nosso sistema de saúde , no que não será superior ao de Franca ou Espanha !
A robustez do SNS depende muito de nós. Se com o afastamento social atrasarmos ou contivermos a pandemia, não sobrecarregaremos os serviços de saúde permitindo-lhes, assim, manterem capacidade de atendimento. De resto, esse facto é igual para todos os países.
O nosso SNS, apesar de ter algumas falhas, é já muito bom e com o trabalho exemplar que tem sido levado a cabo pela DGS e pelo governo desde o início da pandemia, só tem vindo a melhorar. Não somos um país rico como a França ou Espanha ou Inglaterra, mas dado que temos muito menos pressão sobre o sistema do que esses países penso que estamos bem melhor do que eles.
Sinceramente, é só olhar para os números que podiam ser muito mais caóticos para perceber que os portugueses estão de parabéns no enfrentar do problema.
A real preocupação virá “a seguir?” com a necessidade de recolocar a máquina económica a funcionar. A ver vamos.
Força aí minha gente.
mas será que os números são assim tão verdadeiros?
… o número de mortes, feliz ou infelizmente, não dá para errar por muito, já o numero de casos positivos estão limitados ao numero de testes realizados/disponíveis, e a estarem a ser testados apenas doentes com sintomas ou suspeitos, juntando esses aos doentes assintomáticos que ainda não foram testados, serão na verdade muitos mais.
Isso no entanto só aumenta o mérito (de alguém) pelo baixíssimo numero médio de mortes que temos comparando com a maioria dos outros países.
A calamidade na economia essa no entanto não vai dar para evitar e é dramática.
O nosso tecido empresarial que não é adaptável aos produtos relacionados com a pandemia está de rastos, todas as encomendas foram canceladas, todos os investimentos perdidos, e mesmo alguma produção actual está a ser rejeitada.
Não existe qualquer vislumbre de alteração próxima.
Muitas vidas se vão perder ou pelo menos o trabalho das mesmas.
Concordo com que foi dito, e que após deste longo inverno polar, a máquina económica creio que recuperará à velocidade de um foguetão disso não tenho duvidas.
Eu devo dizer que o governo português está a fazer um trabalho excelente e exemplar, está a tomar as medidas corretas, cabe a todos nós cumprir com a nossa parte,boa tarde
Estou orgulhosa do nosso país e do bom desempenho de todos, governantes e população, nesta hora tão difícil que atravessamos. Não sou suspeita, não sou socialista, mas agora temos é que unir-nos!
Viva o nosso Portugal! E muita saúde e sorte para todos!
Antes de falar sobre o assunto da notícia gostava de apelar para o bom senso das pessoas que usam este espaço para exprimir as suas opiniões. Para quê ofenderem-se ou dizer disparates que não aproveitam a ninguém? Vamos usar este “retangulozinho” para tentar ser útil a quem nos lê, de alguma forma. E, para aqueles que não acreditam nas nossas capacidades e nas do nosso governo, que estão, sistematicamente, contra tudo quanto é português que leiam as notícias da imprensa internacional falando sobre a forma como Portugal enfrentou a pandemia. Claro que nem tudo correu bem, mas podemos agradecer ao nosso SNS, que tanta gente gosta de denegrir. Vejam a posição dos privados! Os SAMS encerraram imediatamente as suas instalações, empurrando os seus doentes para o SNS. Os outros aceitaram uns poucos mas as contas seriam pagas pelo SNS e não pelos subsistemas de saúde de que esses doentes beneficiavam. Mas o que é isto?!!Vamos investir no SNS porque só ele nos garante ajuda desinteressada em situações como estas. Não vamos permitir que os nossos médicos e enfermeiros vão enriquecer outros países depois do que nos custou a sua formação. Vamos investir no que é português e só desta forma conseguiremos resolver parte do nosso problema!