Um em cada quatro russos acredita que a pandemia é uma invenção

Alejandro Garcia / EPA

Um em cada quatro russos acredita que a pandemia de coronavírus é uma invenção, de acordo com uma pesquisa realizada pela Escola Superior de Economia de Moscou (HSE).

Segundo avançou o site de notícias RBC, citado pelo Moscow Times, dos 30 mil russos entrevistados desde março, 23,2% consideraram a pandemia “uma invenção de partes interessadas”. Outros 9,6% disseram que os riscos associados à covid-19 são exagerados.

Entre os céticos, três quartos questionaram a necessidade das medidas de bloqueio, enquanto mais da metade afirmou ter saído durante a quarentena e 43% visitou parentes, contrariando as diretrizes. Esses números foram entre duas e sete vezes inferiores relativamente aos entrevistados que afirmaram acreditar nos perigos da pandemia.

A pesquisa da HSE observou que um aumento da parcela de entrevistados russos que não acreditam na necessidade de quarentena, que têm vindo a diminuir o apoio a restrições mais rígidas desde o início de abril. A quantidade de entrevistados que disseram ter saído para passear triplicou desde essa altura, destacou a RBC.

A HSE também estabeleceu uma correlação positiva entre as regiões mais céticas e aquelas em que mais entrevistados disseram ter perdido rendimentos. No Distrito Federal do Sul da Rússia, por exemplo, 41,1% dos seus habitantes disseram que a pandemia é invenção. Nessa região, 52,1% dos entrevistados indicaram ter perdido receita devido à pandemia.

A covid-19 já infetou 5,7 milhões de pessoas e causou mais de 354 mil mortes. A Rússia registou um total de 379.051 casos e 4.142 mortes desde o início do surto, em março.

Para chegar aos resultados, a HSE entrevistou mais de 30 mil russos, de todas as regiões do país, entre 18 de março e 26 de maio.