Drones junto a prisões são ameaça à segurança nacional no Reino Unido

Chegam às prisões “quantidades avassaladoras” de drogas e armas. Há risco (teórico, para já) de um prisioneiro sair prisão por um drone.

As prisões são assunto em Portugal, mas também no Reino Unido – mas lá fora o contexto é diferente.

drones sofisticados que enviam “quantidades avassaladoras” de drogas e armas para as prisões. São uma ameaça à segurança nacional.

O aviso surge no mais recente relatório anual de inspeção, do organismo de fiscalização das prisões, a His Majesty’s Prison Service (HMPS).

O líder do estudo, Charlie Taylor, destacou o aumento da presença de drones em prisões de Categoria A, incluindo Long Lartin, em Worcestershire, e Manchester, que acolhem alguns dos reclusos mais perigosos do país, incluindo terroristas, indica a Sky News.

Taylor afirmou que a escala e regularidade das entregas feitas por drones deram, na prática, aos grupos criminosos o controlo do espaço aéreo sobre estas prisões, comprometendo gravemente a segurança dentro e fora dos estabelecimentos.

“Estão a ser transportados pacotes com 10 kg”, referiu, sublinhando que os reclusos agora têm acesso a uma ampla variedade de drogas – como canábis, cocaína e esteroides.

O relatório manifestou ainda mais preocupações relativamente à rápida evolução da tecnologia dos drones e mencionou mesmo o risco (teórico, para já) de um prisioneiro poder ser retirado da prisão por um drone.

O HMPS apelou aos serviços prisionais, ao governo e às agências de segurança para que atuem de forma rápida e coordenada, recorrendo à tecnologia para conter esta ameaça crescente.

As medidas de segurança física são inadequadas em muitas instituições. Na prisão de Manchester, a infraestrutura deficiente, a cobertura limitada de CCTV e o pessoal inexperiente deixaram o estabelecimento especialmente vulnerável.

As medidas preventivas básicas — como cortar a relva para evitar a camuflagem de contrabando — continuam a ser negligenciadas.

Mas o relatório apontou problemas estruturais mais amplos: sobrelotação crónica, aumento da violência entre reclusos e contra os funcionários, e falta de atividades com propósito.

Cerca de 20% dos homens adultos inquiridos nas prisões disseram sentir-se inseguros; uma percentagem que sobe para 30% nas prisões de alta segurança.

Andrea Coomber, diretora da Howard League for Penal Reform, considerou os resultados “uma lista de razões” pelas quais a redução da população prisional deve ser uma prioridade do governo. Sublinhou ainda a urgência da reforma do sistema de penas para aliviar a crise.

Em resposta, o Ministro das Prisões, Lord Timpson, reconheceu a gravidade dos problemas, que disse serem um “legado herdado” por este governo trabalhista.

O ministro confirmou que estão a ser criados 14.000 novos lugares prisionais e que está a ser feito um investimento de quase 40 milhões de euros no reforço da segurança, incluindo medidas anti-drone e maior cooperação com as forças policiais.

No entanto, as reformas estruturais na política de penas só deverão entrar em vigor em 2026.

ZAP //

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