As autoridades equatorianas removeram quase 800 corpos nas últimas semanas de casas em Guayaquil, onde se encontra o epicentro do surto de coronavírus no país, depois que a doença atingiu os serviços de emergência, os hospitais e as agências funerárias.
Segundo avançou a AFP, os funcionários das funerárias da cidade não têm conseguido fazer face aos pedidos, com os moradores a publicar vídeos nas redes sociais nos quais mostram os corpos abandonados nas ruas, juntamente com mensagens a pedir ajuda para enterrar os membros das suas famílias.
“O número que coletamos com a força-tarefa das casas excedeu as 700 pessoas”, disse Jorge Wated, que lidera uma equipa de agentes da polícia e militares, criada pelo governo para ajudar no caos desencadeado pela Covid-19.
Mais tarde, no Twitter, o responsável indicou que a força-tarefa conjunta, em operação nas últimas três semanas, recuperou 771 corpos de casas e outros 631 de hospitais. Wated não especificou a causa das mortes das vítimas, 600 das quais enterradas pelas autoridades.
O Equador registrou 7.500 casos do coronavírus desde que o primeiro diagnóstico foi confirmado, a 29 de fevereiro. A província costeira de Guayas é responsável por mais de 70% dos infetados no país, com quatro mil casos na capital Guayaquil.
Os militares e a polícia começaram a remover corpos das casas três semanas após o colapso do sistema mortuário em Guayaquil, causando atrasos nos serviços forenses e funerários, sob um toque de recolher diário de 15 horas.
O governo equatoriano assumiu a tarefa de enterrar os corpos, dada a incapacidade dos familiares de fazê-lo por várias razões, inclusive financeiras.
No início de abril, Wated disse que os “médicos especialistas estimam que as mortes relacionadas à Covid-19 nesses meses cheguem entre 2.500 e 3.500, apenas na província de Guayas”.
Coronavírus / Covid-19
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