Após a retirada das tropas russas da cidade ucraniana de Kherson esta sexta-feira, o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, celebrou o que chamou de “um dia histórico”.
Pela primeira vez em mais de oito meses, esta sexta-feira, as tropas ucranianas voltaram a hastear bandeiras nacionais em Kherson.
A cidade, com cerca de 300 mil habitantes, tinha sido tomada pelas tropas russas quase no início da invasão do território, a 3 de março.
“Kherson é nossa“, escreveu Zelensky no seu canal no Telegram. Na mensagem, o presidente ucraniano confirmou que unidades especiais das Forças Armadas ucranianas já estavam na cidade após a saída de Moscovo.
Fotos tiradas na cidade mostram centenas de ucranianos nas ruas a comemorar a retirada russa.
Num vídeo verificado pela BBC, habitantes da cidade são vistos a agitar bandeiras e a cantar em homenagem aos soldados ucranianos: “Glória à Ucrânia! Glória aos Heróis!, Glória às Forças Armadas da Ucrânia!”.
Anteriormente, o Ministério da Defesa russo já tinha anunciado que cerca de 30.000 dos seus homens tinham deixado a região de Kherson em direção à margem leste do rio Dnipro.
A cidade foi a única grande capital regional capturada por Moscovo desde o início da invasão, em fevereiro.
Humilhação para Putin
Embora o governo russo não use a palavra “retirada”, o abandono de Kherson pelas suas tropas é visto por muitos analistas como “um revés humilhante” para os planos de Vladimir Putin.
O ministro da Defesa britânico, Ben Wallace, descreveu este sábado a retirada de Kherson como “outro fracasso estratégico” para Moscovo, e reiterou o apoio do Reino Unido à Ucrânia.
“A retirada da Rússia de Kherson marca outro fracasso estratégico. Em fevereiro, a Rússia não conseguiu alcançar nenhum dos seus principais objetivos, exceto Kherson”, disse Wallace, em nota de imprensa citada pela agência EFE.
Andrei Goryanov, diretor da delegação da BBC em Moscovo, recorda que há apenas um mês Putin tinha proclamado que este território permaneceria “para sempre” na Rússia.
O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, nega no entanto que a reconquista de Kherson pelos ucranianos seja uma humilhação para Putin.
“Há muitos especialistas diferentes — uns dizem isso, outros dizem outras coisas. Não queremos comentar nenhuma das declarações, disse Peskov aos jornalistas que o questionaram sobre o tema. “A operação militar especial continua“.
Mas, até agora, Kherson tinha sido fundamental para a estratégia de Moscovo na Ucrânia.
A ocupação da cidade permitiu que a Rússia tivesse acesso terrestre do continente à península da Crimeia, controlo que o Kremlin pretendia usar para alcançar as cidades ocidentais de Odessa e Nikolaiev para isolar a Ucrânia do Mar Negro.
Mas os avanços militares ucranianos no sul, somados a operações como as que levaram ao naufrágio do Moskva, principal navio da frota russa do Mar Negro, expuseram as deficiências e a má preparação do Exército de Putin.
Graças a mísseis HIMARS fabricados nos EUA, as tropas ucranianas também conseguiram destruir as pontes que ligam as duas margens do rio Dnipro, o que cortou o fornecimento de munições e suprimentos para os soldados russos.
“As tropas russas em Kherson morreriam de fome se ficassem lá mais tempo“, diz Goryanov, para quem a retirada “era inevitável e apenas uma questão de tempo”.
No entanto, como explica o enviado especial da BBC na Ucrânia, Jeremy Bowen, também é possível que, em termos estritamente militares, esta retirada seja a “coisa mais sensata que os russos fizeram desde o início da guerra”.
Ao deixar a sua posição no oeste da cidade, que já estava a tornar-se insustentável, para reorganizar as tropas do outro lado do rio, os russos podem na realidade ter complicado uma eventual ofensiva ucraniana, diz Bowen.
