O Presidente ucraniano, Petro Poroshenko, confirmou ter concordado com a Rússia, durante conversações em Milão, relativamente a um preço provisório do gás russo fornecido à Ucrânia durante os próximos meses de inverno.
“Com base nas consultas, posso dizer que a Ucrânia terá gás, terá aquecimento“, garantiu Petro Poroshenko, numa entrevista divulgada na noite de sábado pelas televisões ucranianas.
Depois das conversas, com Poroshenko, na sexta-feira em Milão, o Presidente russo, Vladimir Putin, tinha aludido já a “progressos” e um “acordo sobre as condições para a retoma da entrega do gás, pelo menos no inverno“.
Em meados de junho, a Rússia cortou o fornecimento de gás à Ucrânia devido à recusa de Kiev em pagar o preço imposto por Moscovo no contexto da crise entre os dois países. Segundo a Rússia, a dívida ucraniana ascende a 5,3 milhões de dólares (4,3 milhões de euros).
“Chegámos a um acordo [relativamente ao preço]. A posição ucraniana foi, de facto, aceite: falamos apenas do inverno e fixamos um preço de 385″ dólares por mil metros cúbicos, declarou Poroshenko, acrescentando que “os russos aceitaram”.
O chefe de Estado ucraniano explicou que, durante os meses de verão, quando a procura é menor, Kiev defendeu um preço de 325 dólares, mas a proposta foi rejeitada por Moscovo, estando o valor atualmente fixado em 485 dólares.
Poroshenko encontrou-se com Putin por três vezes, incluindo na presença de dirigentes europeus, por ocasião da cimeira Ásia-Europa (ASEM), em Milão, num espaço de apenas dez horas.
Os dois líderes fizeram progressos no quadro do litígio sobre o fornecimento de gás – embora sem um acordo completo -, estando previstas negociações a nível ministerial em Bruxelas para terça-feira. Neste sentido, Poroshenko disse esperar que um acordo possa ser fechado na Bélgica ou menos antes disso.
“Antes de 21 de outubro, esperamos encontrar uma solução para a questão da energia”, afirmou.
A Rússia é o maior fornecedor de gás da União Europeia (UE). Doze países do centro e leste da Europa dependem do gás russo para cobrir mais de três quartos das suas necessidades.
/Lusa
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