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DGS considera viagem em transporte com lotação máxima como “alto risco”

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Mário Cruz / Lusa

A Direção-Geral da Saúde (DGS) publicou uma norma, esta sexta-feira, em que define como “contacto com exposição de alto risco” quem viaje em meio de transporte que não efetue paragens frequentes ou não tenha redução da lotação máxima.

A norma “Covid-19: Rastreio de contactos”, publicada no site da DGS, não especifica os meios de transporte considerados nesta análise, para além de navios e aeronaves, mas diz que é considerado “contacto com exposição de alto risco” qualquer viagem em “outro meio de transporte” que “não tenha boa ventilação, não efetue paragens frequentes com abertura de portas e não tenha redução da lotação máxima”.

Quanto às viagens em navios, a DGS considera que fica exposto a risco elevado quem seja “companheira de viagem, partilhe a mesma cabine, efetue prestação direta de cuidados e seja tripulante de bordo”.

Também a viagem com caso de covid-19 numa aeronave aparece na grelha dedicada a “exposição de alto risco”, alertando-se quem “esteja sentado até dois lugares para qualquer direção em relação ao caso”, sendo, por fim, frisado que “todas as pessoas podem ser consideradas como contacto” se o caso detetado apresentar “sintomatologia grave ou grande movimentação dentro da aeronave”.

A par destas explicações sobre transportes, a DGS alerta para a exposição maior de pessoas que tenham contacto frente a frente com uma pessoa infetada, especificando que o risco aumenta quando a distância é de menos de dois metros e durante 15 minutos ou mais.

O contacto físico direto com um caso de covid-19 ou o contacto direto desprotegido com secreções contaminadas de um caso de covid-19 também é considerado como “alto risco”, bem como o contacto em ambiente fechado, por exemplo em coabitação, sala de aula, sala de reuniões ou sala de espera, durante 15 minutos ou mais.

“A duração do contacto com um caso de covid-19 aumenta o risco de transmissão, pelo que é definido um limite de 15 minutos, de acordo com as recomendações internacionais, por questões de organização e exequibilidade”, lê-se na norma que sublinha também as medidas a adotar por um “contacto de alto risco” durante o período de vigilância ativa.

A automonitorização diária de sintomas compatíveis com covid-19, bem como a medição e registo de temperatura corporal, duas vezes por dia, são medidas obrigatórias.

A DGS também exige que a pessoa esteja contactável, implemente “rigorosamente as medidas de higiene das mãos e etiqueta respiratória” e se mantenha em isolamento/confinamento obrigatório, nos termos definidos na legislação em vigor, no domicílio ou outro local designado para o efeito.

Segundo a rádio TSF, a publicação desta norma, que define quais os contactos de alto e baixo risco com um doente, surge quase cinco meses depois do surgimento do primeiro caso de covid-19 em Portugal.

Em declarações à rádio, o vice-presidente da Associação Nacional dos Médicos de Saúde Pública, Gustavo Tato Borges, afirma que esta era uma norma esperada há vários meses pelos profissionais.

“Infelizmente, a norma chega com bastante tempo de atraso, mas mais vale tarde do que nunca, sendo que, mais ou menos, as coisas que estão ali definidas já eram feitas de forma semelhante dentro de uma mesma região”, declara.

ZAP // Lusa

3 Comments

  1. Lembro-me de um certo ministro dizer que “achava” que estas condições não eram perigosas. É com estes “achismos” que se prejudica o combate a esta pandemia. Será que o dito ministro aceita as repercussões do que disse ? Será que se demite? Claro que não… business as usual. É assim que se dão trunfos a Venturas e afins. Galta de responsabilização na politica.

    • Esse certo Ministro, P.N.Santos, proferiu o pior disparate en relação ao RT. Com esta declaração da DGS, o Sr. Ministro deveria-se retractar Publicamente !… As situações de calamidade ( sejam elas as mais diversas), são sempre ocasiões para partidos extremistas cavalgarem as ondas Populistas.

      • Sem tirar nem por. É exatamente isso a que me refiro! Isto é atiçar a fogueira e dar lume a “Venturas” e afins.

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