O presidente do Eurogrupo e ministro das Finanças da Holanda, Jeroen Dijsselbloem, era um dos destinatários das cartas com explosivos encontradas pela polícia da Grécia, como a que foi enviada ao Fundo Monetário Internacional em Paris, confirmou esta quarta-feira à Agência EFE o porta-voz do FMI.
O incidente não tem relação com a recente polémica que envolveu o presidente do Eurogrupo, Jeroen Dijsselbloem, que numa entrevista a um jornal alemão disse que os países do sul da Europa pedem ajuda mas gastam o dinheiro em “álcool e mulheres”.
Na sequência da entrevista, os governos de Portugal e Espanha pediram a demissão imediata de Dijsselbloem.
A carta com explosivos destinada a Dijsselbloem terá sido enviada pela organização terrorista grega Conspiração dos Núcleos do Fogo. Fontes da União Europeia não confirmaram se outra dessas mensagens estava dirigida ao comissário europeu dos Assuntos Economicos e Financeiros, Pierre Moscovici.
“Corresponde às agências gregas responsáveis por fazer cumprir a lei dar mais informação”, indicaram as fontes.
O vice-presidente da Comissão Europeia para o Euro, Valdis Dombrovskis, indicou esta terça-feira em conferência de imprensa no final do Conselho de Ministros de Finanças da UE que as autoridades europeias estão a acompanhar estes eventos “com preocupação”.
O serviço antiterrorista da polícia grega está a analisar oito cartas similares às duas cartas enviadas na semana passada ao ministro das Finanças alemão e aos escritórios do FMI em Paris, e que foram descobertas numa agência dos correios, segundo detalhou nesta segunda-feira a imprensa grega.
A emissora estatal da Grécia, “ERT”, afirmou que entre os remetentes figuravam personalidades da economia e de universidades gregas, e que entre os destinatários havia funcionários da UE e homens de negócios.
Das duas cartas enviadas da Grécia na semana passada, somente a destinada ao ministro de Finanças da Alemanha, Wolfgang Schäuble, na quarta-feira passada, foi reivindicada até agora pela Conspiração dos Núcleos do Fogo, organização criada em 2008, com inspiração anarquista, e considerada extinta até à sua reaparição em outubro do ano passado.
O outro envelope com explosivos enviado da Grécia causou ferimentos em uma pessoa na sede do FMI em Paris no dia 16 de março.
// EFE