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O famoso patriotismo nos EUA está a cair. Pelo menos, no consumo

Consumidores dão prioridade ao preço, não à origem do produto. Movimento que Trump defende está a desaparecer.

É uma das ideias fortes e mais conhecidas de Donald Trump: o “buy american”. O presidente dos EUA incentiva os consumidores do seu país a comprarem produtos fabricados nos EUA.

Essa prioridade já foi bem visível na sua primeira passagem pela Casa Branca. E, agora, as tarifas impostas sobre tantos países não são uma coincidência.

Existe também a iniciativa “Buy American, Hire American” – comprar americano, contratar americano – que exige que agências federais tenham como prioridade fornecedores nacionais.

A ideia central de Trump é que consumir produtos nacionais fortalece a economia, preserva empregos e reduz a dependência externa, especialmente em sectores estratégicos.

Mas esse tal movimento “compre produtos americanos” está a desaparecer para os consumidores dos EUA, alerta o Axios.

A conclusão surge depois da divulgação de um estudo do The Conference Board: os consumidores dos EUA disseram que há apenas 50% de hipóteses de voltarem a comprar um produto de que gostaram, depois de descobrirem que foi feito nos EUA.

É uma descida em relação aos 60% na mesma pergunta, numa sondagem realizada em 2022. A maior queda verificou-se entre as pessoas com mais de 54 anos: era uma “fidelização” de 69% e passou a ser 47%.

A informação sobre o país de origem ainda é importante, mas a sua influência está a diminuir“, comentou Denise Dahlhoff, autora do relatório.

O preço é cada vez mais uma preocupação (também) nos EUA. E acontece um fenómeno curioso no momento da compra: “Muitos consumidores dos EUA parecem associar os rótulos ‘made in’ a preços mais elevados devido aos custos de produção domésticos geralmente mais elevados, bem como às tarifas sobre produtos fabricados no estrangeiro”.

Ou seja, e ainda segundo a autora do estudo, os consumidores estão a dar prioridade ao valor e à acessibilidade; e não à lealdade ao fabrico nacional.

A única faixa etária onde subiu (muito ligeiramente) a fidelização aos produtos nacionais foi nas pessoas com menos de 35 anos – de 49% passou para 50%. Pode representar um “interesse crescente na produção nacional ligada à sustentabilidade e à criação de emprego” entre os consumidores mais jovens, de acordo com o relatório.

No geral, conclui o Axios, os consumidores nos EUA sempre deram prioridade aos produtos que melhor se adaptam ao seu bolso e às suas necessidades pessoais – independentemente da origem.

ZAP //

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