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Guerra aberta. Twitter assinala mensagem de Trump como apologia da violência

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Erik S. Lesser / EPA

O Twitter assinalou como apologia da violência uma mensagem difundida pelo Presidente dos Estados Unidos em que ameaçou disparar contra as pessoas envolvidas nos protestos de Minneapolis.

“Este tweet violou as regras do Twitter sobre a apologia da violência. No entanto, o Twitter considera que no quadro do interesse público deve ficar acessível”, referiu a rede social.

Na referida mensagem, Donald Trump chamou “bandidos” às pessoas envolvidas nos protestos de Minneapolis contra a morte de George Floyd, ameaçando que “quando as pilhagens começarem, os tiros vão começar”.

“Estes bandidos estão a desonrar a memória de George Floyd e eu não vou deixar que isso aconteça. Acabei de falar com o governador Tim Waltz e disse-lhe que pode contar com os militares. Assim que aconteça qualquer dificuldade, nós assumimos o controlo. Quando as pilhagens começarem, os tiros começam. Obrigada!”, escreveu.

Na terça-feira, e pela primeira vez, a mesma rede social assinalou dois tweets do chefe de Estado com um link de “verificação de factos” no rodapé das mensagens em questão, por considerar “infundadas” e “potencialmente enganosas” as suas afirmações sobre o voto por correspondência.

Na sequência desta decisão, Trump ameaçou “regular” ou “fechar” as redes sociais.

“Os republicanos sentem que as plataformas de redes sociais censuram totalmente as vozes conservadoras. Vamos regulamentá-las severamente, ou fechá-las, para evitar que isso aconteça”, afirmou o Presidente num outro tweet.

Esta quinta-feira, Trump cumpriu a ameaça e assinou um decreto que pede a revisão da proteção legal das redes sociais. “Estamos aqui para defender a liberdade de expressão de um dos piores perigos que há”, disse o republicano, a partir da Sala Oval, na Casa Branca, enquanto assinava o documento, que é o ponto de partida de uma batalha judicial que se adivinha longa.

Na altura, o fundador do Facebook, Mark Zuckerberg, criticou a decisão do Twitter de fazer “verificação de factos” aos tweets do Presidente, considerando que “as empresas privadas não se deviam colocar nessa posição”.

“Temos uma política diferente da do Twitter nisto. Acredito firmemente que o Facebook não deve ser o árbitro da verdade de tudo o que as pessoas dizem online”, declarou Zuckerberg, numa entrevista à Fox News.

Entretanto, o CEO do Twitter, Jack Dorsey, já respondeu às críticas do ‘colega de profissão’, afirmando que a rede social vai continuar a “chamar a atenção sobre informação incorreta ou duvidosa no que diz respeito a eleições”.

“Verificação de factos: existe alguém responsável pelas nossas ações como empresa, e essa pessoa sou eu. Por favor, deixem os nossos funcionários fora disto. Vamos continuar a apontar a informação incorreta ou duvidosa sobre as eleições em todo o mundo. E vamos admitir e reconhecer quaisquer erros que venhamos a cometer.”

“Isto não faz de nós um “árbitro da verdade”. A nossa intenção é ligar os pontos de declarações contraditórias e mostrar a informação em disputa para que as pessoas possam decidir por si mesmas. Mais transparência da nossa parte é fundamental para que as pessoas possam ver claramente o porquê das nossas ações”, disse ainda.

ZAP // Lusa

10 Comments

  1. Bela tradução do Tweet… Com que então o Trump (que apesar de ser uma besta é do sexo masculino) diz “obrigada” em vez de “obrigado”… Que bem traduzido. Essa tradução deve ter dedo das meetoos, não?

  2. De saudar a iniciativa de Trump para acabar com a vergonhosa censura praticada pelas redes sociais inclusive enviando emails intimidatórios aos autores ameaçando com o fecho das contas destes, assim violando claramente a liberdade de expressão a exemplo da desumana Ditadura Chinesa.

    • Á vontade , não é á vontadinha, a única censura que existe é contra a mentira. Devia de existir controlos ainda mais estritos para que pessoas que não sabem o que é liberdade de expressão por ex. quem mente sobre: Covid, Alterações climáticas, Holocausto, vacinas etc..
      Ou simplesmente bots ou trols.

  3. Pois se é de condenar o comportamento do agente policial + o dos seus colegas que levou à morte de um cidadão sem necessidade para tal, não é menos condenável o comportamento de milhares de cidadãos que ao fazerem uma manifestação optam pelo saque e incêndio de tudo que lhes vem à cabeça, acabam por perder a razão e a credibilidade dando a entender que de facto não será com maneiras civilizadas e pacíficas que estes entendem a forma como se deveriam portar perante a sociedade, é lamentável, mas é o que há!.

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