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Macron cede. Aumento do imposto sobre combustíveis vai ser suspenso

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presidenciaperu / Flickr

O presidente da França, Emmanuel Macron

O primeiro-ministro francês vai anunciar esta terça-feira uma moratória relativa ao aumento do imposto sobre combustíveis previsto para 1 de janeiro, de forma a apaziguar as manifestações dos “coletes amarelos”.

Este adiamento, ou mesmo suspensão, deve ser acompanhada de outras medidas de apaziguamento, segundo as fontes do governo. A decisão foi tomada na segunda-feira à noite, no Palácio do Eliseu, e deve ser apresentada durante esta manhã aos deputados do partido de Emmanuel Macron.

O movimento de “coletes amarelos” nasceu espontaneamente num sinal de protesto contra a taxação de combustíveis em França. As ações de contestação estão a causar grande embaraço ao Governo francês, tendo corrido mundo as imagens dos violentos confrontos entre manifestantes vestindo coletes amarelos e a polícia, desde 19 de novembro, na emblemática avenida dos Campos Elísios, em Paris.

As reivindicações dos coletes amarelos não mudaram, mesmo depois do Presidente Emmanuel Macron se ter dirigido à nação.

A grande carga de impostos, perda do poder de compra e desilusão geral com o Governo são as queixas mais comuns entre quem está a manifestar nas ruas do país.

O fim de semana ficou marcado em França por violentos protestos do movimento dos “coletes amarelos”, sobretudo por desacatos em Paris e por atos de vandalismo no Arco do Triunfo. O monumento, que é símbolo emblemático de Paris, foi pintado, o seu museu saqueado e uma estátua partida.

O ministro do Interior, Christophe Castaner, no sábado, não excluiu a hipótese de declarar estado de emergência no país. O estado de emergência é declarado em “em casos de perigo iminente, como resultado de quebras na ordem pública ou no caso de ameaças, pela sua natureza e gravidade”. É uma ferramenta de último recurso e só pode ser declarada num período máximo de 12 dias – que podem ser prolongados pelo Presidente.

Também a oposição teve algo a dizer. Marine Le Pen, líder da União Nacional e principal figura da extrema direita francesa, e Jean-Luc Mélenchon, líder da França Insubmissa, pediram eleições antecipadas devido à “gravidade da crise política”.

Os últimos dados indicam que 136 mil pessoas se juntaram à mobilização dos “coletes amarelos” e que houve 263 feridos, além de centenas de detidos.

ZAP // Lusa

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19 Comments

  1. exactamente, enquanto o poder politico não tiver medo a sério do poder popular, atenção, não estou a falar daquele poder popular da esquerda pcp, bloco, etc , mas sim de todos nós insurgirmos contra este estado da nação que permite salgados, zeinaldos, bpn, bes, socrates, varas, etc e toda essa gentalha que nos anda a roubar e a gozar com o pagode, irão continuar a usar os recursos do estado (todos nós) a seu bel prazer. temos de lhe incutir um medo de morte , sem isso isto não vai lá !!!!

  2. Nós por cá vamos continuar com o adicional do ISP!
    O Costa disse que palavra dada era palavra honrada, e que o adicional do ISP baixaria quando o crude aumentasse, mas afinal parece que o homem mente com todos os dentes que tem e que não tem, e mesmo quando o crude aumentou o ISP ficou sem retomar os valores originais.
    Os parvos de serviço do PCP e BE que eram contra o adicional do ISP, afinal já não são bem contra, porque tal, e coiso, e assim…
    Contas feitas, em França parece que o salário médio é superior a 2000€ e irão ter carga fiscal nos combustíveis mais baixa que a nossa.
    Por cá temos uma geringonça que zela pelo “bem estar” dos portugueses e continua tudo “na boa”.
    De facto, França e Portugal não são a mesma coisa…

    • Concordo que o Costa (e companhia) estão a falhar à palavra dada sobre o ISP, mas, na França a carga fiscal nos combustíveis continua superior!..

      • Arre que este ser é mesmo burro! Os impostos são praticamente idênticos nos dois países. Mas a grande diferença está no nível de salários. E isso faz toda a diferença!

