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Contra o PS e contra Sócrates, Vara defende inquérito à Caixa

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Paulo Novais / Lusa

O ex-ministro Armando Vara

Armando Vara defende a realização de um inquérito parlamentar à Caixa Geral de Depósitos (CGD), contrariando assim o seu partido, o PS e José Sócrates, quando é apontado como um dos gestores responsáveis pelos créditos problemáticos do banco.

Numa carta enviada ao Presidente da Assembleia da República e aos grupos parlamentares, divulgada pelo Diário de Notícias, Armando Vara manifesta-se favorável a um inquérito parlamentar à CGD com o argumento da “defesa” do seu “bom nome” e da credibilidade e reputação da própria instituição.

O ex-administrador da Caixa tem sido apontado como um dos responsáveis no âmbito dos 2,3 mil milhões de euros que o Banco estatal tem em risco por empréstimos concedidos sem garantias.

Vara é arguido na Operação Marquês, a par de José Sócrates, no âmbito de um crédito concedido pela CGD ao empreendimento de Vale do Lobo, no Algarve. A operação foi considerada ruinosa para o Banco público e o Vale do Lobo está entre os grandes devedores da Caixa com créditos problemáticos.

Apesar disso, o ex-ministro do PS defende o inquérito parlamentar à CGD, que o PSD tem defendido contra a vontade da Esquerda e que já levou José Sócrates a mostrar-se revoltado, falando num “infantil ataque” dos sociais-democratas.

Por seu lado, Vara sublinha que é “imperioso que, para defesa do bom nome, em primeiro lugar da própria instituição e, em segundo, de todos quantos trabalharam nela e trabalham, seja realizada uma inquirição pública, totalmente transparente e aberta, da sua gestão ao longo dos anos”.

Numa altura em que se noticia que recapitalizar a Caixa afinal vai custar 5 mil milhões de euros, e não os 4 mil milhões avançados inicialmente, Vara refere, na carta citada pelo DN, que é preciso “esclarecer, em toda a sua extensão, a evolução da situação financeira da CGD ao longo deste período e apurar as causas que possam estar na origem desta eventual necessidade de recapitalização“.

O ex-administrador do Banco reforça que a CGD é “uma instituição financeira de grande credibilidade” e que, portanto, ninguém “deve temer uma apreciação rigorosa, independente, feita pelo órgão máximo da representação política nacional, a Assembleia da República”.

Lamentando o “populismo” com que o assunto tem sido tratado, motivando “sistematicamente a invocação” do seu nome “como culpado do estado do Banco”, Vara sublinha também que nunca tomou “decisões baseadas em pressões de qualquer natureza” e que agiu com “critérios estritamente profissionais e no respeito pelas cadeias próprias de decisão da instituição”.

Assim, o ex-ministro coloca-se “à inteira disposição do Parlamento para prestar todos os esclarecimentos” que forem necessários neste inquérito parlamentar à CGD.

SV, ZAP

5 Comments

  1. A CGD infelizmente p/ os portugueses já á décadas que é um ninho p/ os politicos que levaram quer a Caixa quer o sistema bancário todo á situação de “Falência” que se encontra. Falência essa que quem a paga SEMPRE é o POVO, não são os politicos porque esses estão muito bem salvaguardados. Os processos arrastam-se durante anos a fio chega-se ao fim os juízes estão em concluiu c/ os politicos e não dá em NADA. Os politicos que levam os países á RUÌNA devem ser punidos, ficarem sem nada. Talvez assim se consiga que de futuro as coisas mudem, caso contrario será sempre mais do mesmo. Os politicos sejam de que partido forem são piores de as sanguessugas= tiram tudo até á ultima gota.

  2. Todos sem excepção são “excelentes” gestores, é pena è só saberem governar a conta deles, veja se o Apu a dizer que este ano o deficit será o melhor de sempre, Nenhum gestor pode aumentar os preços dos seus bens ou serviços conforme quer, impostos, e ter prejuizo todos os anos,

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