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Não uma, não duas, mas 70 condições. Só assim o PCP dá aval ao Orçamento

Nuno Veiga / Lusa

Jerónimo de Sousa, João Oliveira e António Filipe

No arranque das Jornadas Parlamentares, esta quinta-feira, os comunistas elencaram o conjunto de matérias que consideram essenciais para a legislatura.

O secretário-geral do partido, Jerónimo de Sousa, deixou claro que ainda não tem, “a priori”, uma posição fechada sobre o próximo Orçamento do Estado, mas João Oliveira não podia ser mais tenaz: em termos de exigências, o “elenco é longo”.

O presidente do Grupo Parlamentar do partido fez questão de enumerar as medidas que o PCP considera fundamentais para o próximo Orçamento do Estado, uma lista longa que, segundo João Oliveira, nem sequer “esgota o conjunto da cerca de 70 iniciativas legislativas” apresentadas pelos comunistas nestes primeiros meses da legislatura.

A mensagem é simples: para o Governo poder contar com o voto favorável dos comunistas no próximo Orçamento, precisa de dar sinais de que vai acomodar as suas pretensões. E, para já, o PCP não vê sinais disso.

“O PCP não prescindirá de intervir”, disse Jerónimo de Sousa, acrescentando que “não temos, a priori, nenhuma apreciação construída”. Ainda assim, o Expresso garante que as linhas vermelhas estão bem delineadas do lado do PCP.

Para os comunistas, “a principal questão é saber se o ritmo orçamental que o Governo estabeleceu com toda a precisão para obedecer integralmente as regras da União Europeia é compatível com o ritmo exigível para dar a resposta necessária e inadiável aos problemas que o país enfrenta”.

António Costa fica em mãos com um dilema: de um lado, as exigências europeias, e do outro as exigências dos antigos parceiros de esquerda.

Farpas ao Bloco de Esquerda

“Somos o grupo parlamentar com maior número de iniciativas apresentadas”, declarou João Oliveira a propósito das 70 iniciativas legislativas já entradas na Mesa da Assembleia da República, para depois criticar a falta de “destaque mediático” ao partido.

“Outros decidem entregar as suas cópias dos nossos originais“, acrescentou, referindo-se – ainda que nas entrelinhas – ao Bloco de Esquerda. O pretexto mais recente é, de acordo com o matutino, a proposta de redução da idade da reforma para os 65 anos, uma bandeira reclamada há anos pelo PCP.

ZAP //

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