      • “na França a carga fiscal nos combustíveis continua superior”
        SERÁ?!
        Mesmo que fosse superior (que não é), faz sentido aplicar no nosso país uma imposto regressivo (que afeta do mesmo modo ricos e pobres, quem tem e quem não tem) igual ao que é aplicado num país onde o salário mínimo é de, pasmem-se, 1498,47€?
        A resposta é óbvia: NÃO!
        O que a geringonça está a dizer é que nós podemos pagar muito bem pelos combustíveis aquilo (ou ainda mais) que os franceses pagam, apesar de sermos muito mais pobres.

          • Eu!, os argumentos de autoridade são usados por gente que pouco sabe…
            Em Portugal a o peso dos impostos é de 63% na gasolina e 56% no gasóleo.
            Em França o peso dos impostos é de 62% na gasolina e 57% no gasóleo.
            Ou seja, o peso dos impostos é o mesmo em Portugal e França: em média 59,5%.
            Já agora, talvez seja esclarecedor da exploração a que a geringonça nos sujeita saber que temos o mesmo peso nos impostos quando em Portugal o salário médio é de 846€ e em França o salário médio é de 2.225€!
            A isto chama-se redistribuição da miséria…

  3. A França é o país mais socialista da Europa. As pessoas revoltaram-se com a carga fiscal. Os socialistas só são bons nisso, inventar e aumentar taxas

  4. É para isto que o hoax, a invenção da historia do aquecimento global por causa do CO2 serve. Para controlar a liberdade da população e aumentar impostos

  5. Vamos também nós os portugueses copiar os franceses, vestir os coletes amarelos.
    IVA da eletricidade igual ás touradas 6%
    combustíveis e portagens mais baratos,
    contem comigo para para a manifestação, ou manifestações.

  6. O preço dos combustíveis em França e Portugal é praticamente o mesmo, e a carga de impostos é essencialmente a mesma, apesar das diferenças no poder de compra (maior em França). Ora, parece lógico que em França os combustíveis poderiam ou deveriam ser mais caros. E se as políticas destes impostos é, entre outras, desincentivar gradualmente o seu uso para se passar para a electrificação da frota rodoviária, não vejo qualquer problema no aumento desses impostos em França. Com um ajuste no IRS nos 2 escalões mais baixos estava resolvido o problema do impacto nas famílias mais pobres.
    Acho curioso que nenhum comentador refira o FACTO que os produtos petrolíferos são para ACABAR. A natureza encarregou-se, durante milhões de anos, de equilibrar o sistema enterrando aquele carbono todo, e no último século andamos a queimar daquilo. Falar de petróleo é como falar de VHS: é coisa do passado! Eu visto o colete amarelo é quando pararem de investir em renováveis!

    • Pois, e porque em vez de desincentivar o uso dos combustíveis fósseis não incentivam outras fontes de energia, aí a iniciativa já parecia séria e não soava a uma maneira fácil de encher os bolsos da máquina fiscal, que no fundo é disso que, obviamente, se trata.
      Caro José Santos, você também está para acabar. Mesmo sem o conhecer não lhe dou mais de 100 anos (vá lá, para ser simpático…), bem menos do que as previsões para o esgotamento total dos combustíveis fósseis. Deveremos por isso ignorá-lo completamente, quiçá condená-lo ao fim desde já, até porque com o passar do tempo a sua existência será cada vez menos eficiente, terá cada vez mais custos, ficará cada vez mais cara aos contribuintes, estará associada a mais resíduos, haverá alternativas mais capazes à sua pessoa, etc., etc.

      E já agora, nas tais alternativas tão anunciadas, já alguém pensou no peso para o planeta da produção da totalidade de baterias que irão apetrechar todas as viaturas? E o impacto de deitar fora todos as actuais viaturas? E por acaso sabe que muitas viaturas eléctricas de facto consomem até bem mais combustíveis fósseis que as viaturas convencionais (muita da energia eléctrica usada para carregar viaturas eléctricas é produzida pela queima de combustíveis fósseis, num processo menos eficiente do que a queima directa nos motores de combustão dos carros actuais).
      Vá lá, deixe de pensar só em si, que se calhar não precisa de se deslocar todos os dias centenas de quilómetros em trabalho, e deixe que o mundo expresse o seu descontentamento e noção de injustiça. Para resignados já chegam os portugueses!

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