A margem leste do Dnipro está fortificada desde a barragem de Nova Kakhovka até ao Mar Negro, como mostram imagens de satélite — as quais revelam também que as tropas russas cavaram mais de 160 quilómetros de defesas ao longo do rio e terão construido bunkers de betão para defender essa margem do rio.
A imprensa ucraniana comparou essas fortificações à “Muralha do Atlântico“, criada pelos nazis para tentar impedir os desembarques aliados durante a 2ª Guerra Mundial.
O secretário-geral da NATO, Jens Stoltenberg, considera que a Rússia está sob pressão e afirmou que a retirada russa é “mais uma vitória” para os ucranianos.
Mas a retirada das tropas não está isenta de perigo, advertiu Mijailo Podoliak, conselheiro do presidente ucraniano Volodymyr Zelensky.
Em primeiro lugar, as forças russas podem ter minado a cidade e deixado armadilhas para as tropas ucranianas que entram no território.
Ao sair da margem oeste do rio, as tropas russas também “evacuaram”, muitas vezes à força, um grande número de civis. Dessa forma, a Rússia pode agora, segundo Podoliak, bombardear Kherson sem piedade.
Além disso, recorda o conselheiro, sempre que a Rússia sofreu um revés militar, a sua resposta foi punir ainda mais a população. Assim, ataques com mísseis e drones poderiam dificultar ainda mais o inverno para os ucranianos.
Na quarta-feira, Zelensky assegurou que estava a agir “com muito cuidado, sem emoção, sem riscos desnecessários, com o objetivo de libertar todas os territórios de modo a que as perdas sejam as menores possíveis“.
Ponto de viragem
A cidade de Kherson, que antes da guerra tinha uma população de 380.000 habitantes, “é a porta de entrada para a Crimeia“, explica Marina Miron, investigadora de Estudos de Defesa do Kings College de Londres, à BBC.
“Recuperar Kherson pode facilitar o caminho para a reconquista da Crimeia, algo que a Ucrânia procura alcançar nesta guerra.”
A retirada de Kherson tem, segundo Andrei Goryanov, “um enorme impacto militar, simbólico e político“.
Além do efeito desmoralizador que a derrota impõe sobre as tropas russas, a retirada de Kherson e a construção de uma nova linha de defesa contra um eventual ataque à península da Crimeia muda o curso do conflito: a partir de agora, torna-se uma guerra de defesa para a Rússia.
Simbolicamente, Kherson também representa um fracasso para Moscovo: após oito meses de guerra, as forças russas não conseguiram mostrar resultados significativos.
Mas o impacto político é, segundo o correspondente russo da BBC, muito mais severo. “O regime de Putin é baseado na ideia da Rússia como uma super-potência. A derrota significativa contra um país muito menor coloca toda essa ideia em xeque”, explica Goryanov.
Como consequência, o presidente russo tem recebido críticas da ala mais dura do seu regime e, cada vez mais, a palavra “negociações” é ouvida com frequência entre os russos.
A Ucrânia, por sua vez, já disse que não está pronta para negociar até que a Rússia se retire de todos os territórios ocupados — e pague uma indemnização pelos danso causados pela invasão do país.
ZAP // BBC
A alegria será de curta duração. O território agora abandonado pela Rússia não tem significado estratégico. Prestem atenção ao que se está a passar – e vai continuar a passar-se – na área do Donetsk, e vão perceber o raciocínio tático e estratégico da Rússia. E os russos voltarão ao território agora abandonado, quando for altura de libertar Nikolaiev e Odessa. Kutuzov abandonou boa parte da Rússia europeia ao exército de Napoleão, até ser altura de lhes tratar da saúde… Aprendam a história militar russa antes de deitarem foguetes…
Pequena correcção à análise: Na história presente, Napoleão é o Putin (um Napoleão de péssima qualidade, mas é o que se pode arranjar), e a “Rússia” é a Ucrânia. Os “franceses” (ou seja, russos) invadiram a “Rússia” (ou seja, Ucrânia) e o exército “russo” (ou seja, ucraniano) cedeu terreno enquanto complicava a vida ao agressor na medida do possível. Passado tempo, o invasor começa a revelar as suas fraquezas e o invadido contra-ataca com vigor crescente.
