Três deputadas do Partido Conservador anunciaram que se demitiram da sua força política e que irão juntar-se ao Grupo Independente, o grupo formado por deputados dissidentes do Partido Trabalhista, formado no início da semana.
Anna Soubry, Sarah Wollaston e Heidi Allen são as primeiras tories a aderir ao grupo. Numa carta enviada à primeira-ministra, Theresa May, invocaram a forma como o partido tem lidado com o Brexit e a corrente mais eurocética dentro do partido como razões para a sua saída.
“Não podemos continuar no partido de um Governo cujas políticas e prioridades estão tão firmemente reféns do European Research Group [grupo eurocético liderado por Jacob Rees-Mogg e do DUP [Partido Democrático Unionista, de norte-irlandeses unionistas].”
“O Brexit redefinou o Partido Conservador — desfazendo todos os esforços para o modernizar”, acrescentaram as três deputadas na mesma carta, citada pelo Observador.
“Tencionamos sentar-nos como Independentes junto do Grupo Independente, no centro da política britânica”, acrescentam, deixando assim claro que se irão juntar ao Grupo de dissidentes do Labour.
No início desta semana, sete deputados trabalhistas anunciaram a sua saída do partido, a que se juntou uma oitava deputada – Joan Ryan – na noite de terça-feira. O facto de o grupo contar agora com membros do Partido Conservador é um duro golpe para o Governo de Theresa May, que fica assim com uma maioria ainda mais frágil nos Comuns.
A primeira-ministra já reagiu a este anúncio, dizendo-se “triste” pela decisão, mas acrescentando que não tenciona alterar o rumo das suas políticas.
“É claro que a pertença do Reino Unido à União Europeia tem sido uma fonte de discórdia tanto no nosso partido como no nosso país há muito. Terminar essa pertença ao fim de quatro décadas não iria ser fácil”, declarou. “Mas ao cumprir o nosso compromisso e aplicar a decisão do povo britânico estamos a fazer a coisa certa pelo nosso país.”