Até esta segunda-feira, o nosso país vizinho registou um total de 33.089 casos de infeção pelo novo coronavírus, mais 4.517 do que no dia anterior.
Dados do Ministério da Saúde espanhol revelam que Espanha registou um total de 33.089 casos de infeção, mais 4.517 do que na véspera. Ao todo, morreram 2.182 pessoas (462 nas últimas 24 horas), havendo, neste momento, 2.355 pessoas internados nos cuidados intensivos (32% do total de infetados). Tiveram alta 3.355 pessoas, e são consideradas como curadas.
A região mais atingida pela Covid-19 é a de Madrid, com 10.575 infetados e 1.263 mortos, seguida pela da Catalunha (5.925 e 245), País Basco (2.421 e 120) e Castela-Mancha (2.078 e 145).
Este domingo, numa videoconferência com os presidentes das comunidades autónomas do país, o primeiro-ministro comunicou ao país que o Governo espanhol decidiu pedir autorização ao parlamento para prorrogar por mais 15 dias o “estado de emergência” em vigor até ao próximo sábado.
A proposta de prolongar o “estado de emergência” não deverá ter qualquer problema em ser aprovada pelo Congresso dos Deputados (câmara baixa do parlamento espanhol), depois de todos os principais partidos de direita, na oposição, já terem manifestado que estão ao lado do Governo na luta contra a pandemia de Covid-19.
Espanha vive momentos duros, especialmente a capital, que regista 70% dos casos de todo o país e mais de mil mortes. Em Madrid, os pavilhões da IFEMA, a Feira Internacional da capital espanhola, foram transformados em hospital de campanha e preparam-se para receber milhares de doentes. O sentimento geral é que o pior ainda está para vir.
Aliás, foi essa a mensagem de Pedro Sánchez no passado sábado: “Estamos num momento muito crítico e dias mais duros vão chegar. O pior está para vir e porá à prova as nossas capacidades”.
Segundo uma reportagem do El País, os profissionais de saúde não têm dúvidas de que “esta é a guerra da nossa geração“. As unidades de cuidados intensivos (UCI) dos hospitais de Madrid estão a dar resposta ao dobro dos doentes que a sua capacidade normal permitiria, e os médicos, enfermeiros e auxiliares estão no limite das suas forças.
Soma-se a estas dificuldades a falta de equipamento médico e de proteção. Ao diário espanhol, María Antonia Estecha, chefe de serviço da UCI do Hospital Virgen de la Victoria de Málaga, conta que “o trabalho é imenso, esgotante, stressante, estás com a bata, a máscara e o gorro, falta-te o oxigénio e os óculos embaciam-se. Nunca tinha vivido nada assim. É titânico. Queria que fosse um filme e chegasse ao fim.”
A médica está a trabalhar há duas semanas quase sem descanso, a tratar doentes em estado crítico e a evitar ser infetada. E se uma UCI é sempre um cenário dramático, em plena pandemia de Covid-19 ainda mais.
O Executivo espanhol enfrenta constantes críticas internas, nomeadamente por ter agido tarde e de forma menos contundente do que exigia a situação. No entanto surgem também pressões de patrões e sindicatos para que Pedro Sánchez exija de Bruxelas medidas urgentes para suavizar a crise económica e social que se seguirá à crise sanitária no país.
O primeiro-ministro espanhol responde com um apelo à unidade num momento de crise, pedindo que se deixem as críticas para depois de vencida esta batalha. Além disso, garante que as medidas tomadas estão de acordo com as recomendações da Organização Mundial de Saúde (OMS) e “foram as mais drásticas e estritas de toda a Europa e mundo”.
ZAP // Lusa
Alguém pode explicar como é que as 2355 pessoas em cuidados intensivos representam 32% do total de infectados (33089 pessoas)?
Deve ser 32% do total de internados, não de infetados, diria eu.