
Reunião desta quarta-feira acabou sem decisão final: não há sucessor — e a saída do argentino pode custar até sete milhões aos cofres portistas. Lugar de Anselmi não é o único em risco no Dragão.
A notícia começou a circular esta quarta-feira e o Correio da Manhã garantia que Martin Anselmi vai ser despedido do FC Porto, numa tarde em que a administração liderada por André Villas-Boas reuniu com o treinador para falar sobre o fiasco que tem sido o desempenho portista.
No entanto, o dia terminou e, na manhã desta quinta-feira, não está tomada ainda uma decisão definitiva quanto à continuidade do argentino no comando do plantel.
A saída pode acontecer nas próximas horas “à la Roger Schmidt” (isto é, com acordo para rescisão, mas sem desvínculo oficial), mas O Jogo avança esta manhã que Villas-Boas reservou os próximos dias para refletir sobre se quer ou não manter o argentino de 39 anos à frente dos dragões, na sequência de uma temporada marcada por resultados muito abaixo das expectativas e por uma eliminação precoce no Mundial de Clubes, em que o FC Porto foi a equipa menos pontuada e se tornou a primeira de sempre a perder oficialmente contra uma equipa da Concacaf (a de Lionel Messi, 2-1, na quinta-feira passada).
Esta quarta-feira, na reunião realizada após o regresso da equipa a Portugal, Anselmi terá apresentado os seus argumentos para ficar: terá tentado explicar ao presidente azul e branco que nem tudo foi culpa sua, usando a seu favor a saída de jogadores importantes como Nico González e Galeno, poucos dias após a sua estreia, e a falta de reforços para colmatar a saída dos dois.
Ainda antes do empate a 4 bolas com o Al Al Ahly, que ditou o fim da campanha portista no Mundial, Villas-Boas tinha avisado: “já muito tenho tolerado e está na altura de dar um murro na mesa”.
E esta quarta-feira não foi só o futuro de Anselmi no Dragão que esteve em causa: Jorge Costa, diretor do futebol profissional, e Andoni Zubizarreta, diretor desportivo, também estiveram presentes e este último, escolha forte de Villas-Boas na tomada do poder a Pinto da Costa, pode ter o lugar em risco por ação insuficiente no que toca a reforços, escreve O Jogo.
no Dragão para debater o futuro da equipa com toda a cúpula do futebol.
Saída pode custar 7 milhões
No meio da turbulência, o sucessor de Vítor Bruno parte de férias para fora do país esta quinta-feira. Villas-Boas deverá aproveitar esse tempo para colocar vários fatores na balança e tomar uma decisão. Até porque uma eventual rescisão do contrato do argentino custará caro aos cofres do FC Porto.
O treinador tem vínculo com o clube até 2027, com um salário anual de cerca de dois milhões de euros brutos. A saída antecipada poderá implicar um encargo total na ordem dos 7 milhões de euros, se contabilizados os salários em falta e os montantes pagos ao Cruz Azul para a sua contratação (3,1 milhões de euros).
“AVB traidor, paga mais um treinador”, lia-se em graffiti esta madrugada nos muros das imediações do Estádio do Dragão, notou o Record.
Na sua primeira experiência na Europa, o jovem técnico chegou ao Porto para “encher a vitrina” do museu azul e branco com troféus, mas cinco meses depois, o balanço está longe de ser positivo. Terminado em terceiro lugar no campeonato, eliminado pela Roma no play-off da Liga Europa e tendo “envergonhado” Villas-Boas e os portistas no Mundial de Clubes, nem metade dos jogos ganhou: em 21 jogos no comando dos dragões, conta com 10 vitórias, 6 empates e 5 derrotas.