Diplomatas contestam nomeação de Sampaio da Nóvoa para a UNESCO

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António Sampaio da Nóvoa

A associação de Diplomatas fez, esta terça-feira, um apelo ao Governo para que reconsidere a nomeação de Sampaio da Nóvoa para embaixador da UNESCO.

Esta terça-feira, a Associação de Diplomatas reagiu à nomeação de Sampaio da Nóvoa como embaixador de Portugal junto do Organismo das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO) com “completa surpresa”.

Em comunicado enviado ao Expresso, a associação afirma que “o valor demonstrado pela diplomacia portuguesa possa ser suspenso pela nomeação de um embaixador político para um posto diplomático quando não existe um excecionalismo de circunstâncias que o pudesse vir a tentar sustentar”.

Para a Associação de Diplomatas, esta representação deve assentar “no exercício profissional do ofício diplomático”, que se aprende durante uma vida “dedicada ao serviço público”.

A nota termina, segundo o jornal, com um apelo por parte da associação ao Governo, para reconsiderar a intenção de nomear o ex-candidato à Presidência da República para o cargo.

A escolha do Governo, que incidiu em Sampaio da Nóvoa, foi revelada na passada sexta-feira. A nomeação aconteceu depois de Portugal ter sido eleito até 2021 para o conselho executivo da organização, e de a semana passada o ex-reitor, que não tem experiência na diplomacia, ter mostrado abertura para uma nova candidatura presidencial.

O ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, explicou que a nomeação de Sampaio da Nóvoa assentava em três fatores.”A primeira é que o professor é uma autoridade internacionalmente reconhecida”, a segunda por ser um “perito nas áreas da Educação e da Ciência” e, por último, pelo conhecimento da própria atividade da UNESCO.

Pela UNESCO passaram “embaixadores ditos políticos” como Maria de Lurdes Pintassilgo, José Augusto Seabra, Manuel Maria Carrilho, e em breve António Sampaio da Nóvoa. Atualmente, o representante da delegação permanente de Portugal junto da UNESCO é o embaixador José Filipe Morais Cabral, que acumula com o de embaixador em Paris.