O deputado único do Chega, André Ventura, garantiu esta quarta-feira que “não voltará atrás” na proposta para um plano específico de “abordagem e confinamento” para as comunidades ciganas, e que apresentará essa iniciativa mesmo sem apoio de outros partidos.
Em declarações aos jornalistas na Assembleia da República, em Lisboa, o presidente demissionário do Chega afirmou que “não voltará atrás nesta proposta” e que “já está a estabelecer” contactos com PSD, CDS e Iniciativa Liberal “para que esta proposta vá avante, visto que considera que é necessário uma abordagem específica ao caso da comunidade cigana em Portugal”, tendo pedido reuniões aos líderes dos três partidos.
Questionado sobre o que fará se não tiver o apoio das outras forças políticas, André Ventura respondeu que “vai avançar com esta proposta sozinho”.
“Mesmo que todos os outros partidos não aceitem a proposta do Chega, e o Chega está disposto a negociá-la desde que ela não perca a sua caracterização normal e os seus objetivos fundamentais, o Chega apresentá-la-á sozinho e procurará levá-la ao plenário para ser discutida”, disse, admitindo que poderá ser “votada ao fracasso”.
Em comunicado divulgado no domingo, Ventura anunciou que, na sequência dos “episódios de violência e confrontação na Praia de Leirosa, Figueira da Foz”, provocados alegadamente por um grupo de pessoas ciganas, apresentará “ao parlamento, já no decurso desta semana, um plano específico de abordagem e confinamento para as comunidades ciganas, face à pandemia de covid-19″.
O deputado defendia que “o cumprimento da lei não pode ser reservado apenas para alguns, que nenhuma minoria, étnica ou racial, pode considerar-se acima da lei, e que a força pública não pode recear intervir ou agir com o eterno pretexto do racismo e da xenofobia”.
Já na segunda-feira, André Ventura endereçou três cartas aos líderes do PSD, CDS-PP e Iniciativa Liberal nas quais pedia o apoio destes partidos “na redação de obrigações legais” que “consigam, de uma vez por todas, fazer cumprir as leis de forma igual a todos os cidadãos”.
Nas missivas, a que a agência Lusa teve acesso, o líder do Chega defende que esse plano específico para a comunidade cigana “em matéria de saúde e segurança durante a pandemia” deveria prever “mais policiamento junto das zonas de residência dessas comunidades, maior investimento em ações de formação e sensibilização e regras de confinamento específicas”, a par de “um levantamento urgente, já no segundo semestre de 2020, da composição, quantificação e localização das comunidades ciganas em Portugal”.
Na carta enviada ao presidente do PSD, Rui Rio, André Ventura pede o “apoio do PSD para a apresentação de uma proposta comum a apresentar por toda a direita parlamentar relativamente à comunidade cigana” e pede uma reunião “tão breve quanto possível”.
Ainda que reconheça diferenças entre os dois partidos, o líder do Chega identifica “vários pontos em comum, quer a nível da forma de pensar Portugal, quer nas atitudes perante os problemas”, e alega que as comunidades ciganas, “não caindo em generalizações de qualquer tipo, representam hoje um forte problema de segurança e saúde pública nalgumas regiões do país”.
“Sei, porque o vivi na pele, a oposição que existe dentro do PSD a tratar da questão cigana de forma frontal, direta e objetiva, a pensar sobretudo em resolver problemas. Sempre que se levanta o problema, um coro de críticas e indignações se levantam imediatamente, como se falássemos de Auschwitz ou dos extermínios soviéticos”, assinala Ventura, que foi autarca eleito pelo PSD, admitindo que a proposta poder ser “muito controversa”.
Esta quarta-feira, várias associações e figuras públicas, subscreveram um abaixo-assinado a repudiar as declarações do deputado do Chega sobre a comunidade cigana.
Entre os nomes que subscreveram o comunicado de repúdio estão Ricardo Quaresma, Leonor Teles, Luís Filipe Menezes, Ana Gomes, Carlos Narciso, Pedro Bacelar de Vasconcelos, Francisco Louçã e Marisa Matias e o elenco do Teatro da D. Maria II.
O documento refere que “todas as pessoas, ciganas e não ciganas, estão sujeitas à contaminação pela covid-19” e que “todas as pessoas, incluindo as pessoas ciganas e não ciganas, estão sujeitas às regras de confinamento, quer as que foram impostas pelo estado de emergência quer as que estão em vigor com o estado de calamidade”.
Através de uma publicação na sua conta oficial da rede social Facebook, o futebolista Ricardo Quaresma critica que “o populismo racista do André Ventura apenas serve para virar homens contra homens em nome de uma ambição pelo poder, que a história já provou ser um caminho de perdição para a humanidade”.
“Eu sou cigano, cigano como todos os outros ciganos e sou português como todos os outros portugueses, e não sou nem mais nem menos por isso”, acrescenta o jogador, em declarações que André Ventura entretanto lamentou.
ZAP // Lusa
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A comunicação social não devia servir de caixa de ressonância, as propostas provocadores do Chega, senão imos ter em breve um Bolsonaro no poder e toda a gente a perguntar : Como foi possível !!!
Caro leitor,
Deve estar a confundir “comunicação social” com “redes sociais”.
Caro Xico
Neste caso, o André Ventura afirma aquilo que uma maioria pensa, mas não tem coragem de dizer.
Se a comunidade cigana pretende ser tratada de forma igual, então que assuma comportamentos também iguais aos dos restantes cidadãos.
Não é invulgar irmos a uma urgência do hospital e depararmo-nos com um sem número de ciganos na entrada, quando um seu familiar está a ser atendido. E ai do médico que se atreva a negar o acesso a algum deles quando se insurge! Há casos em que nos hospitais, são forçados a infringir regras porque temem pela sua própria integridade física. Todos nós sabemos que, infelizmente, é assim.
Usufruem de habitações camarárias gratuitas. E nós temos de pagar.
Já experimentou ter um acidente de viação com algum cigano? Tente contradize-lo…
Já experimentou a ameaçadora “justiça” cigana praticada pelas próprias mãos?
É evidente que não há regra sem exceção. E ainda bem que sim! Conheço pessoalmente alguns ciganos com excelente formação cívica e moral, mas são, infelizmente, uma minoria.
É lamentável que esta seja a realidade, pois todos nós ambicionamos harmonia e equidade social.
Caro “É assim” e nas escolas é a mesma coisa. Os ciganos PROVAM-NOS NO DIA-A-DIA, com o seu comportamento desviante, que não aceitam viver, nem reger-se, segundo as nossas Leis e regras; então…
CHEGA esta fazendo trabalho honesto que outros partidos sabem e nao querem fazer porque é antipopular….muito bem André Ventura, parabens, va para frente povo agradece… os desaligados nao contao porque nao pagam factura, so querem é serem reconhecidos e promovidos….
Va para frente André e com forca porque ja vem tarde.