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24 casos de Legionella. Marcelo visitou Hospital S. Francisco Xavier

PSD / Flickr

Marcelo Rebelo de Sousa

O número de casos de doença dos legionários detetados no Hospital de São Francisco Xavier em Lisboa, desde o dia 31 de outubro, subiu para 24, que foram “confirmados laboratorialmente”, informou o Serviço Nacional de Saúde (SNS).

“Foram diagnosticados, desde o passado dia 31 de outubro, no Hospital de São Francisco Xavier, integrado no Centro Hospitalar de Lisboa Ocidental, 24 casos de doença dos legionários, confirmados laboratorialmente”, indica o SNS numa nota publicada no site.

O último balanço de sábado dava conta de 19 doentes.

Do total, “23 doentes passaram pelo Centro Hospitalar de Lisboa Ocidental”, enquanto “um outro caso com ligação epidemiológica ao Hospital de São Francisco Xavier foi diagnosticado numa unidade de saúde privada”, precisa o SNS, indicando que nove destes casos foram “diagnosticados na passada sexta-feira”.

Apenas um dos afetados já teve alta “e os restantes mantêm-se internados, dos quais dois em unidade de cuidados intensivos, três na urgência e 17 em enfermaria”, adianta o Serviço Nacional de Saúde.

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, deslocou-se esta noite ao hospital “para se informar sobre os casos de ‘legionella’ surgidos nos últimos dias”, indica Belém.

De acordo com uma nota publicada na página Internet da Presidência da República, a visita de Marcelo à unidade hospitalar deu-se após contacto com o ministro da Saúde, Adalberto Campos Fernandes.

“Recebido pela Diretora-geral de Saúde e pelos principais dirigentes daquele estabelecimento hospitalar, foi exposto ao Presidente da República todo o trabalho desenvolvido no acompanhamento dos pacientes, a dedicação e competência dos profissionais envolvidos para enfrentar os referidos casos”, é referido na nota.

Este sábado, a diretora-geral de Saúde, Graça Freitas, afirmou que “nada falhou” na prevenção e nas medidas de controlo da infeção com a bactéria Legionella neste hospital.

Não falhou nada. (…) Há um equilíbrio entre o que conseguimos fazer para contrariar a Natureza e a própria Natureza”, disse a responsável em conferência de imprensa, em Lisboa, acrescentando que “nem sempre as melhores medidas conseguem contrariar esta dinâmica das bactérias”.

Graça Freitas explicou que o Hospital São Francisco Xavier “tem um programa de vigilância rigoroso” para controlar bactérias na rede de água”, mas que “mesmo assim elas conseguiram encontrar condições para se desenvolver”.

Mas sublinhou que foi feito “tudo o que é importante”: “primeiro, tratar os doentes, detetar a situação, perceber se há um surto, tomar medidas corretivas e quebrar a cadeia de transmissão”.

A presidente do Conselho de Administração do Centro Hospitalar Lisboa Ocidental (CHLO), Rita Pérez, especificou que o São Francisco Xavier faz análises regulares aos pontos críticos para este tipo de bactérias e que as mais recentes, de outubro, deram negativo.

“O Hospital tem o seu plano de prevenção para estes eventuais casos. São feitas análises: umas de 15 em 15 dias, outras de mês a mês e outras de três em três meses. Todas elas no mesmo sentido. Nos pontos mais críticos são feitas de 15 em 15 dias, que são as tais torres de refrigeração. (…) Nas análises aos pontos mais críticos, as últimas são de outubro, e deram negativo”, disse.

Nos últimos dois anos, acrescentou a responsável do CHLO, o São Francisco Xavier teve 27 casos de “legionella”, ainda que se tenha tratado de casos isolados, de pessoas que foram internadas de outros locais já com a doença.

Rita Pérez explicou ainda o porquê de a Direção-Geral de Saúde não ter dado mais cedo o aviso de “legionella” no São Francisco Xavier.

“O primeiro caso foi a 31 de outubro e foi imediatamente notificado (…). Só ontem [sexta-feira] apareceram outros dois casos. Só ontem é que poderíamos ter uma perceção que estávamos com casos a mais e notificamos a Direção-Geral de Saúde”, disse a responsável do CHLO.

Já com o registo de três casos no hospital, as autoridades de saúde realizaram “uma investigação epidemiológica com duas linhas distintas”, completou Graça Freitas.

“Uma das linhas é clínica, baseada nos doentes, e outra é uma investigação ambiental. A dos doentes apontou para que um foco possa estar aqui [no São Francisco Xavier]”, afirmou a diretora-geral de Saúde, acrescentando que havia relação entre os infetados, um deles funcionário da própria unidade.

Com base nessa pista, a equipa que investigou a vertente da água conduziu análises na rede do hospital, enviou-as para o Instituto Ricardo Jorge, e estas apresentaram ‘legionella’.

“Este é um dado ainda preliminar, requer cultura, e dentro de duas semanas teremos os resultados dessas culturas. Mas sim, existe um possível foco na água deste hospital. Pelas análises feitas na noite passada, a pista apontou para aqui”, explicou.

A rede de água do São Francisco Xavier vai, assim, ser submetida a um choque térmico – a altas temperaturas – ou um choque químico – com injeções de cloro – para matar as bactérias.

ZAP // Lusa

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