Tancos. “A defesa lá saberá porque não era necessário o meu depoimento”, diz Marcelo

José Sena Goulão / Lusa

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, disse na segunda-feira que a defesa de Azeredo Lopes, ex-ministro da Defesa e arguido no caso de Tancos, “lá saberá” por que motivo considerou que “não era necessário” o seu depoimento.

“A defesa entendeu que não era necessário, a defesa lá saberá porque é que não era necessário”, declarou o chefe de Estado, em resposta a questões dos jornalistas durante a inauguração de uma exposição da pintora Paula Rego no Museu da Presidência da República, em Lisboa, noticiou a agência Lusa.

Interrogado sobre o que faria se a defesa de Azeredo Lopes tivesse avançado com um pedido para que testemunhasse no processo de Tancos, que está em fase de instrução, o Presidente da República respondeu: “Se há pessoa que não se inibiu nem coibiu de falar do tema fui eu, ao longo de dois anos e meio, mas a estratégia de cada arguido e de cada advogado de arguido é definida por ele, não é definida por outro”.

Confrontado com o facto de o advogado do ex-ministro da Defesa, Germano Marques da Silva, ter dito esta segunda-feira que ponderou chamar o Presidente da República como testemunha e que só não o fez “por ser uma alta figura de Estado com direito a imunidade e com possibilidade de não responder”, Marcelo Rebelo de Sousa começou por referir que “o arguido e o seu advogado é que definem a estratégia da defesa”.

“Quem define a estratégia da defesa é a defesa, e eu não fui ouvido nem achado, nem antes nem depois, sobre isso”, referiu. “Mas depois ouvi, quando perguntado se achava que era necessário o meu depoimento, ter dito: não, não é necessário. Portanto, a defesa entendeu que não era necessário, a defesa lá saberá porque é que não era necessário”.

Marcelo Rebelo de Sousa reiterou que não se pronuncia sobre processos judiciais específicos, mas lembrou que em relação ao caso de Tancos tem repetido em sucessivas ocasiões que “tem de se apurar tudo o que aconteceu de alto abaixo, integralmente”, porque essa “é uma exigência da instituição militar, do prestígio da instituição militar, e da própria afirmação da democracia em Portugal”.

O caso do furto do armamento de guerra dos paióis de Tancos foi divulgado pelo Exército a 29 de junho de 2017 com a indicação de que ocorrera no dia anterior, tendo a alegada recuperação do material de guerra furtado ocorrido na região da Chamusca, Santarém, em outubro de 2017, numa operação que envolveu a Polícia Judiciária Militar (PJM), em colaboração com elementos da Guarda Nacional Republicana (GNR) de Loulé.

// Lusa

 

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