“Um dos dias mais tristes do pós-Guerra Fria”. A reação dos partidos

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José Sena Goulão / Lusa

O secretário-geral do Partido Comunista Português (PCP), Jerónimo de Sousa

O secretário-geral do Partido Comunista Português (PCP), Jerónimo de Sousa

Da esquerda à direita, há condenações à decisão de Vladimir Putin de invadir a Ucrânia. O PCP é o único partido a manter-se em silêncio face aos mais recentes desenvolvimentos.

O PCP tem condenado o papel desempenhado pelos Estados Unidos, NATO e União Europeia (UE) no escalar da tensão entre a Rússia e a Ucrânia. Aliás, no editorial do jornal Avante! desta quinta-feira chega mesmo a acusar estas organizações de terem promovido o “golpe de Estados de 2014”.

Mas na altura em que foi escrito o editorial, a Rússia ainda não tinha posto em marcha o ataque contra a Ucrânia. Conforme salienta o Observador, o PCP não emitiu, até ao momento, qualquer nota oficial.

João Ferreira pronunciou-se no Twitter, numa nota na qual dá conta de que “a defesa dos princípios do direito internacional e da Carta da ONU não é conveniência de circunstância, como para outros”. “É posicionamento de sempre.”

O PCP acusa a Ucrânia de nunca ter cumprido os acordos de Minsk e responsabiliza-a por “constantes violações do cessar-fogo”, “sucessivas provocações” e “uma massiva concentração de forças militares junto à linha de demarcação”.

Para os comunistas, é a Ucrânia, e não a Rússia, que ameaça “lançar uma ação militar em larga escala nessa região”.

Entretanto, esta tarde, o secretário-geral do PCP considerou que as declarações de Vladimir Putin refletem um “país capitalista” e representam “um ataque à União Soviética”, defendendo a via do diálogo para encontrar uma solução para o conflito na Ucrânia.

“O PCP sublinha ao mesmo tempo as declarações de Putin, que refletindo a posição da Rússia como país capitalista, desferem um ataque à União Soviética e à notável solução que esta encontrou para a questão das nacionalidades e o respeito pelos povos e as suas culturas”, sustentou Jerónimo, no decorrer de uma ação partidária em Lisboa, sem especificar a que declarações do Presidente se estava a referir.

O PS condenou “veementemente toda e qualquer violação do direito internacional” e apelou à “via diplomática” para resolver “qualquer visão alternativa ou desentendimento”. Em comunicado, os socialistas pediram também a “retirada imediata das forças militares russas da Ucrânia”.

No Twitter, o secretário-geral socialista e primeiro-ministro, António Costa, garantiu que a comunidade ucraniana em Portugal pode “contar com a solidariedade e segurança”.

Aos portugueses e luso-ucranianos na Ucrânia, uma mensagem de confiança: acompanhamos a comunidade e há um plano de evacuação preparado que será ativado se necessário”, escreveu.

O Bloco de Esquerda condenou a ação de Vladimir Putin, salientando que está em causa um ataque a um país soberano “à margem de qualquer lei internacional.

Catarina Martins defendeu que “uma escalada de guerra não vai proteger o povo ucraniano nem a Europa” e que “não há ninguém que acredite verdadeiramente que um reforço das forças da NATO vá dissuadir seja o que for”.

O líder do maior partido da oposição salientou, por sua vez, que esta quinta-feira é “um dos dias mais tristes do pós-Guerra Fria“.

“A decisão de invadir a Ucrânia é ilegal, desnecessária e inaceitável. E, com o mundo a ver, é preciso deixar claro que estas ações acarretam fortes punições”, afirmou Rui Rio, presidente do PSD.

O Chega também condenou veementemente o sucedido, frisando, em comunicado, que “a soberania de um país é um dos pilares fundamentais do ADN europeu e a invasão que está em curso é um atentado a este princípio”.

O partido de André Ventura mostrou solidariedade para com o povo ucraniano num “dos momentos mais difíceis da sua existência enquanto nação independente”.

A Iniciativa Liberal também se mostrou “solidária” com o povo ucraniano, descrevendo o ataque como “criminoso”.

“Um povo na linha da frente com enorme dignidade e coragem no regresso das trevas da guerra à Europa”, escreveu o partido, salientando que “Portugal deve ajudar imediatamente os portugueses na Ucrânia e as famílias ucranianas em Portugal.”

Por sua vez, o Livre referiu-se à invasão da Ucrânia como sendo, “à luz do Direito Internacional, ilegítima e ilegal”, uma guerra que irá “agravar brutalmente a crise que a Europa vive”.

“A Ucrânia tem as suas fronteiras internacionalmente reconhecidas e a Rússia, enquanto signatária da Carta da ONU, estava comprometida a não lançar ações agressivas, sem provocação, e a cumprir com as condições mínimas exigíveis para evitar o conflito”, recorda o partido. “A UE e Portugal tudo devem fazer perante o desastre humanitário que se adivinha.”

ZAP //

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2 Comments

  1. Os comunistas são sempre os mesmos. Têm uma venda nos olhos, ou fazem-se de idiotas. Pena não estarem a viver na União Soviética de Estaline, ou na Rússia. Nem piavam!

    • Pior é ver os alucinados do PCP a apoiar (indirectamente) um ditador de extrema-direita como o Putin, que ainda há dias gozou com os comunistas e criticou o Lenine!!

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