O ministro da Defesa, Azeredo Lopes, admitiu hoje não saber se o material militar recuperado em outubro de 2017 corresponde ao roubado quatro meses antes dos paióis de Tancos.
“Não digo nem que sim, nem que não”, afirmou o ministro da Defesa, Azeredo Lopes, durante uma reunião da comissão de Defesa, no parlamento, pedida pelo CDS-PP, centrada nas alegadas discrepâncias dentro do Governo e no Exército sobre o material furtado em junho de 2017 e o que foi recuperado em outubro desse ano, na Chamusca.
“Continuo sem ter a certeza sobre se falta material ou se é uma falha de inventário. Não digo nem que não, porque não tenho elementos para validar qualquer das teses. E aguardo tranquilamente que o Ministério Público diga de sua justiça”, afirmou Azeredo Lopes em resposta a uma pergunta do deputado do BE João Vasconcelos.
Antes, em resposta ao deputado João Rebelo, do CDS-PP, o ministro insistiu que foi mais categórico nas afirmações que fez, sobre a recuperação do material, em outubro, por se basear num comunicado, na altura, da Polícia Judiciária Militar.
As “declarações foram feitas de boa fé”, em outubro de 2017, e partiram do “comunicado da Polícia Judiciária Militar”, disse.
Em julho, numa audição na comissão parlamentar de Defesa, o Chefe do Estado Maior do Exército, general Rovisco Duarte, referiu que nunca deu garantias de que todo o material tina sido recuperado.
A 18 de outubro passado, a Polícia Judiciária Militar recuperou, na zona da Chamusca, quase todo o material militar que tinha sido furtado da base de Tancos no final de junho, à exceção das munições de 9 milímetros.
Contudo, entre o material encontrado, num campo aberto na Chamusca, num local a 21 quilómetros da base de Tancos, havia uma caixa com cem explosivos pequenos, de 200 gramas, que não constava da relação inicial do que tinha sido roubado.
“Nunca o Exército deu garantias de que o material encontrado correspondia exatamente ao material furtado, nem o poderia fazer por várias ordens de razões”, disse o general Rovisco Duarte.
ZAP // Lusa