O ex-presidente do Novo Banco, Vítor Bento, considera que o governo pode optar por nacionalizar a instituição financeira para resolver os problemas que esta enfrenta.
Uma ideia que o economista defende em entrevista ao jornal Diário Económico, no qual constata que a nacionalização é “uma saída possível” para o Novo Banco e que “a venda não será já muito favorável”.
Para Vítor Bento, o futuro do chamado Banco Bom, nascido da queda do BES, depende de “uma opção política”, cabendo ao governo “estudar as várias alternativas” existentes para “ver qual a configuração que seria desejável ou conveniente ou menos disruptiva para a economia e para a sociedade portuguesa daqui por uns anos”.
Sobre uma possível venda, o ex-líder do Novo Banco nota que não é a melhor solução no imediato, porque “estamos num momento de vulnerabilidade da banca, em que os bancos estão todos com o valor de mercado abaixo do valor contabilístico”.
Vítor Bento destaca ainda na mesma entrevista que “o problema dos lesados do BES já devia ter sido resolvido” e diz que o conflito público entre o primeiro-ministro, António Costa, e o governador do Banco de Portugal, Carlos Costa, “é penoso para a sociedade em termos de confrontos institucionais na praça pública”, embora note que não é “inédito”.
Na quinta-feira passada, o primeiro-ministro sublinhou ter considerado “lamentável” a forma como se arrasta a situação dos lesados do BES, “que é dramática para muitas famílias que confiaram as suas poupanças numa instituição e muitas delas foram logradas nessa confiança”.
Costa indicou ainda Diogo Lacerda Machado, seu amigo e homem de confiança, para liderar as negociações entre o BdP e a CMVM com vista a chegar a um entendimento sobre esta questão.
Na sequência destas críticas, também Carlos César, líder do grupo parlamentar do PS, apontou o dedo ao governador do Banco de Portugal e à atuação de Carlos Costa.
“Há uma realidade que os portugueses vivem de alguma falta de confiança, ou pelo menos de uma avaliação frágil, quer dos depositantes, quer dos utilizadores do sistema bancário, em relação ao regulador, o Banco de Portugal”, defendeu.
Apesar de todas estas pressões, tanto da parte do Governo como dos socialistas, Carlos Costa estará decidido a resistir e não se vai demitir do cargo, até porque tem a salvaguarda da lei, algo que dificulta a sua demissão.
ZAP
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É melhor do que o vender ao desbarato como foi o BPN e o BANIF. Já deviam ter estes casos como experiência e que só trouxe mais perdas para os contribuintes.
Com um governo de esquerda e extrema-esquerda sempre na defesa de tudo o que é nacionalizado não percebo porque razão o senhor Costa foi tão lampeirinho entregar o BANIF de mão beijada onde o Estado já detinha mais de 60% de capital, agora tem aqui uma oportunidade para nacionalizar o Novo Banco.
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