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Ventura não cumpre distanciamento social nos jantares do Chega. “É difícil cumprir tudo à risca”

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Filipe Farinha / Lusa

Os jantares-comício realizados pelo Chega têm-se revelado polémicos. Algumas das fotos e vídeos do evento partilhadas nas redes sociais mostram que as regras de distanciamento social não estão a ser cumpridas pelo partido. A DGS garante que foram feitas recomendações, mas não as revela. A Polícia só atua se houver queixas.

De acordo com o Expresso, nos jantares do Chega parece fácil esquecer que o país está a passar por uma pandemia: mesas sem distanciamento, pessoas muito próximas umas das outras, beijos e abraços e não utilização de máscara.

Este é o cenário dos jantares-comício do Chega, que têm sido realizados em vários pontos do país. Ainda assim, André Ventura garante que as normas de distanciamento social são cumpridas pois exige a desinfeção regular das mãos e a medição da temperatura à entrada.

No polémico jantar realizado em Leiria, no dia 8 de agosto, estiveram presentes mais de 400 pessoas que se sentaram em 14 mesas de 30 lugares cada uma. Nas fotografias e vídeos do evento é possível ver que não havia qualquer distanciamento social, refere o jornal expresso.

O candidato à Presidência da República chegou sem máscara ao local do jantar, acompanhado pela mulher e por outros dirigentes do partido, e sem manter a distância social que é exigida. De acordo com o Expresso, houve apoiantes que alertaram o dirigente do Chega para a situação.

Há 15 dias, na rentrée do partido, em Loulé, o panorama foi o mesmo. Apesar das mesas serem para grupos mais pequenos, Ventura não respeitou as normas de distanciamento. O líder do partido dirigiu-se a todas as mulheres que estavam presentes para oferecer uma flor sem usar máscara, enquanto que os participantes circulavam sem os cuidados recomendados pela DGS.

No último evento do partido, no passado sábado, estiveram presentes 450 pessoas. O líder do partido subiu ao palco para discursar, abraçou dirigentes distritais e cumprimentou outros apoiantes, também sem máscara.

O Expresso confrontou o dirigente do Chega com a ausência de cuidados, mas André Ventura garante que foram todas cumpridas todas as regras de distanciamento. Contudo, reconhece que é difícil cumprir todas as normas quando se está rodeado de apoiantes.

Chegámos a ter que reduzir a lotação para metade, todas as regras exigidas pela DGS foram cumpridas. Mas como é difícil às vezes cumprir tudo à risca no momento, quando estão envolvidas muitas pessoas, na campanha na rua sei que será ainda mais difícil”, diz o líder do Chega ao Expresso.

Neste contexto o jornal Expresso entrou em contacto com a Direção-Geral da Saúde, que explica que foi emitido um parecer sobre os eventos em causa e que a comunicação com o Chega foi efetuada através de e-mails ou ofícios. Porém recusou-se a divulgar a lista de recomendações, alegando que o caso do PCP (que realizou a festa do Avante no passado fim de semana) foi uma exceção.

A DGS disse ainda que não pode garantir o cumprimento de todas as regras sanitárias nos eventos de André Ventura, pois são as “forças e os serviços de segurança que fiscalizam o cumprimento da legislação e regulamentação em vigor”.

O gabinete de relações públicas da PSP, questionado pelo Expresso, garante que só se realizam deslocações ao local onde se realizam estes eventos políticos “na sequência de denúncias” ou de uma “fiscalização que já estava prevista” nessa propriedade privada.  Por essa razão nenhuma autoridade policial esteve presente nos eventos do Chega para garantir o cumprimento das recomendações.

Os jantares-comício têm sido a forma do candidato do Chega manter um vínculo com os seus apoiantes, e garantir o apoio na candidatura a Belém. André Ventura tem como objetivo para os próximos tempos partir para a estrada em campanha eleitoral.

