Depois de 43 anos de poder absoluto, o PSD perdeu este domingo pela primeira vez a maioria do parlamento da Madeira. O PS, que atingiu um valor histórico na região, também reclamou louros de vitória. Contudo, foi o CDS-PP, terceiro na corrida, que mais peso conseguiu para formar um Governo de maioria.
Foi o próprio Miguel Albuquerque, sucessor de Alberto João Jardim, que afirmou que o acordo para a maioria absoluta será selado com os centristas. “Será um acordo de coligação de Governo”, disse o líder social-democrata madeirense e atual presidente do Governo Regional, na reação aos resultados das eleições regionais.
Na prática, explicou o social democrata citado pelo semanário Expresso, este acordo estará assente numa coligação, com lugares para os centristas no Executivo.
Miguel Albuquerque revelou ainda que já falou com o líder do CDS-PP da Madeira, Rui Barreto, adiantando que houve manifestação pública de ambos para uma coligação.
Nas eleições deste domingo, quase todos os vencedores foram também derrotados e vice-versa, isto é, alguns dos que perderam também ganharam alguma coisa.
O PSD, recorde-se, venceu com 39,42% dos votos, mas perdeu, pela primeira vez, a maioria absoluta. Fazendo as contas aos lugares no parlamento, os sociais democratas elegeram 21 dos 47 deputados. Em 2015, os sociais-democratas tinham segurado a maioria apenas por um deputado, conquistando 24 mandatos e 44,36%.
Por sua vez, o PS obteve 35,76% dos votos, elegendo 19 deputados. Apesar de os socialistas terem perdido a corrida eleitoral, este resultado foi também uma vitória, tal como salientou o secretário-geral do PS, António Costa.
“Já tive a oportunidade de felicitar o presidente do PSD, Rui Rio, e o presidente do PSD/Madeira, Miguel Albuquerque, mas o resultado mais significativo foi o do PS. O PS obteve um resultado histórico, o melhor de sempre, com uma notável recuperação face há quatro anos”, sustentou o também primeiro-ministro.
O CDS, com 5,76% dos votos e três deputados, foi a terceira força política mais votada. Com este resultado, e tendo em conta que o PSD perdeu a maioria absoluta, os centristas tornaram-se decisivos para que Miguel Albuquerque pudesse formar Governo.
Apesar de ter passado de segunda para terceira força política no parlamento regional (obteve 13,71% e sete deputados em 2015), o CDS pode ser o partido que mais ganhou na noite eleitoral deste domingo, podendo mesmo vir a integrar o Executivo.
Seguiu-se depois o JPP, com 5,47% e também três parlamentares. A CDU conquistou um lugar, com 1,80% dos votos. Contas feitas, PSD e CDS-PP elegeram 24 dos 47 parlamentares da Assembleia da Madeira. PS, JPP e CDU juntos têm apenas 23 lugares.
“Nestas coisas é preciso saber fazer contas. O centro-direita venceu as eleições na Madeira. E, como o centro-direita venceu as eleições, a esquerda perdeu!”, argumentou o líder do CDS-PP da Madeira, partido que passou de segunda para terceira força política no parlamento regional (obteve 13,71% e sete deputados em 2015).
Rui Barreto já avisou, contudo, que não abdicará do seu programa e deixou ‘a bola’ do lado do PSD porque “quem vence é que tem de conversar para formar uma maioria absoluta”.
Bloco e CDU maiores derrotados
Com 1,80% dos votos, a CDU perdeu um dos dois deputados que tinha conquistado em 2015. De qualquer forma, o cabeça de lista da coligação, Edgar Silva, considerou que a CDU deu contributos “extremamente relevantes” para o fim da maioria absoluta do PSD.
“A perda pelo PSD da maioria absoluta é o elemento mais relevante dos resultados hoje conhecidos para a Assembleia Regional da Madeira”, corroborou o secretário-geral comunista, Jerónimo de Sousa.
Desta forma, o parlamento regional da Madeira também encolheu: passou a ter apenas cinco grupos parlamentares: PSD, PS, CDS-PP, JPP e CDU.
Em relação à última legislatura, deixam de ter representação no parlamento madeirense o Bloco e a Nova Democracia (entretanto extinto). O PTP perdeu também a sua representação parlamentar, depois de em 2015 ter conseguido eleger um deputado através da coligação encabeçada pelo PS.
“O resultado é uma desilusão”, admitiu o cabeça de lista do Bloco nas regionais, Paulino Ascenção. A “enorme bipolarização” das regionais madeirenses foi a justificação da coordenadora do Bloco, Catarina Martins, para “o mau resultado” do partido.
Cafôfo (também) disponível para entendimento
Apesar da posição concertada de PSD e CDS-PP, do lado do PS – que quase quadruplicou o número de votos relativamente a 2015 e conquistou o histórico resultado de 35,76%, a melhor votação de sempre desde as primeiras regionais de 1976, – Paulo Cafôfo também se mostrou este domingo “disponível para liderar uma base de entendimento” com os partidos da oposição, para formar Governo.
