Vídeo mostra alegados soldados ucranianos a matarem soldados russos capturados

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Atef Safadi / EPA

As imagens mostram soldados aparentemente ucranianos a atirar e matar soldados russos capturados e deitados no chão. O Ministro dos Negócios Estrangeiros ucraniano promete investigar.

Um vídeo que está a circular na aplicação Telegram mostra o que aparentam ser soldados ucranianos a atirar e matar um soldado russo que tinha sido capturado nos arredores de Kiev.

As imagens mostram quatro soldados com fardas militares deitadas no chão, tendo um deles os braços presos atrás das costas. Três não se estão a mexer, mas um parece ainda estar vivo e a gemer com as dores dos ferimentos, nota o The Guardian.

“Ele ainda está vivo. Filma estes saqueadores. Olha, ele ainda está vivo. Está ofegante”, afirma um homem em russo, uma língua que é também muito falada pelos ucranianos. Ouve-se depois um homem que não aparece nas imagens a dizer para deixarem o soldado ferido, com outro a responder que não o quer deixar.

Um dos soldados, cujo rosto não se consegue ver, atira depois várias vezes sobre a cabeça do soldado capturado até este deixar de se mexer. “Glória à Ucrânia“, ouve-se um dos soldados a gritar. “Glória aos heróis”, responde um outro.

A BBC tem analisado as imagens e avança que o vídeo foi filmado na estrada principal na vila de Dmytrivka, a oeste de Kiev. A estrada em causa liga Irpin a Bucha e as imagens de satélite tiradas a 31 de Março no local mostram manchas de sangue no pavimento e os mesmos veículos que são vistos no vídeo.

As pistas apontam para que os soldados capturados sejam russos devido àquilo que é dito no vídeo. Um dos soldados aponta para os corpos deitados no chão e diz “aqui estão eles, os defensores do exército russo”.

As imagens mostram os soldados no chão a usar braçadeiras brancas, que os russos usam para se identificarem em algumas partes da Ucrânia, e um veículo com um “V” pintado de lado, um símbolo que também é usado pelas tropas russas.

Já o outro grupo aparenta ser ucraniano devido às braçadeiras azuis e remendos com a bandeira do país. Os rostos de alguns dos soldados são visíveis em certos pontos do vídeo. A BBC tentou identificá-los biometricamente e um deles corresponde com um homem natural da Geórgia que tem ligações próximas à Ucrânia.

O Ministro dos Negócios Estrangeiros da Ucrânia, Dmytro Kuleba, afirmou na quinta-feira que sabe do vídeo e que este “definitivamente vai ser investigado“.

O secretário-geral da NATO, Jens Stoltenberg, revelou que não viu o vídeo, mas avançou que qualquer suspeita de “potenciais violações da lei internacional” deve ser investigada e que estas são sempre “inaceitáveis”.

Adriana Peixoto, ZAP //

10 Comments

    • Não é desculpa. A Ucrânia tem de dar o exemplo e mostrar que é diferente da Rússia. No entanto só pela reação do MNE Ucraniano se vê a diferença. Ele diz, e bem, que este vídeo “definitivamente vai ser investigado“, e nem podia ser de outra forma. Se fosse o Lavrov (MNE Russo) dizia logo que era uma fabricação da NATO.

      • Vi o vídeo. Para mim pareceu mais um golpe de misericórdia, como alternativa a deixá-lo a agonizar durante horas. Mas, como diz Ppa mais à frente: são soldados a matar soldados. Muito diferente de bombardear escolas e hospitais…

      • E se estiverem soldados a disparar dentro dessas escolas e hospitais?
        E já agora se a morte de crianças é mau, porque não comentas tu a mortes de crianças nos EUA e Brasil , que são em maior numero que na guerra da Ucrânia?

  1. Sendo invasores a matar e a destruir tudo num país que não o seu, serem abatidos não me parece mal… esses nunca mais fazem mal a ninguém!…
    Tendo em conta o que foram fazer à Ucrânia, não merecem melhor…

  2. Ainda assim, crime de guerra, mas com soldados a matar soldados ainda se compreende. O que não se compreende é o genocídio praticado pelos russos e a gravidado do que andam a fazer por aquelas paragens.

  3. Parecendo desumano compreende-se a atitude dos “soldados ucranianos” (!?) olhando a tudo o que os invasores tem levado a efeito. As vítimas são igualmente filhos de mães que sofrem mas que não deixam de dar apoio a esta “ação especial militar” com todas as atrocidades que vamos observando.
    O que será mais indigno!?

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