É isso mesmo: Aprendam história militar, nomeadamente russa. Mas *aprendam*, não é?!
Não acontece nada na Ucrânia que os Russos não queiram, qualquer conquista de terreno é propalada como grandes vitórias Ucranianas, ninguém fala dos tratados de Minsk 1 e Minsk 2.
Ó amigo…arruma lá a viola e volta para a Rússia que da Ucrânia já só sais num saco!
Primeiro quiseram tomar a Ucrânia toda e a sua capital. Tomaram o aeroporto de Kiev logo nos primeiros dias. Depois andaram sempre a fugir na direção da Rússia. E sem dinheiro, armamento ou apoio (à exceção do Irão e Coreia do Norte) vão continuar a fugir. Quanto ao Nuno, não percebe o essencial e desse modo não compreende o que se está a passar e qual será o desfecho de tudo isto. O amigo é mesmo muito limitado…
Mas este não é o fim da guerra. Para onde estamos indo agora? O profeta Daniel escreve: “E [o rei do norte = Rússia desde a segunda metade do século XIX. (Daniel 11:27)] tornará para a sua terra com muitos bens [1945], e o seu coração será contra a santa aliança [a União Soviética introduziu o ateísmo estatal e os crentes foram perseguidos]; e vai agir [isso significa alta atividade no cenário internacional], e voltará para a sua terra [1991-1993. A dissolução da União Soviética e o Pacto de Varsóvia. As tropas russas retornaram a sua terra]. No tempo designado voltará [as tropas russas voltarão para onde estavam anteriormente estacionadas. Isto também significa ação militar, grande crise, desintegração da União Europeia e da NATO. Muitos países do antigo bloco de Leste voltará à esfera de influência russa]. E entrará no sul E entrará no sul [este será o início de uma guerra nuclear], mas não serão como antes ou como mais tarde [estas ações militares não conduzirão a uma guerra nuclear global. Esta guerra só começará após o retorno do rei do norte, e por causa do conflito étnico], porque os habitantes das costas de Quitim [o distante Ocidente, ou para ser mais preciso, os americanos] virão contra ele, e (ele) se quebrará [mentalmente], e voltará atrás”. (Daniel 11:28-30a) Este será um abate mútuo. A “poderosa espada” também será usada. (Apocalipse 6:4) Jesus o caracterizou assim: “coisas atemorizantes [φοβητρα] tanto [τε] quanto [και] extraordinárias [σημεια] do [απ] céu [ουρανου], poderosos [μεγαλα] serão [εσται].” É precisamente por causa disso haverá tremores significativos ao longo de todo o comprimento e largura das regiões [estrategicamente importantes], e fomes e pestes.
Muitos dos manuscritos contém as palavras “e geadas” [και χειμωνες].
A Peshitta Aramaica: “וסתוא רורבא נהוון” – “e haverá grandes geadas”. Nós chamamos isso hoje de “inverno nuclear”. (Lucas 21:11)
Em Marcos 13:8 também há palavras de Jesus: “e desordens” [και ταραχαι].
A Peshitta Aramaica: “ושגושיא” – “e confusão” (sobre o estado da ordem pública).
A guerra nuclear global (este será o cumprimento do sinal de Jesus) vai começar com um conflito étnico: “Porquanto se levantará nação contra nação” (como em 2008 na Geórgia). (Mateus 24:7)
Não, esse não será o Armagedom. Mas todas essas coisas serão apenas como as primeiras dores de um parto. (Mateus 24:8)
Este será um sinal de que o “dia do Senhor” (o período de julgamento) realmente começou. (Apocalipse 1:10; 2 Tessalonicenses 2:2)