Há mais provas. Uma investigação sugere que o voo MH17 entre Amesterdão e Kuala Lumpur foi abatido por mísseis militares russos aos sobrevoar a Ucrânia em 2014.
O Boeing 777 da Malaysia Airlines que caiu na viagem entre Amesterdão e Kuala Lumpur em julho de 2014 foi abatido por um sistema de mísseis militares russos. Esta é a conclusão de uma investigação levada a cabo por uma equipa internacional que investiga a tragédia do voo MH17.
Esta desconfiança existe já desde 2016 quando a investigação holandesa encontrou sinais de que o sistema 9K37 Buk, um sistema de defesa antiaéreo com mísseis terra-ar inventado pela União Soviética para interceptar aeronaves, tinha sido usado por altura da queda do voo.
A investigação revelou agora, pela primeira vez esta quinta-feira, que o míssil utilizado para derrubar o avião foi transportado por uma brigada militar russa. O sistema terá saído da Rússia e atravessado a fronteira com a Ucrânia para depois ser instalado no leste do país. Após o avião ter sido abatido, o sistema regressou à Rússia, conclui.
A Equipa de Investigação Conjunta “chegou à conclusão de que o BUK-TELAR que derrubou o voo MH17 veio da 53.ª Brigada de Mísseis Antiaéreos com base em Kursk, Rússia”, afirmou o investigador holandês Wilbert Paulissen. “A 53.ª Brigada integra as Forças Armadas da Rússia”, disse numa conferência na Holanda.
Segundo o Observador, os investigadores mostraram fotografias e vídeos que acreditam ser a prova da culpa russa. “Temos agora provas legais e convincentes que vão ser levadas à justiça”, disseram os holandeses envolvidos na pesquisa.
Estas provas constituem uma espécie de “impressão digital” do aparelho, explicam os investigadores. “Esta impressão digital foi comparada com várias imagens de BUK-TELARS, tanto ucranianos como russos. O único em que esta combinação de características foi encontrada, foi um BUK que foi filmado várias vezes quando se juntou ao contingente da 53.ª Brigada entre 23 e 25 de Junho de 2014”.
A Rússia nega qualquer envolvimento ou responsabilidade pela queda do avião e aponta o dedo à Ucrânia. Apesar disso, usou o veto adquirido através das Nações Unidas para não ser presente a um tribunal internacional.
Estas conclusões promete piorar as relações entre a União Europeia e a Rússia, pouco tempo depois do envenenamento do ex-espião russo Serguei Skripal no Reino Unido, que motivou a maior expulsão de diplomatas russos de países ocidentais desde a Guerra Fria.
Próximo passo
A equipa quer agora identificar os participantes diretos no lançamento do míssil. Segundo o Público, os investigadores deixaram um apelo público para que lhes façam chegar as informações necessárias sobre a identidade dos operadores do sistema.
“Quem fez parte da tripulação? Com que instruções é que o ativaram? Quem foi responsável pela instalação operacional deste BUK-TELAR a 17 de Julho de 2014? Estamos convencidos de que há muita gente que tem estas informações”, afirmou Paulissen.
O avião do voo MH17 fazia a rota entre Amesterdão e Kuala Lumpur com 298 pessoas a bordo, incluindo 173 holandeses, quando foi derrubado a 17 de julho de 2014. Em 2014, a companhia malaia Malaysia Airlines perdeu dois aviões.
Além do Boeing 777 – voo MH17 – abatido a 17 de julho por um míssil na zona de conflito do leste da Ucrânia, onde combatem as forças governamentais e os rebeldes pró-russos, a empresa perdeu também o avião que operava o voo MH370. O voo MH370 desapareceu a 8 de março, quando fazia a ligação entre Kuala Lumpur e Pequim, com 239 pessoas a bordo.
Uma semana depois do acidente confirmou-se que o último sinal foi recebido sete horas depois da partida, quando o aparelho sobrevoava o oceano Indico.