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Trump acredita que a “tortura funciona” e diz ser preciso combater o “fogo com fogo”

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Gage Skidmore / Flickr

O presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump

O presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump

Na primeira entrevista depois da tomada de posse, no passado dia 20, Trump afirmou que sente “absolutamente” que a tortura funciona e que, no que toca ao terrorismo, é necessário combater o “fogo com fogo”.

Em entrevista à ABC News, a primeira desde que tomou posse como Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump afirmou que fará tudo para “manter o país seguro” relativamente ao terrorismo e que, por isso, não exclui a hipótese de fazer regressar a tortura aos interrogatórios.

O Presidente norte-americano admitiu que vai deixar essa questão para James Mattis, responsável pela Defesa, e para o diretor da CIA, Mike Pompeo, até porque é preciso ver o que pode ser feito “legalmente” nesse sentido. No entanto, o novo chefe de Estado não tem dúvidas. “Se sinto que a tortura funciona? Absolutamente”.

Questionado sobre técnicas como o “waterboarding” (que simula o afogamento), Trump diz não ficar muito preocupado porque, na sua visão, é preciso combater o “fogo com fogo”.

“Quando eles estão a decapitar a nossa gente, quando o fazem porque são cristãs no Médio Oriente, quando o Estado Islâmico faz isso, devo eu sentir-me mal por causa do ‘waterboarding’? Tanto quando sei, devemos combater o fogo com fogo“.

Durante a corrida à Casa Branca, Trump afirmou em campanha que, se fosse eleito, ia analisar a hipótese de fazer regressar este tipo de métodos. Mais tarde, quando já só disputava o lugar com Hillary Clinton, tentou suavizar a sua perspetiva.

“A tortura não vai fazer o tipo de diferença que muita gente julga que faz”, disse na altura.

Estas técnicas de tortura foram muito usadas depois dos atentados de 11 de setembro, algo que acabou por ser banido depois de Bush abandonar a presidência.

Em 2014, um relatório divulgado pelo Senado norte-americano mostrou que estes métodos foram “ineficazes” e que, em nenhum momento, “permitiram recolher informações relativas a ameaças iminentes, tais como informações relativas a hipotéticos ataques bombistas, que muitos consideraram que justificavam tais técnicas”.

Barack Obama considerou também que estas técnicas da CIA eram “contrárias aos valores” dos Estados Unidos e que “prejudicaram fortemente a reputação da América no mundo”.

ZAP //

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