Duas empresas de familiares diretos da ministra da Cultura, Graça Fonseca, firmaram contratos com o Estado quando a governante ainda exercia funções como Secretária de Estado, escreve o Expresso esta quarta-feira.
Em causa estão duas empresas, a Joule e a Joule Internacional, detidas pelo pai, mãe, irmão e pela própria ministra Graça Fonseca, e cinco contratos por ajuste direto.
O jornal Público tinha já avançado que o pai de Graça Fonseca tem prestado serviços a entidades públicas, tendo depois o Expresso revelado mais detalhes sobre os contratos.
De acordo com o semanário, as duas empresas celebraram, no ano passado, contratos no município de Lisboa no valor de 22 mil euros. Este valor ascende a 150 mil euros se se englobar os negócios firmados (três) com a Santa Casa da Misericórdia de Lisboa.
Graça Fonseca tem 8% de cada empresa, não ultrapassando a percentagem limite de 10% prevista pela lei, não incorrendo assim em nenhuma ilegalidade.
Em situação diferente estão os seus parentes diretos, que possuem quotas muito superiores. No caso da Joule Internacional, o irmão da ministra detém 70% da empresa e o seu pai 22%, que se juntam à quota de 8% de Graça Fonseca, precisa a revista Sábado.
A legislação em vigor, que remonta a 1995, define como incompatível “participações superiores a 10% de parentes, ascendentes ou colaterais até ao segundo grau” com exercício da função de altos cargos públicos.
Contactado pelo Expresso, o gabinete da ministra titular da pasta da Cultura remeteu explicações para o comunicado do primeiro-ministro, divulgado esta terça-feira, e para as declarações desta quarta-feira do ministro dos Negócios Estrangeiros.
A nota desta terça-feira mencionava que o primeiro-ministro, António Costa, pediu à Procuradoria Geral da República um parecer para “completo esclarecimento” sobre os impedimentos de empresas em que familiares de titulares de cargos políticos tenham participação superior a 10% do capital.
Já o ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, defende uma “interpretação razoável” ao regime de incompatibilidades previsto na lei. “Seria um absurdo uma interpretação literal da lei”, apontou em declarações à agência Lusa, recordando que a mesma legislação foi clarificada em Assembleia da República, sendo aprovada “por maioria de mais de nove décimos dos deputados”.
Contratos com o Estado de pais, filhos e cônjuges de governantes são nulos e de efeitos nenhuns, afirmaram constitucionalistas ao Público, considerando a lei em vigor à data dos contratos assinados. “Não se pode sancionar alguém por um ato que não praticou, ainda que politicamente o tema seja muito controverso”, afirma Jorge Bacelar Gouveia, constitucionalista e ex-deputado do PSD.
Por isso, defendeu, a sanção aplicável “não é a demissão do governante nestes casos, pois não violou nada, mas do seu familiar que celebrou contratos com o Estado”. Também o especialista e deputado do PS Pedro Bacelar de Vasconcelos considera que a nulidade do contrato é o efeito legal da contratação
A nova versão da lei foi esta quarta-feira publicada em Diário da República.
Graça Fonseca foi vereadora da Câmara Municipal de Lisboa entre 2009 e 2015, quando António Costa liderou a autarquia.
Terceiro caso entre governantes
Este é já o quarto caso esta semana divulgado de familiares de ministros ou secretários de Estado com contratos celebrados com o Estado. Além da ministra da Cultura, também o ministro das Infraestruturas e da Habitação, Pedro Nuno Santos, e a ministra da Justiça, Francisca Van Dunem, têm algum familiar nesta situação.
No caso de Pedro Nuno Santos, é o seu pai que detém duas empresas que celebraram contratos com o Estado há vários anos e continuaram a fazê-lo quando o ministro chegou ao Executivo socialista. O mesmo acontece com o marido de Francisca Van Dunem, o advogado Eduardo Paz Ferreira, que firmou, desde 2009, vários negócios públicos, que ascendem a 1,4 milhões de euros.
Ao todo, e segundo os números do jornal Eco, o Estado celebrou 45 negócios com familiares diretos de membros do Executivo. No total, os negócios valem 4,8 milhões.
Estes casos surgiram depois de o jornal Observado divulgar, também esta semana, que o filho do filho do secretário de Estado da Proteção Civil, José Artur Neves, celebrou três contratos com entidades públicas, com valores superiores a dois milhões de euros, depois de o pai deixar a presidência da câmara de Arouca e ter assumido um lugar no Governo.
Nuno Neves é descendente direto de José Artur Neves e detém uma participação de 20% na empresa Zerca, apresentando mais do dobro do que é permitido por lei.
“Desconheço a existência de qualquer incompatibilidade neste domínio, como desconheço também a celebração de tais contratos”, garantiu ao diário o governante José Artur Neves, recusando demitir-se na sequência do caso.
A divulgação dos contratos celebrados entre familiares de membros do Governo e o Estado surgiu na sequência do caso das golas anti-fumo distribuídas pela Proteção Civil, no âmbito da iniciativa “Aldeia Segura”. O Ministério Público abriu um inquérito à compra destes equipamentos, entre os quais se encontram também kits de emergência.
Coitado do “honesto” do AC…. ate foi pedir um parecer para saber se tem sido enganado ou não!!!! tadinho. É tão inocente e nem sabia nada disto….
Nojo.
Vasculhem que ainda vão encontrar mais, penso eu de que…!
Nada de novo na saga Orwelliana.
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Pena que muitos idiotas tolerem a escandaleira política por onfusão com as simpatias clubísiticas.
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Com uma cidadania mais desperta, activa e dona da sua consciência, estes bandalhos não só desceriam de divisão como provavelmente muitos deles já estariam engavetados.
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Já nã ha palavras para descrever tanta afronta e tanta falta de vergonha muito bem premiadas com uma tão grande e incompreensível impunidade.
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Tudo isto já fede!
Acho que desta vez votar no BE
No Robles?
Na Catarina? Que critica tanto a União Europeia, mas que tinha uma Empresa com o marido e sogra e que foi buscar subsidio à Europa Para isso já a Europa é boa
Nesses? ainda não limparam o lixo da publicidade eleitoral de Maio. Aqui continuam os cartazes, nas rotundas, nos postes… etc.
Não se passa o mesmo a nível local? E se os contratos obedecerem à lei, qual é o escândalo?
Um governo inoperante, composto por ministros fantoches e ladrões. Um paraíso socialista para esta corja incompetente e sem vergonha. Eles saciam-se com todo o frenesim, nas vistas do povo. A quadrilha socialista, no seu melhor, nas nos larga.
com o povoleu absentista e anestesiado… eles comem tudo e nao deixam nada… afinal ja deixaram de cantar essa cançao …porque sera???? a manada agora vai bem enquadrada pelos maiorais da foice e do martelo montados nos cavalos da arrogancia propotencia e mentira descarada……para o percepicio socialista…agora a cancao do momento e »tiro o carro meto o carro»…….
É toda a famelga dita “socialista”… E estão à espera de uma maioria absoluta!!