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CDS acusa PS de fazer relatório com informações “falsas” para ilibar Costa e Azeredo

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Paulo Cunha / Lusa

José Azeredo Lopes com António Costa

Centristas arrasaram o relatório relativo à comissão de inquérito de Tancos feito pelo deputado socialista Ricardo Bexiga: é “omisso” e contém informações “substancialmente falsas”.

Segundo o CDS, o relatório relativo à comissão de inquérito de Tancos, elaborado pelo deputado do PS Ricardo Bexiga, contém um conjunto de “alegações falsas” que escondem responsabilidades e ilibam o ex-ministro da Defesa, José Azeredo Lopes, e o primeiro-ministro, António Costa.

Nas propostas de alteração ao relatório que vão entregar no Parlamento, os centristas arrasam o documento preliminar e descrevem-no como um texto “substancialmente omisso e incompleto na análise e descrição dos factos apurados”. Além disso, de acordo com o Expresso, acusam o grupo parlamentar do PS de querer “ocultar responsabilidades políticas do atual Governo” e de diluir culpas.

Aliás, em certos casos, o relatório inclui mesmo informações “absolutamente falsas“, numa “desastrada tentativa” de isentar o Executivo de responsabilidades, acusa o CDS.

Um dos problemas apontados é o facto de não se escrever no documento que António Costa fez declarações que “não correspondem à verdade” quando disse, a 26 de outubro do ano passado, que não tinha conhecimento do memorando que descrevia a operação de encenação para recuperar as armas, apesar de o seu chefe de gabinete ter confirmado na comissão que lhe entregou o documento a 12 de outubro, data da demissão de Azeredo.

Para os centristas, o relatório deveria “procurar ilustrar com maior transparência e rigor as inexatidões e omissões do primeiro-ministro”.

Além disso, acrescentam, outro ponto de discórdia é a falta de referências à “inação” de Azeredo Lopes, que soube da operação e nada fez. No entender do CDS, o relatório “desvaloriza a relevância” do memorando.

Os deputados do CDS argumentam que o então ministro da Defesa deveria ter agido quer quando tomou conhecimento das ações da Polícia Judiciária Militar (PJM), quer quando não deu conhecimento delas ao Ministério Público (MP) ou quando não determinou “qualquer procedimento inspetivo” à polícia militar.

Por todos estes motivos, os centristas propõem alterações e concluem que o relatório preliminar é “orientado especialmente para a defesa do atual Governo, como se das alegações de defesa do PS se tratasse”.

No relatório de Ricardo Bexiga o PS sai isento de culpas, concluindo que a PJM tentou implicar os gabinetes do ex-ministro da Defesa e do presidente da República na questão da encenação para recuperar as armas, mas que estes não tiveram acesso a informação “percetível” sobre a operação.

Segundo o Expresso, nesses documentos, em que se referia a operação de recuperação das armas, e que “não eram oficiais”, havia informação pertinente, mas não a suficiente para o Governo se aperceber do encobrimento, garante-se no relatório.

ZAP //

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