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22 mil professores vão atingir salário de 3.364 euros daqui a dois anos

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Miguel A. Lopes / Lusa

O desbloqueio na progressão das carreiras vai permitir que cerca de 22 mil professores atinjam, em dezembro de 2021, o salário máximo, que ascende a 3.364 euros mensais

Os números, avançados pelo Correio da Manhã esta terça-feira, têm por base a contagem de 70% do tempo de serviço. De acordo com as contas do matutino, 20% do total dos quase 100 mil professores que estão atualmente no quadro terão, no final de 2021, o vencimento mais elevado da carreira.

O avanço até ao 10º e último escalão remuneratório resulta, segundo o Governo, da combinação do descongelamento da carreira com dois fatores: o diploma próprio dos docentes que contabiliza 70% do tempo de serviço (decreto-lei nº 36/2019) e o direito de opção, que está previsto no diploma que prevê a recuperação de 70% do tempo de serviço para as restantes carreiras especiais da Administração Pública, que foi aprovado em Conselho de Ministros no início de abril, escreve o diário.

A recuperação do tempo integral de serviço dos professores vai custar ao Estado 635 milhões de euros e está ainda em apreciação no Parlamento, sendo que a oposição pede esta solução, enquanto o Governo defende que não tem condições financeiras.

O Executivo sustenta que se for aprovada a recuperação a 100% do tempo de serviço para os professores, essa solução terá de ser alargada às restantes carreiras especiais do Estado, como os militares das Forças Armadas, ou os magistrados judiciais e do MP.

A despesa com a recuperação do tempo de serviço de todas as carreiras especiais do Estado ascende, segundo as contas do Governo, a 800 milhões de euros por ano, um aumento de 560 milhões de euros face aos encargos da solução aprovada pelo Governo.

ZAP //

18 Comments

  1. E daquilo com que se compram os melões, há?
    Eu, enquanto FP (dos precários, note-se), troco de bom grado aumentos por estabilidade. Prefiro que se espere para haver condições de aumentar a malta a termos cá a troika de novo em 2021.
    E, sim, tenho consciência que contra mim falo (ou melhor, escrevo!).

  2. Não há problema basta aumentar impostos que o privado está cá para aguentar estás mordomias. Votem neste governo para ver se vamos mais depressa para a banca rota. É só meias verdades e selfies

  3. 22 mil professores vão atingir salário de 3.364 euros daqui a dois anos!?!?!?!?
    Bem me parecia que eles passavam fome… Se estes ordenados são uma verdadeira barbaridade comparando com o que ganham os restantes portugueses, mesmo em funções de responsabilidade semelhantes ou superiores, ainda me custa mais saber que a GRANDE maioria dos profs são de uma qualidade miserável e que ainda por cima ganham o mesmo que os poucos que se aproveitam.
    É engraçado que nunca os vejo fazer greve por qualquer motivo que seja para desempenhar melhor o seu trabalho. A função pública é como os agarrados à coca, estão sempre a derreter e nunca chega o €€€.

    • Concordo integralmente e acrescento, para além dos salários “miseráveis” ainda recebem subsídios por “dá-cá-aquela-palha”, tipo correcção de testes, etc…
      Eu não entendia porque motivo esses senhores aguentavam tanto tempo em greve, agora está explicado, com salários desses só o Cavaco é que não aguenta.
      E, bem dito, a qualidade? São avaliados uns pelos outros sendo que a qualidade se mantém num patamar de “bradar aos céus”, nem com rezas chega ao mínimo aceitável.
      Tudo “farinha do mesmo saco”…
      Perdoem-me aqueles que têm qualidade e a usam, que também os há, infelizmente são tão poucos que nem chegam para um mínimo aceitável.
      Força 9A4M2D, deveriam era ser de trabalho de qualidade.

