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“Diga ao seu chefe que a coisa está feita.” Gravação pode comprometer príncipe saudita

secdef / Flickr

O príncipe saudita Mohammed bin Salman

Um membro da equipa suspeita de ter assassinado o jornalista disse ao telefone que quem estivesse do outro lado da linha podia “dizer ao chefe” que a missão fora levada a cabo. As autoridades turcas acreditam que o “chefe” seja o príncipe Mohammed bin Salman.

Depois de Jamal Khashoggi ter sido assassinado no consulado saudita de Tambul, um membro da equipa suspeita de ter assassinado o jornalista terá dito ao telefone, a quem estava do outro lado da linha: “Diga ao seu chefe que a coisa está feita.”

Segundo o The New York Times, as autoridades turcas acreditam que o “chefe” seja o príncipe herdeiro saudita, Mohammed bin Salman. A gravação pode, então, ser uma prova forte que liga o príncipe saudita ao crime.

A chamada terá sido feita por Maher Abdulaziz Mutreb, que integra frequentemente uma equipa de segurança do príncipe Mohammed bin Salman. As autoridades acreditam que Mutreb falava com alguém próximo do príncipe. Ainda assim, os Estados Unidos e a própria Turquia ressalvam que esta gravação não é uma prova incriminatória definitiva, dado que não envolve diretamente o príncipe.

Ainda esta terça-feira, em comunicado, a Arábia Saudita voltou a negar que o príncipe herdeiro saudita “tivesse qualquer conhecimento” do assassinato de Jamal Khashoggi, adianta o Diário de Notícias.

A Turquia permitiu que os Estados Unidos e outros países, como a França e o Canadá, ouvissem a gravação em causa, tendo fornecido também algumas transcrições. Contudo, esta ainda não foi disponibilizada para uma análise independente.

A verdade é que as relações entre os Estados Unidos e a Arábia Saudita se mantêm inalteradas. A Casa Branca justifica-se com o facto de não existirem provas concretas do envolvimento do país aliado da Administração Trump no homicídio do jornalista.

No entanto, avança o jornal norte-americano, a mudança de poder no Congresso, na sequência das eleições intercalares nos Estados Unidos, onde os democratas estarão em maioria, pode aumentar a pressão sobre a Casa Branca para tomar medidas.

Além disso, esta semana, a CIA marcará presença no Congresso, pelo que a diretora Gina Haspel, que já ouviu a gravação, deverá ser pressionada a pronunciar-se sobre o alegado envolvimento do príncipe herdeiro saudita.

ZAP //

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