Volodymyr Zelenskyy lançou esta quinta-feira o alarme sobre um possível “acto terrorista” planeado pelas forças russas na central nuclear de Zaporijia, a maior central atómica da Europa.
O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelenskyy, acusou esta quinta-feira a Rússia de estar a preparar um “ataque terrorista” envolvendo uma fuga radioativa na central nuclear de Zaporizhzhia, no sul da Ucrânia, ocupada pelas tropas russas.
“Os nossos serviços secretos obtiveram informações segundo as quais a Rússia está a considerar um cenário de ataque terrorista na central elétrica de Zaporijia, um ataque que envolve uma libertação de radiação”, disse Zelensky na rede social Telegram.
“Eles prepararam tudo para o efeito“, afirmou o presidente ucraniano, citado pela agência de notícias francesa AFP.
Segundo o The Washington Post, apesar de os detalhes serem escassos, Zelenskyy prometeu partilhar as evidências com os aliados internacionais da Ucrânia.
Estas acusações, no entanto, foram veementemente negadas pela Rússia, que foram descartadas como falsas pelo porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov.
As preocupações sobre a segurança da central de Zaporizhzhia surgem numa altura em que decorrem intensos combates na região, com a Ucrânia a lançar uma contraofensiva contra as forças invasoras russas.
A recente destruição da barragem de Kakhovka, no sul da Ucrânia, fez aumentar as preocupações sobre os níveis de água do reservatório de arrefecimento da central nuclear, que já não serão suficientes para arrefecer os seus reatores.
Entretanto, foi agendado um encontro entre Rafael Grossi, diretor-geral da Agência Internacional de Energia Atómica, com Alexei Likhachev, diretor da empresa nuclear estatal da Rússia, que terá lugar no exclave russo de Kaliningrado.
No dia 10, a agência de energia atómica da Rússia disse realizado, por razões de segurança, um “encerramento a frio” do último reator que estava em funcionamento em Zaporijia.
Cinco dos seis reatores da central nuclear, a maior da Europa, que está ocupada pelas forças russas, já se encontravam em estado de paragem a frio.
Em setembro, Volodymyr Zelensky tinha afirmado que a Europa esteve “a um passo de um desastre radioativo” na central nuclear de Zaporijia.
Na altura, após um incêndio ter deflagrado perto da central, os geradores a diesel de emergência foram ativados “para evitar um desastre radioativo“.
ZAP // Lusa