Um estudo realizado durante três anos por uma equipa da Universidade de Sidney, na Austrália, revelou que um vegetal comum, consumido diariamente por milhões de pessoas, pode prevenir e tratar uma das principais causas de morte.
Este estudo, com carácter inédito a nível mundial, confirmou que uma substância química natural presente nos brócolos pode reduzir a formação de coágulos sanguíneos nocivos – que, em alguns casos, pode conduzir a um acidente vascular cerebral (AVC) – e melhorar o desempenho dos medicamentos anti-coágulos.
As plaquetas desempenham um papel muito importante na obstrução de feridas para parar o sangramento, mas em circunstâncias específicas podem formar coágulos perigosos que bloqueiam completamente o fluxo de sangue.
Em tecidos como o cérebro e o coração, é particularmente preocupado, dado que a perda de oxigénio pode causar danos irreparáveis.
O sulforafano (SFN) já recebeu atenção no passado graças ao seu extraordinário potencial na prevenção do cancro e na redução do colesterol.
Agora, uma análise detalhada do impacto deste composto a nível molecular revelou que é capaz de retardar a agregação plaquetária e impedir a formação de coágulos em condições semelhantes às encontradas nas nossas artérias, aparentemente através da modificação da atividade de uma proteína chamada PDIA6.
“O composto do brócolo não é apenas eficaz para melhorar o desempenho dos medicamentos anti-coágulos após um acidente vascular cerebral, como também pode ser usado como agente preventivo para pacientes com alto risco de AVC”, referiu o cientista biomédico Xuyu Liu, da Universidade de Sidney, citado pelo Science Alert.
Estas descobertas, detalhadas num artigo científico publicado na ACS Central Science, faz com que seja interessante investigar, no futuro, este composto como forma de reduzir o risco de AVC em alguns grupos mais vulneráveis, especialmente porque é encontrado naturalmente em alimentos como o brócolos, já conhecido por ser bom para a saúde do coração.
A medicação atual para eliminar coágulos, chamada ativador do plasminogénio tecidual (tPA), só funciona na proteção contra danos cerebrais em cerca de 20% das vezes. Em experiências com cobaias, quando o sulforafano foi combinado com um tPA, a taxa de sucesso aumentou para 60%.