ZAP //

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10 Comments

  1. O Sr. Ventura, nome homónimo de um interessante personagem de um conto de Miguel Torga, mas com carácter não comparável ao do conto, tem algumas boas ideias que, se algum dia as conseguir levar à prática, serão boas para Portugal. Mas dizer, como disse na assembleia da República em dada ocasião, que os hospitais privados portugueses trataram cerca de duas mil pessoas infectadas com o coronavírus/Covid 19, valha-nos Deus… isso é uma gota de água, é menos de 1% de todos os infectados que, segundo os nossos modelos matemáticos e respectivos cálculos, devem rondar os 500 mil (não esquecer que para a DGS só contam os que fizeram teste e deu positivo). E se o sr. Ventura está a pensar nos hospitais privados para tratarem os portugueses e, eventualmente, substituírem e acabarem com o SNS, deverá informar-se e pensar melhor, porque portugueses com posses para os preços usurários e discricionários que os hospitais privados praticam estarão também na casa de 1 a 1,5% da população total, mesmo com seguros enormes e outros instrumentos financeiros de assistência. A CUF, por exemplo, cobra 500 euros por RM ao abdómen, quando na vizinha Galícia a mesma ressonância entérica custa 200 euros. Olhe sr. Ventura aconselho-o a não mexer com a saúde dos portugueses, porque o menos bom que têm no âmbito do SNS é bem melhor do que aquilo que o Sr. propõe. Se mexer sujeita a ser corrido e as suas ambições de poder e prestígio caiem por terra. Em todo o caso experimente, experimente…

    • Subscrevo. Na íntegra. O Doutor Ventura, é um “artista”. Tem umas quantas ideias interessantes, nas quais me revejo.
      O problema é que se o Doutor Ventura alguma vez tiver poder a sério, será um problema. É útil, tal qual a Senhora Le Pen em França para temperar excessos da esquerda radical que tão poderosa é neste nosso rectângulo. Como uma certa esquerda também desempenha um papel de utilidade relativamente aos excessos de alguns grupos mais liberais e algumas concepções de “Estado guarda nocturno” à direita.
      Estes extremos, à esquerda e à direita, são úteis, porque vigiam, controlam e denunciam os excessos do centrão. É importante que existam simultaneamente extremos, à esquerda e à direita, porque na sua retória extremista se anulam mutuamente, chamando a atenção para os excessos do extremo oposto e, muitas vezes colocando o dedo que os partidários do centrão não querem que se coloque na ferida.
      Na política e na governação do Estado, cinzento (equilíbrio) é positivo. Mas, ocasionalmente, as tonalidades extremas (preto ou branco) também fazem falta.
      Em suma: Este Doutor Ventura, não obstante dizer umas verdades, é um tipo periogoso. Como o são o camarada Jerónimo, e a actriz Catarina.

      • Também subscrevo na íntegra. Na realidade, o centrão só não vai mais longe em cambalachos e corrupção porque os extremos denunciam… quando não os deixam partilhar do bolo!

  2. Os hospitais particulares trataram esses doentes mas enviaram a conta ao SNS, ainda que os doentes beneficiassem de seguros vantajosos!

  3. Aqui está.
    Na festa do Avante tudo correu em conformidade (incluisive os camaradas que viajaram todos juntos nos autocarros fretados pelo partido). Como estes não fazem parte do esquerdismo “benfasejo” já tudo é criticável e correu mal…
    Haja decoro e igualdade de tratamento das notícias. Ambos foram de elevado risco

  4. Mas as Televisões do Sistema (Todas) e a imprensa em geral, o Presidente da República de todos os Portugueses, o Dr Rui Rio com o medo que está do Chega, Ninguém comenta, Ninguém fala, Assim ficamos a saber o Caráter e coragem desta gente.

  5. De um vigarista mentiroso, esperavam o quê??
    O bando do CHEGA de Ventura parece mesmo uma seita religiosa daquelas brasileiras que tanto mal tem feito ao Brasil!…

  6. Acho que o André está a causar incomodo a muita gente no país.Pode não ser agora mas,que vem aí mudanças no país disso não tenho qualquer dúvida.Força André.

  7. De facto é criticável a forma como os líderes políticos desvalorizam as próprias normas que criam e impoêm aos seus concidadãos.
    É aqui que o Ventura ganha pontos, pois não faz só porque disse ou parece bem, faz porque age conforme pensa, mesmo que seja politicamente incorreto.
    O segredo da coisa é tão simples que deixa os políticos profissionais desnorteados…
    Uma coisa é certa, sabe tão bem ver os mesmos de sempre irritados por alguém ter a indecência de dizer e fazer o que quer e pensa…
    Chama-se democracia…

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