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Primo de Sócrates garante que o dinheiro que tinha nas contas era seu

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José Sena Goulão / Lusa

O primo de José Sócrates, José Paulo Pinto de Sousa,

José Paulo Pinto de Sousa, primo de José Sócrates e arguido na Operação Marquês, afirmou ao juiz que era dono do dinheiro que o Ministério Público diz pertencer ao antigo primeiro-ministro, segundo fonte ligada ao processo.

Pinto de Sousa esteve esta terça-feira mais de seis horas a ser interrogado no Tribunal Central de Instrução Criminal, em Lisboa, na fase de instrução do processo, dirigida pelo juiz Ivo Rosa, contestando a versão do Ministério Público que acredita serem de Sócrates os milhões que aquele movimentou em várias contas bancárias, algumas na Suíça.

Para o MP, José Paulo Pinto de Sousa, que está acusado de dois crimes de branqueamento de capitais, em coautoria com José Sócrates, Ricardo Salgado, Helder Bataglia e Carlos Santos Silva, aceitou, a troco de dinheiro e a pedido do antigo primeiro-ministro, que várias contas bancárias, algumas sediadas na Suíça, fossem utilizadas para movimentar fundos do ex-governante, com o objetivo de ocultar a origem e o destinatário.

Os movimentos terão sido feitos entre 2006 e 2007, segundo detalha o jornal Público.

O MP acredita que José Paulo Pinto de Sousa entregou nove milhões de euros ao antigo primeiro-ministro através de várias contas offshore, sendo o seu primeiro “testa de ferro”, antes do amigo de ambos e também arguido Carlos Santos Silva.

O arguido contraria a posição do MP e, segundo a fonte, disse que o dinheiro que depositou em Portugal, nomeadamente em contas do BES, era seu e não do primo.

Primeiro interrogatório em Portugal

Esta foi a primeira vez que o arguido foi interrogado pessoalmente em Portugal, já que durante a investigação o MP só o conseguiu questionar através de carta rogatória enviada para Angola e depois de ultrapassadas algumas dificuldades na sua localização.

Joaquim Barroca, ex-administrador do Grupo Lena, é o último arguido do processo a ser ouvido em tribunal, em 18 de fevereiro.

A Operação Marquês conta com 28 arguidos – 19 pessoas e nove empresas – e está relacionada com a prática de mais de 150 crimes de natureza económico-financeira. Sócrates está acusado de crimes de corrupção passiva de titular de cargo político, branqueamento de capitais, falsificação de documentos e fraude fiscal qualificada.

No processo da Operação Marquês foram ainda acusados, entre outros, o empresário Carlos Santos Silva (apontado como “testa de ferro” de Sócrates), o ex-administrador do Grupo Lena Joaquim Barroca, Zeinal Bava, ex-presidente executivo da PT, Armando Vara, antigo deputado e ministro e ex-administrador da CGD, Henrique Granadeiro (ex-gestor da PT) e José Paulo Pinto de Sousa (primo de Sócrates).

ZAP // Lusa

7 Comments

  1. Para que não hajam duvidas é fazer o levantamento da vida deste gajo desde que nasceu para se ver de onde vem o dinheiro que ele diz que é dele… estão á espera de quê?

    • É uma hipótese. Pode ser dinheiro que o Socas ganhou a fazer projetos na Cova da Beira. Pode ser resultante de prémios monetários de melhor aluno ao domingo. Pode ser dinheiro do monopólio. Há várias hipóteses sobre a mesa. Nesta fase estão a tentar aferir qual é a hipótese que o Juiz está disponível para engolir.

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