A defesa de José Sócrates alegou esta terça-feira que o prazo dado pela Procuradora-Geral da República para concluir o inquérito ‘operação marquês’ terminou à meia-noite de segunda-feira, pelo requereu a notificação do despacho de arquivamento.
Numa conferência de imprensa realizada ao final da tarde desta terça-feira os advogados João Araújo e Pedro Delille indicaram que o prazo de 180 dias para terminar o inquérito dado pela Procuradora-Geral da República, Joana Marques Vidal, a 14 setembro de 2016, terminou às 24:00 do dia 13 de março.
“Requeremos hoje à PGR para sermos notificados do despacho de enceramento do inquérito. Todos os atos praticados depois do dia 13 são indiscutivelmente ilegais”, disse João Araujo.
Na segunda feira, o ex-primeiro-ministro foi interrogado pela terceira vez, numa numa maratona final de audiências que envolve outros arguidos no âmbito da “Operação Marquês”.
O interrogatório ao ex-primeiro-ministro terá incidido sobre os últimos elementos da investigação que estão relacionados com os negócios da Portugal Telecom (PT) e com a transferência de vários milhões de euros do Grupo Espírito Santo para o empresário Carlos Santos Silva, apontado como o ‘testa de ferro’ do antigo líder socialista.
À saída de um interrogatório com quase 7 horas de duração, Sócrates – que está indiciado por corrupção, fraude fiscal qualificada e branqueamento de capitais – afirmou que “o Ministério Público fez alegações absurdas e estapafúrdias“.
O negócio da fusão da PT com a OI “foi feita, muito mais tarde, em 2013. Podem pedir responsabilidades ao governo de Passos Coelho que tomou a decisão de abdicar da Golden Share”, enfatizou Sócrates, observando que “essa história” em que o pretendem envolver “está muito mal contada”.
ZAP // Lusa