      • Zé Raul, «recebem subsídios por “dá-cá-aquela-palha”», diz. Meu caro, não minta! Se não sabe do que fala, não diga nada.
        Não culpemos os professores pelos salários que auferem, porque eles não são culpados. E já que fala de Cavaco, ele, sim, é um dos que têm culpa disso.
        Mas não se entende o porquê de tanta contestação. Não vejo essa atitude em relação aos trabalhadores do sector privado que ganham o mesmo ou mais, e às vezes muito mais e até com responsabilidades inferiores.
        Quanto à qualidade dos professores, Como em todas as áreas profissionais, houve, há e haverá bons, menos bons e mais trabalhadores. Mas generalizar, como fez o Zé Raul, não é legítimo. Depois há que entender o que significa ser mau professor, e por quê. Pois muitas vezes se apelidam assim precisamente aqueles que são do melhor que há.
        Quanto ao modo como são avaliados, também não é como diz. De resto, a avaliação tal como foi instituída está errada e implica TREMENDAS INJUSTIÇAS. Sei do que falo.

      • Ganham o mesmo ou mais? O Sr. sabe por acaso a média salarial portuguesa? Sabes a percentagem de portugueses que estão a auferir o ordenado mínimo? São estes pobres coitados, na sua grande maioria, que com os seus ordenadinhos que mal chegam para por o pão em cima da mesa e sustentar a família que vão pagar esta alarvidade que é os aumentos com retroativos dos Srs. professores que são numa grande maioria, na função pública, uns grandes incompetentes com sindrome Napoleónica, ou seja, dentro das aulas é o quero posso e mando e os alunos que se sujeitem porque não há mesmo alternativa. Sim, não há alternativa, pois os paizinhos que podem, metem mesmo no privado porque ensino bom e de excelência, infelizmente, é mesmo no privado. Por mim, já o disse antes e volto a dizer, professores na função pública, só por oursourcing, assim poderiam reinvindicar os direitos a uma empresa privada e viam como lhes mordiam, estão muito mal habituados, é o que é.

      • “Srs. professores que são numa grande maioria, na função pública, uns grandes incompetente”
        “metem mesmo no privado porque ensino bom e de excelência, infelizmente, é mesmo no privado.”
        Tu vives onde?
        Brasil?
        Quem conhece mesmo a realidade portuguesa e, como eu, andou no ensino publico e no privado, sabe muito bem que isso não é NADA assim – no meu caso foi precisamente o contrário!!
        E não faltam exemplos disso – todos os anos aparecem escândalos envolvendo colégios privados manhosos… então, no ensino superior, nem se fala…
        Mas, pela “qualidade” dos teus comentários, seria muito interessante avaliar a tuas competências profissionais – se é que trabalhas!…

      • Ó Sr. Esclarecido, afinal de esclarecido parece ser só o nome, porque do resto…
        Não vale a pena bater na mesma tecla do salário mínimo. Eu sei muito bem o que se passa, ou melhor, devo saber muito melhor do que você o que se passa. É evidente que o salário mínimo é pouco, sobretudo para quem tem família para sustentar. Mas não são aqueles que o recebem que, pelos seus impostos directos, que não pagam, vão pagar, como diz o Esclarecido, «a alarvidade que é os aumentos dos retroactivos dos professores». Quem ganha o salário mínimo não paga IRS, meu caro. Não sabia? Pois não, como não sabe muito mais coisas de que atreve a falar.
        E por que não se preocupou quando o salário mínimo era igual ou inferior ao do sector privado? Aí sim, se o tivesse feito, mostrava alguma coerência.
        E os milhares de trabalhadores, do sector privado, que recebem oficialmente o salário mínimo, mas por fora recebem mais UM, DOIS ou TRÊS salários mínimos? Desses o Sr. nada diz, porquê?
        Retroactivos dos professores. Não se trata de retroactivos, homem. Voltando aos professores, pelos vistos, para si, nas aulas quem deveria mandar, orientar, dirigir, não eram os professores, mas sim os alunos. Como não é assim, «os alunos que se sujeitem». O meu caro, porque não defende, antes, que não deveria haver escolas ou que a escola não era obrigatória? Assim até poderia concordar consigo.
        Quanto ao ensino privado ser melhor do que o público, os estudos vão mostrando o contrário. É ver a diferença, chegados à universidade, na capacidade de enfrentar os problemas decorrentes desse nível de ensino.
        Sr. Esclarecido, esclareça-se.

