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Depois do fogo, vizinhos da Notre-Dame estão em risco de contaminação com chumbo

(h) Benoit Moser, BSPP / EPA

Os vizinhos da catedral de Notre-Dame, atingida há duas semanas por um devastador incêndio, foram aconselhados a usar lenços húmidos para limpar as superfícies das suas habitações onde a poeira do fogo, carregada de chumbo, se pode ter instalado.

Testes realizados mostraram que o incêndio de 15 de abril libertou partículas do metal tóxico que estavam integradas na estrutura da igreja, disse a polícia de Paris. Os investigadores descobriram que o chumbo nas áreas próximas à igreja é “muito localizado”, e resume-se “sobretudo a locais que podiam estar abertos no momento em que ocorreu o incêndio e onde a poeira pode ter assentado”.

A ameaça é limitada, observou a polícia de acordo com o Diário de Notícias, já que o envenenamento por chumbo geralmente só acontece após anos de exposição. Até agora, não houve relatos de envenenamento por chumbo desde o inferno que destruiu o telhado do monumento com 850 anos.

“No que diz respeito a casas ou instalações particulares, recomenda-se que os moradores nas imediações da Notre-Dame procedam à limpeza dos móveis e outros objetos, usando lenços húmidos para eliminar a poeira”, diz o comunicado da polícia.

As áreas públicas que podem representar um risco de exposição ao chumbo, como os jardins em redor da catedral, foram fechadas e não serão reabertas até que os níveis de chumbo voltem ao normal, acrescenta a polícia.

Na semana passada, o grupo ambientalista francês Robin des Bois disse que cerca de 300 toneladas de chumbo do telhado e do campanário da catedral derreteram no incêndio. O fogo, segundo as autoridades, atingiram os 800º C no seu auge. “A catedral foi reduzida ao estado de lixo tóxico”, disse a associação em comunicado, instando as autoridades a desintoxicar as toneladas de entulho, cinzas e águas residuais produzidas com o desastre.

A Airparif, que monitoriza a qualidade do ar em Paris, disse que a poluição não ultrapassou os níveis normais no dia seguinte ao incêndio. Quase duas semanas depois, um cordão policial ainda mantém o público longe do local.

ZAP //

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