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Universidades, transportes públicos e concertos. O plano da task force para “prevenir, testar e diagnosticar”

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Raminder Pal Singh / EPA

A task force responsável pela estratégia portuguesa de testes em massa já começou a desenhar um plano e pretende colocar postos de testagem em transportes públicos, universidades, concertos e eventos em massa.

Em declarações ao jornal Público nesta sexta-feira, Fernando Almeida, coordenador da recém-criada task force e presidente do Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (Insa), explicou o conceito do plano: “prevenir, testar e diagnosticar”.

A equipa pretende criar equipas de intervenção rápida de testagem em cada uma das cinco Administrações Regionais de Saúde (ARS). “Já existem alguns exemplos destas equipas rápidas de testagem e a ideia é pegar neste exemplo e multiplicá-lo”, disse Fernando Almeida.

O coordenador explicou que a task force tem pensada e preconiza a criação de postos de testagem onde haja eventos de massas, como os festivais de música.

“Não vejo por que é que não se possa garantir uma regra no sentido de, do mesmo modo que as pessoas precisam de um bilhete para ver o espetáculo, devam também ter um bilhete que diga que aquela pessoa está negativa”, exemplificou.

Em relação às universidades, cujas portas deverão reabrir no dia 19 de abril, Fernando Almeida disse que “todas (…) vão sofrer um varrimento com a realização de testes de rastreio, independentemente desses pontos de testagem facultativa, e, depois disso, serão possíveis vários modelos de testagem, que incluirão naturalmente os alunos”, precisou.

Já sobre os transportes públicos, “não haverá testes obrigatórios à entrada, como nos aviões onde só entra quem tiver um teste negativo, mas vamos promover a testagem não obrigatória e oportunística, isto é, as empresas de camionagem podem, por exemplo, disponibilizar um drive-thru e as pessoas sabem que se quiserem fazer ali um teste, podem fazê-lo”.

O responsável revelou também que, além dos rastreios programados, como os que são feitos em escolas, prisões, lares e estruturas da rede de cuidados continuados, e cuja periodicidade terá de ser definida, a “testagem dirigida” será um dos eixos prioritários.

“Sempre que a incidência comece a aumentar num concelho, ou haja um surto numa empresa com muitos trabalhadores, por exemplo, teremos de ser capazes de desviar as intenções para lá e testar, testar, testar”, explicou, acrescentando que, “para além de atuarmos o mais rapidamente possível, a nossa missão principal é anteciparmo-nos ao vírus”.

A equipa pretende ainda fazer testes aos sem-abrigo, trabalhadores sazonais e migrantes. “Não podemos deixar de fora as franjas sociais, porque, além de maciça e sistemática, a testagem tem de ser inclusiva e participativa, isto é, para todos e com todos”, enfatizou.

Relativamente aos autotestes, cuja venda em farmácias já foi autorizada, Fernando Almeida sublinhou que a autorização de comercialização é uma prova de confiança nos portugueses. Quanto à modalidade de registo dos resultados, o grupo de trabalho ainda está a decidir se será criada uma nova plataforma web ou aplicação.

Segundo o coordenador da task force, além da reserva estratégica de cerca de 1,5 milhões de testes atualmente disponível, “vêm a caminho mais 12 a 13 milhões de testes, dos quais entre 750 mil a um milhão chegam já dentro de dias”.

O plano de testagem em massa deverá ser apresentado ao Governo “muito rapidamente”.

Maria Campos, ZAP //

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2 Comments

  1. Da maneira que o governo organizou a testagem e as vacinas,daqui por dois anos ainda andamos a falar do mesmo.Total descontrolo.

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