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Governo admite fechar fronteiras. Número de infetados em Portugal sobe para 31

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Manuel Fernando Araújo / Lusa

Hospital de Campanha no São João, Porto

O número de casos confirmados de infeção por Covid-19 subiu para 31, divulgou este domingo, já no final da noite, a Direção-Geral da Saúde (DGS). Esta segunda-feira, o Governo admitiu fechar fronteiras e impor quarentena forçada a doentes infetados com o novo coronavírus, caso seja necessário.

Esta segunda-feira, em declarações à TSF, a secretária de Estado da Administração Interna, Patrícia Gaspar, disse que, se for necessário, o Governo tem condições para impor quarentena a pessoas infetadas pelo novo coronavírus e encerrar fronteiras.

No entanto, a responsável sublinhou, em simultâneo, que os portugueses infetados têm tido um comportamento solidário e que não deverá ser necessário adotar medidas extremas. “Estaremos em condições [de garantir quarentenas forçadas], mas estamos convencidos de que isso não será necessário.”

Há uma semana, foi ativada a equipa oficial da Comissão Europeia de resposta à COVID-19 e Patrícia Gaspar será a interlocutora do Governo português para esta equipa.

Durante a entrevista, a secretária de Estado admitiu que não está descartada a hipótese de Portugal encerrar as fronteiras. “Neste momento, o fecho de fronteiras ainda não foi identificado como absolutamente essencial; se o for, é praticamente garantido que as autoridades o avaliarão e poderá ser essa uma das opções tomadas.”

31 casos confirmados em Portugal

Portugal registou um novo caso de infeção por coronavírus, elevando assim para 31 o número total de pacientes infetados. Segundo a SIC Notícias, o caso mais recente é o da mãe de uma jovem do Algarve que esteve recentemente em Itália e que foi o primeiro caso confirmado na região. Duas irmãs desta jovem estão atualmente em isolamento.

A mulher infetada é professora na Escola Básica 2,3 Professor José Buísel, em Portimão. A escola já foi encerrada, a par da Escola Secundária Manuel Teixeira Gomes também nesta cidade, onde há 1.800 alunos sem aulas.

Segundo o Público, a mãe está internada no Hospital Curry Cabral, em Lisboa, um dos hospitais de referência para este tipo de casos, enquanto que a adolescente foi levada para o hospital Dona Estefânia. Ambos os testes foram feitos em Lisboa, mas, a partir desta segunda-feira o Algarve fará os testes localmente, no Laboratório Regional de Saúde Pública.

A DGS adianta que há 56 pessoas a “aguardar resultado laboratorial”, 281 casos suspeitos e 447 “contactos em vigilância pelas Autoridades de Saúde”. Todos os pacientes com o novo coronavírus estão hospitalizados. Do total de doentes, 18 são homens e 13 são mulheres.

É na região Norte continua que se regista o maior número de casos confirmados de infeção com o novo coronavírus, seguido da Grande Lisboa tem casos confirmados, Coimbra e Portimão.

A epidemia de Covid-19, a doença provocada pelo novo coronavírus, foi detetada em dezembro, na China, e já provocou mais de 3.800 mortos. Cerca de 110 mil pessoas foram infetadas em mais de uma centena de países. Mais de 62 mil recuperaram.

Governo e parceiros sociais reúnem-se hoje

O Governo e os parceiros sociais reúnem-se esta segunda-feira, na Concertação Social, para discutir medidas relativas ao impacto do Covid-19. A convocatória foi enviada pelo Conselho Económico e Social a pedido do gabinete da ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, Ana Mendes Godinho.

A reunião da Comissão Permanente de Concertação Social tem como ponto único da ordem de trabalhos “medidas relativamente ao Covid-19”.

No sábado, a ministra da Saúde, Marta Temido, e a diretora-geral da Saúde, Graça Freitas, anunciaram, numa conferência de imprensa conjunta, que as visitas a hospitais, lares e estabelecimentos prisionais da região Norte foram suspensas temporariamente devido à epidemia Covid-19 e recomendaram o adiamento de eventos sociais. A par, vários estabelecimentos de ensino encerraram ou suspenderam aulas.

O Governo publicou na semana passada um despacho para garantir que os trabalhadores em quarentena por determinação de autoridade de saúde devido ao surto de Covid-19 vão receber integralmente o rendimento nos primeiros 14 dias, num regime “equiparado a doença com internamento hospitalar”.

A Organização Mundial de Saúde (OMS) declarou o surto de Covid-19 como uma emergência de saúde pública internacional e aumentou o risco para “muito elevado”.

