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Vacinação contra a covid-19 no Brasil. “Ninguém me pressiona a nada”, diz Bolsonaro

Joedson Alves / EPA

O Presidente do Brasil, Jair Bolsonaro

O Presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, afirmou este sábado que não se sente pressionado para que se inicie a vacinação no país contra a covid-19, desvalorizando o facto de esse processo já estar em curso noutros países.

“Ninguém me pressiona a nada. A mim isso não me interessa”, afirmou aos jornalistas o chefe de Estado brasileiro, citado pela agência Efe, quando questionado sobre possíveis pressões para que se inicie a vacinação contra a covid-19 no país.

Numa altura em que vários países já começaram a imunizar as suas populações contra a Covid-19, Jair Bolsonaro voltou a levantar dúvidas sobre a segurança das vacinas, reafirmando que os laboratórios não se irão responsabilizar por possíveis efeitos secundários.

“Em todas as vacinas que estão disponíveis existe uma cláusula que diz que eles não se responsabilizam por qualquer efeito colateral”, alertou.

Esta semana, o Presidente brasileiro, um dos líderes mundiais mais céticos em relação à pandemia, afirmou que a “melhor vacina” contra a covid-19 é o próprio vírus. “Eu tive a melhor vacina: foi o vírus. E sem efeito colateral”, disse Bolsonaro – que contraiu o novo coronavírus em julho.

Bolsonaro tem reunido-se com apoiantes sem recorrer ao uso de equipamentos de proteção contra a covid-19 e chegou a declarar a um dos seus seguidores que “não usa” esse tipo de material.

Desde o início da pandemia no Brasil, Bolsonaro minimizou em várias ocasiões a gravidade do novo coronavírus, que chegou a classificar de “gripezinha”, embora tenha reconhecido na semana passada que se houve “extrapolações ou exageros” foi no intuito de encontrar uma solução para a pandemia.

O líder também defendeu o uso de tratamentos sem comprovação científica para combater a doença, como a hidroxicloroquina, e, mais recentemente, opôs-se à obrigatoriedade da vacina, que acabou por ser determinada pelo Supremo Tribunal Federal do país.

Bolsonaro criticou ironicamente a vacina do consórcio Pfizer-BionTech, ao dizer que aquele fabricante se eximiu de responsabilidades pelos possíveis efeitos colaterais do imunizante. “Lá, no contrato da Pfizer, está bem claro: nós [a Pfizer] não nos responsabilizamos por qualquer efeito secundário. Se você se tornar num jacaré, o problema é seu“, publicou o chefe de estado na rede social Twitter.

Este sábado, o Brasil cumpriu dez meses desde o início da crise sanitária, sendo atualmente um dos três países do mundo mais afetados pela pandemia. Neste país da América do Sul já morreram 190.500 pessoas e 7,5 milhões ficaram infetadas.

A pandemia de covid-19 provocou pelo menos 1.750.780 mortos resultantes de mais de 79,7 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.

ZAP //

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