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Ventura diz que Costa se revelou “tal como é” quando chamou cobardes aos médicos

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Filipe Farinha / Lusa

O presidente do Chega disse que António Costa “não sabe ser primeiro-ministro” e que se revelou “tal como é” quando alegadamente chamou de “cobardes” aos médicos envolvidos no surto de Covid-19 em Reguengos de Monsaraz.

“Nós temos um primeiro-ministro que não sabe ser primeiro-ministro. Em que todos os que se lhe opõem responde mal, responde com agressividade e mostra aquilo que é. António Costa perdeu o controlo. Do país e do Governo”, afirmou André Ventura nesta quarta-feira à noite num jantar-comício do partido no Algarve.

Na sua intervenção naquela que foi a primeira rentrée política do partido, em Almancil, no concelho de Loulé, André Ventura disse que as declarações em off a propósito de um surto de Covid-19 num lar em Reguengos de Monsaraz mostraram Costa “tal como ele é”.

“Nós tivemos o primeiro-ministro a revelar-se tal como é: ‘Os cobardes dos médicos’. Mas com aquele ar violento dele, não sei se se lembram do encerramento da campanha legislativa”, disse, aludindo a um incidente com um cidadão em Lisboa, em outubro passado, no último dia da campanha eleitoral para as legislativas.

Relativamente às declarações de António Costa em off à margem de uma entrevista ao Expresso, André Ventura disse estar “espantado” com o silêncio da “grande maioria” do PSD, assim como do BE e do PCP e, também, com a reação de Marcelo Rebelo de Sousa.

“Quando vejo o Presidente da República ignorar estas ofensas aos médicos e dizer que o Governo está a fazer tudo o que pode, eu não percebo”, declarou, sugerindo que se fosse ele próprio a fazê-las seria criticado por todos os partidos.

O deputado único do Chega já manifestou intenção de ser candidato às próximas eleições presidenciais, agendadas para janeiro de 2021.

“A bola” das reformas estruturais está do lado do PSD

Também nesta quinta-feira no concelho de Loulé, André Ventura disse que a “bola” está do lado do PSD relativamente a um possível entendimento no que respeita às “reformas estruturais” que o partido defende para o país.

“Ou o PSD entende que tem que fazer estas reformas estruturais com o Chega, em vez de apelar a moderações e a menos radicalização. Ou então não contará com o Chega, nem para nenhum Governo, nem para nenhuma base de incidência parlamentar”, declarou, questionado pelos jornalistas sobre o que o distanciava do partido liderado por Rui Rio.

Falando à entrada de um jantar-comício em Almancil, no concelho de Loulé, André Ventura reiterou que não vai fazer “arranjinhos à porta fechada” com nenhum partido, sublinhando que, no caso do PSD, a “bola” está do lado do partido: “A bola não está do nosso lado, ao contrário do que disse o dr. Rui Rio, a bola está do lado do PSD”.

Segundo Ventura, o partido vai agora formalizar projetos de revisão constitucional em matéria de combate à grande criminalidade, reforma do sistema político, de redução do número de políticos, de castração química de pedófilos e de prisão perpétua.

“É preciso perguntar ao Dr. Rui Rio o que é que ele vai fazer em relação ao projeto de revisão constitucional que o Chega vai apresentar já no início de setembro, quando voltarmos à sessão legislativa”, frisou o presidente e deputado único do Chega.

André Ventura acrescentou ainda já ter dito a Rui Rio e também a todos os que falaram consigo: “o Chega não é o CDS. E portanto não contem com o Chega para nenhum acordo de muleta”, reforçou ainda André Ventura.

Primeira rentrée política

A primeira rentrée política do Chega decorreu num clube onde funciona um restaurante e que é simultaneamente um espaço de diversão noturna, em Almancil, no concelho de Loulé, reunindo 400 pessoas, de acordo com a organização.

Antes do início do jantar comício, junto à vedação do espaço onde decorria o evento, concentrou-se uma dezena de manifestantes envergando camisolas pretas e cartazes de protesto contra o Chega, que seriam pouco depois retirados do local pela GNR.

O Chega foi o primeiro partido a fazer a ‘rentrée’, num ano em que, devido à pandemia de covid-19, a maioria das forças políticas escolheram não organizar os tradicionais eventos com grande número de pessoas.

Esta é a primeira vez que o partido, oficializado em abril do ano passado, assinala a rentrée política, dias antes da eleição do novo presidente e da segunda Convenção Nacional do partido, ambas marcadas para setembro.

ZAP // Lusa

2 Comments

  1. É do mais reles toda a pessoa que revele conversas privadas sejam as pessoas políticas ou não, se é conversa privada é para ser mantida entre quem a tem, todo aquele que usa as conversas privadas para seu proveito para mim são cobardes, pior é os políticos usarem as conversas privadas para se auto intitularem os arautos da seriedade, só gostava de saber como se sentiriam se uma conversa privada deles viesse para a praça pública, por essas e muitas outras é que deixei de confiar nesta actual classe política considero uns oportunistas, na política não pode ser o vale tudo.

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