Em Portugal, quem suspeitar estar infetado ou tiver sintomas – que incluem febre, dores no corpo e cansaço – deve contactar a linha SNS24 através do número 808 24 24 24 para ser direcionado pelos profissionais de saúde. Não se dirija aos serviços de urgência, pede a Direção-geral de Saúde.

A Direção-Geral da Saúde (DGS) lançou um microsite sobre o novo coronavírus (Covid-19), onde os portugueses podem acompanhar a evolução da infeção em Portugal e no mundo e esclarecer dúvidas sobre a doença.

ZAP // Lusa

12 Comments

  1. “A Direção-Geral da Saúde (DGS) lançou um microsite sobre o novo coronavírus (Covid-19), onde os portugueses podem acompanhar a evolução da infeção em Portugal e no mundo e esclarecer dúvidas sobre a doença.” – Seria interessante divulgarem o link e não apenas o texto.

  2. Há malta que, como até tem muito bom-senso (apesar de estar de quarentena), vai participar num encontro de Tunas na Beira Baixa, mas sem stress… O_o
    Depois admiram-se de não perceber como se propagam estas coisas… Egoísmo e estupidez são 2 pontos fortes por cá!

  3. Fecham as fronteiras, mas os serviços públicos continuam a funcionar e muitas vezes além da sua capacidade…
    Se isto é prevenção, eu vou ali e já venho!

    • E triste de dizer e acho inaceitável, mas já reparou que este COVID-19 veio dar um jeitão?
      É a selecção natural no seu melhor, já que não há guerras na Europa para controlar a população, controla-se assim. O SNS e o Fundo de Pensões estão a rebentar com falta de dinheiro, sabe-se lá por quê, e sabe-se, assim torna-se sustentável, só vão os mais fracos, os que mais custam ao governo, atenção que acho inaceitável.

      • Esse alegado vírus de laboratório gringo veio dar um jeitaço aos fundos de pensões ocidentais e mais uma vez aos laboartórios de drogas farmacêuticas

  4. Concordo com tudo o que já foi dito, acrescento ainda, que as autoridades deveriam já ter acabado com a imbecilidade, o egoísmo, o primitivismo e “terceiromundismo” do açambarcamento que se verifica por todo o lado, no que diz respeito a desinfectantes e produtos de limpeza, no Sábado precisei de vinagre de limpeza para limpar uma caixa de um animal de estimação e estava esgotado, comentário do empregado “Já levaram tudo, tudo o que desinfecte vai”, fui por curiosidade ver o álcool e já não havia nenhum, nem água oxigenada.

  5. E a crise económica que está a espalhar-se a toda a velocidade nas economias da união europeia e por diversos países ao redor Mundo?

    Quando o corrupto sistema financeiro criado e imposto pelo regime da Inglaterra a diversos países europeus e de outros Continentes, que gera desemprego, miséria, e pobreza, for feito falir novamente como é que os cidadãos Portugueses e a economia de Portugal se irão salvaguardar dessas consequências?

  6. Não é aquilo que é divulgado que me preocupa, mas sim aquilo que me escondem . Desde ao primeiro foco desta nova estirpe, da forma “estranha”que apareceu, e a rápida propagação Mundial; .. Tenho razões pessoais para duvidar da verdadeira origem da mutação deste Corona altamente virulento e mortífero, particularmente para certas pessoas Imunodéficientes. Sem ser de modo nenhum “Paranóico”, penso não ser o único com “Duvidas” !

  7. Os nossos concidadãos que regressaram da China e se propuseram ficar em quarentena durante 14 dias deram-nos uma grande lição de civismo e de inteligência. Porém, parece que de pouco ou de nada serviu, sobretudo para quem a deveria ter aproveitado, a começar pelo Governo, que se limitou a palavreados de passa-tempo em vez de ter agido de imediato como a anunciada situação já impunha. Por ignorância ou insensatez, quem manda preferiu manter as portas escancaradas à espera do visitante corona, talvez a pensar que, não impondo nada, mostrava ser democrata a sério. Fala agora em encerrar fronteiras. Como sempre fora de horas, mas mais vale tarde do que nunca, digo eu.
    Culpados, há-os também do lado de cá, isto é, entre a população governada, nomeadamente quem se deu ao trabalho de sair do País regressar com a maldita “semente” sem ter pensado nisso, desprezando o ensinamento dos que tinham vindo da China.
    Se o panorama vier a ficar feio, a situação pode vir a configurar-se como resultado de acções criminosas. E isso pode dar origem à actuação da Justiça. Espero que não seja necessário chegar-se a tanto.S

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