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Japão “controlou” o surto durante dois meses (mas casos explodiram nas duas últimas semanas)

O Japão conseguiu manter os números de infetados controlados durante dois meses, mas os casos explodiram nas duas últimas semanas. Afinal, este país asiático pode não ser o modelo mais exemplar.

Numa altura em que o mundo sofre com uma pandemia, os bons exemplos servem, muitas vezes, de referência. Com o número de casos controlados nos primeiros dois meses, pensava-se que o Japão era um desses exemplos, até ter tido um boom de infetados nas duas últimas semanas.

De acordo com o Japan Times, o primeiro caso no país foi anunciado no dia 16 de janeiro, duas semanas antes de a Organização Mundial de Saúde (OMS) ter declarado emergência de saúde pública internacional devido ao novo coronavírus.

Dois meses depois, até ao dia 27 de março, o país conseguiu manter a pandemia controlada, atingindo os 1.500 infetados nesse dia, apesar da grande proximidade com a China.

Contudo, segundo o Observador, o caso mudou de figura e, em apenas duas semanas, o número de infetados no país triplicou. Agora, o Japão regista mais de 7.300 casos e mais de 120 mortes.

A Bloomberg explica que, no início, o governo do Japão foi agressivo na identificação de clusters e na contenção da propagação, mas o país não teve a mesma reação em relação aos testes – sem testes não são detetados novos casos, o que significa que os números se mantêm baixos.

Aliás, no dia 18 de março, o governo anunciou que estava a utilizar apenas um sexto da sua capacidade para testes à covid-19. “Só porque temos capacidade, não significa que precisemos de a usar totalmente. Não é necessário realizar testes a pessoas que estão simplesmente preocupadas”, disse Yasuyuki Sahara, funcionário do Ministério da Saúde, em conferência de imprensa.

As medidas tomadas em relação ao navio cruzeiro Diamond Princess poderão ter contribuído para o rápido aumento de casos, dado que o navio acabou por se transformar num foco de propagação do vírus.

No entanto, só no dia 7 de abril (na passada terça-feira) é que Shinzo Abe, primeiro-ministro japonês, declarou o estado de emergência, afirmando que “não há tempo a perder”. Mas a medida não ditou o confinamento obrigatório e, desde então, o número de casos quase duplicou.

O fecho das escolas ou a imposição da quarentena obrigatória não foram medidas adotadas no Japão, que poderá ver os casos a aumentar caso não tome decisões restritivas mais rígidas.

ZAP //

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