      • José Raul, ainda a propósito do título da notícia, que até parece encomendada, seria interessante acrescentar que há milhares de professores com mais de VINTE ANOS de carreira, colocados em Quadros de Zona, que levam para casa à volta de MIL E CEM EUROS/mês.
        E outros que, leccionando em vários estabelecimento do mesmo agrupamento, têm de andar de uma escola para outra, às vezes a 6, 7, 10 km de distância entre elas, a expensas próprias, oferecendo de borla, ao Estado, a sua viatura para o efeito.
        E já agora, voltando à progressão na carreira, já se sabia que os tais dois anos e tal de devolução do tempo de serviço serviria sobretudo para quem estava junto ao topo da carreira. E os outros?
        E o problema gerado entre os professores do continente e das Regiões Autónomas, como irá ficar? Parece que disso ninguém quer falar… Mas vai dar chatices.

  4. O Tretas até disse uma coisa certa:” é só meias verdades…” e o resto do povo engole! Então acham que todos os professores ganham os tais 3 mil e qq coisa?! E o valor é líquido?! Para não falarem de cor, vejam a tabela remuneratória dos docentes, vejam o 10º escalão e vejam a totalidade dos descontos. E sim àqueles que constantemente dizem à boca cheia que o privado é que paga mesmo tendo salários miseráveis : o meu mecânico tem o filho no colégio privado, o dono da pastelaria ao lado de casa a mesma coisa e até o homem da gráfica que faz os cartazes também. Será que tb descontam quase 1000€ por mês como o professor do 10º escalão?! Será que são eles que pagam os tais impostos que vão pagar a crise?!?! O que eu acho mesmo, é que tudo deveria passar a privado: ensino, saúde, justiça, etc… Desta forma estaríamos todos bem melhor!

  5. Sou professor com mais de 30 anos de serviço… na minha conta nunca entra ou entrou, nem 50% do que é referido no título (3.364€)… já tive orgulho na minha profissão… ESTOU COMPLETAMENTE desiludido com tudo… com a EDUCAÇÃO com o País…. Há quem nos queira humilhar e há que seja iludido por títulos…
    Podem me dizer que ganho 100.000€ por mês… mas eu só posso gastar o que me colocam na conta… Obrigado!

  6. Considero o artigo pouco rigoroso, induzindo em erro os leitores menos atentos. O que retiro do diploma, aprovado no início do mês, relativo à contagem do tempo de serviço congelado a outras carreiras especiais, não é a contagem de 70% desse tempo. Será sim, 70% do módulo de progressão, ou seja, uma carreira onde se progride de 3 em 3 anos, terá uma recuperação de tempo, próxima de 2 anos, 1 mês e dois dias (não chega sequer um escalão/nível remuneratório). É bem diferente de 70% de sete anos, que seriam, aproximadamente, quatro anos e nove meses, quase dois níveis de progressão.

  7. O valor referido no título da notícia corresponde ao salário bruto. Descontados os impostos e acrescentados os subsídios nenhum professor no topo da carreira receberá mais do que mil novecentos e mais alguns euros (não chega aos 2000 euros). Dá também para confirmar a colossal dimensão dos impostos que incidem sobre o rendimento do trabalho em Portugal.

  8. Haja paciencia com esta classe … tanta gente por esse mundo alem que poderia estar no pais a produzir e ganhar por menos, mas ‘e vida….

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