No final da noite deste domingo, recorde-se, o CDS disse estar disponível para uma coligação que permita formar Governo Regional com maioria parlamentar, fosse esta à direita ou à esquerda. Os centristas deixaram apenas de fora “extremismos” e “partidos radicais”, referindo-se ao Bloco e ao PCP.
Nas sedes nacionais dos partidos, os líderes do PSD, Rui Rio, do CDS-PP, Assunção Cristas, e do PS, António Costa, estiveram alinhados com os discursos madeirenses.
Pelos sociais-democratas, Rui Rio considerou existirem “todas as condições” para Miguel Albuquerque formar governo com o CDS-PP, enquanto a líder democrata-cristã falou num “dia histórico”, dizendo que o seu partido era “essencial para garantir uma maioria de centro e direita” na Madeira.
As palavras mais duras da noite eleitoral surgiram dentro do PSD/Madeira, com o histórico dirigente social-democrata madeirense e antigo presidente do Governo Regional Alberto João Jardim a considerar que a perda da maioria absoluta do PSD é o resultado dos dois primeiros anos “desastrosos” de governação de Miguel Albuquerque e a manifestar-se insatisfeito com o resultado.
“Não estou satisfeito. Ainda tentei deitar a mão. O PSD paga, neste momento, o preço dos dois primeiros anos desastrosos de Governo que fez aqui na Madeira”, afirmou Alberto João Jardim, em declarações à RTP.
ZAP // Lusa
Quando, em democracia, um partido tem maioria absoluta durante 43 anos, algo vai mesmo muito mal!…
Tal como nos Açores, em que o PS tem que ser corrido. Algo vai mal.
Sim, mas nos Açores, nos primeiros 20 e tal anos de democracia governou o PSD com maioria absoluta!…
Faltam os outros 48 para trás, não era em democracia “jardinesca” mas era algo parecido. Mais 4 anos e o cara de demo (Feio como a noite dos trovões) vai á vida.
43 anos de maioria absoluta em que em nome da modernização se desvirtua a ilha não estabelecendo uma relações virtuosa entre o bem estar da população e o que a ilha tem para oferecer, foi totalmente desastroso.
A ilha vive sobretudo da indústria turística, mas quer-se uma ilha e não um queijo. (Túneis por todo o lado).
O turista não faz milhares de quilômetros para ver vias rápidas.
Quem perde é a populações em nome de quem foram feitas as “modernizações”.
Queria ver como fazias turismo na Madeira se não houvesse essas estradas “tão desvirtuosas”! Era pior do que em Creta! Mas, com certeza nunca por lá andaste ou então gostas de visitar tudo bem devagarinho e alguém que te leve.
Pois, na realidade enganou-se.
Vivi na Ilha desde os 12 anos até aos 31 e tenho 65.
Assisti ao nascer do PSD Madeira e recordo-me bem do prometido é do que depois foi feito.
Também trabalhei em turismo e após isso na banca. Sempre na Ilha.
A minha família é Madeirense.
Como vê….
Enganou-se.
Caso queira explicação mais detalhada, estou cá para isso, também para falar das reuniões
“de trabalho” às 08:00 na mesa do canto no Golden Gate em que o Alberto João era a estrela….
Etc etc etc.
Respeitosos cumprimentos.
A mesa no canto ao cimo das escadas não era dos PPD’s , era dos “peudo”-FLAMA . . .
A mesa do canto à esquerda de quem subia as escadas estava sempre ocupada às 8:00 h pelo Alberto João e grupo do costume, recordo-me bem já que o meu pai fazia parte do grupo,
Facto não muito elogioso quanto ao que cabe.
Diga-se em abono da verdade que Alberto João responda a qualquer um, provocação ou não.
Junto à minha pessoa nasci no continente, mas foi na Ilha que cresci de aprendi a ser “gente” considero-me mais ilhéu que Continental, daí a minha mágoa ao constatar o mal que lhe fizeram e à população.
A rapidez de deslocação não compensa a perca económica.
Fui gerente dos “dois HH’s” no tempo do Caetano creio saber do que afirmo, (ou talvez não)
Respeitos cumprimentos.
Bernardo V Pereira
Que título tão miserável e tão servilista. O PS perdeu e foi o derrotado. O PSD ganhou e continuará a ter o seu presidente do governo regional. Foi o vencedor. Um título como este aqui apresentado, mais não é que um contorcionismo informativo.
. . . vai ter o presidente no governo regional se o CDS quiser e autorizar ! !
Pois, na realidade enganou-se.
Vivi na Ilha desde os 12 anos até aos 31 e tenho 65.
Assisti ao nascer do PSD Madeira e recordo-me bem do prometido é do que depois foi feito.
Também trabalhei em turismo e após isso na banca. Sempre na Ilha.
A minha família é Madeirense.
Como vê….
Enganou-se.
Caso queira explicação mais detalhada, estou cá para isso, também para falar das reuniões
“de trabalho” às 08:00 na mesa do canto no Golden Gate.
Etc etc etc.
Respeitosos cumprimentos.