Há uma falha “tectónica” no caminho de Trump: o apoio de Taylor Swift a Biden

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Na renhida disputa com Donald Trump pela presidência norte-americana, Joe Biden pode ter um trunfo em Taylor Swift, a estrela musical cujos concertos causam terramotos — e cujo apoio à candidatura do democrata em 2020 a tornou alvo de teorias da conspiração entre republicanos e conservadores.

Em fevereiro, Taylor Swift tornou-se a primeira artista a vencer o Grammy de Melhor Álbum pela quarta vez, mais um recorde a juntar aos que tem batido sucessivamente na indústria musical.

A artista norte-americana tem consolidado a sua posição como uma das estrelas ‘pop’ mais poderosas da atualidade.

Os seus concertos causam terramotos, são lecionadas disciplinas sobre a cantora em universidades norte-americanas, o seu namoro aproxima pais e filhos, e algumas estimativas apontam que a sua digressão mais recente salvou os EUA da recessão.

Segundo uma análise da XTB, a dimensão mediática da cantora poderá ter um impacto ainda maior na economia e política norte-americana e mundial, caso decida responder aos pedidos de líderes mundiais para apelar ao voto da população mais jovem nas eleições norte-americanas e para o Parlamento Europeu.

Os apoiantes de Donald Trump abriram há algum tempo guerra contra Taylor Swift, que já admitiu em público a sua preferência pelo Partido Democrata. Dizem que a artista é “uma agente secreta pró-Biden” e que tem a missão de manipular a opinião pública a favor do atual presidente norte-americano.

E os Republicanos têm motivos para estar preocupados. Segundo a análise da XTB, publicada a semana passada, o “fator Swift” pode ser preponderante nas próximas eleições presidenciais norte-americanas de novembro.

Se se repetir o cenário de 2020, em apoiou a candidatura de Joe Biden, o seu “apoio poderá ser vital para o partido do atual chefe de Estado, refere a XTB.

A influência da artista poderá estender-se ainda a uma maior fatia do eleitorado jovem masculino, caso Travis Kelce, seu namorado e conhecido jogador da liga de futebol norte-americano, se juntar aos esforços de Swift e apoiar a candidatura de Biden.

“Já os apoiantes de Donald Trump, habitualmente inseridos em comunidades mais pequenas e residentes em espaços rurais, não deverão ser tão afetados pela influência da artista pop”, observou a corretora.

Ainda assim, “o simples apelo de Taylor Swift deverá levar também uma parte do eleitorado republicano a dirigir-se às urnas, como já aconteceu anteriormente, incluindo nas últimas eleições norte-americanas”, acrescenta a análise.

Apesar do seu impacto numa decisão eleitoral não estar comprovado, há já algumas evidências de que a artista pode, no mínimo, gerar mais recenseamento eleitoral.

Em setembro passado, Swift publicou uma pequena mensagem na sua conta na rede social Instagram a incentivar os seus, até então, 272 milhões de seguidores a registarem-se para votar.

De acordo com a agência Associated Press, a publicação em causa originou mais de 35 mil registos na organização sem fins lucrativos apartidária Vote.org, que fornece guias eleitorais ‘on-line’ para todos os estados do país, incluindo formulários de registo eleitoral e informações sobre prazos, orientações e requisitos de identificação e residência.

Para perceber melhor a capacidade de influência de Taylor Swift, os analistas olharam para estatísticas recente publicadas pela empresa de estudos de opinião YouGov, que indicaram que cerca de 1/3 dos norte-americanos admitem que gostam da música produzida por Swift e 6% consideram-se “fãs devotos”.

Já 19% dos fãs dizem mesmo que votariam na cantora caso ela se candidatasse às eleições presidenciais. O estudo revela ainda que os democratas são os principais fãs da artista (49%), apresentando números muito superiores aos dos republicanos (26%) ou dos independentes (21%).

A XTB analisou ainda as sondagens para as presidenciais norte-americanas, focando-se nos últimos dados da Ipsos, que indicam que Joe Biden é o favorito a permanecer na Casa Branca num embate direto com o ex-presidente Trump, liderando a corrida por apenas 1 ponto.

“Também é importante notar que, na resposta à mesma sondagem, 12% dos eleitores dizem estar indecisos sobre em quem votar e 11% afirmou planear votar em candidatos independentes”, destacou a corretora.

Estes números, segundo a análise, sublinham a importância dos apelos de Taylor Swift, que poderão ser cruciais não só para levar mais jovens às urnas, mas também para convencer os eleitores mais indecisos a manter o voto de confiança no atual Presidente.

ZAP // Lusa

8 Comments

  1. Quando misturam política com cantores/actores/influencers é quando a democracia deixa de existir…. A política deve ser neutra, verdadeira, e transparente. Fazer este tipo de apoios só engana as pessoas e rouba a liberdade das pessoas fazerem a escolha certa!
    A mesma coisa acontece em Portugal quando temos clubs de politica desde a idade jovem…. Campos de lavagem cerebral para comprar votos…
    Chamam a isto democracia??? Mais parece uma religião/culto…

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  2. Bem ….vou consultar un Vidente , para saber a opinião de Jimi Hendrix , Janis Joplin , Jim Morrison e outros Ilustres , para darem a sua opinião ! ….depois informo-vos !

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  3. Primeiro, desfez todo o trabalho do Trump de controlo de fronteiras. Depois, deixou entrar milhões de imigrantes ilegais. A seguir, dá-lhes tudo e mais alguma coisa, inclusive, documentação para poderem votar. Agora… a Tailor Swift. Biden está deseperado, sobretudo quando começa-se a saber a fraude que foram as eleições de 2020. De votos duplicados, a “bugs” no sistema que mudaram votos do Trump para o Biden, para não falar de condados que tiveram participações eleitorais acima de 100%

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  4. Ridiculamente absurdo… ou estupidamente imbecil, como preferirem!!!
    Já agora, o candidato favorito do eleitorado jovem é o democrata (independente) Robert Kennedy Jr., do qual as notícias pouco falam… até ver!
    A sondagem mais recente, efetuada de 3 a 8 de maio e com uma amostra de 4040 eleitores, dá os seguintes resultados, considerando todos os candidatos:
    Trump – 36% // Biden – 34% // Kennedy – 9% // West – 2% // Stein – 0%
    Logo, há ainda quase 20% de indecisos… o que é muito eleitor sem saber o que fazer!
    Por sua vez, a média de várias sondagens, publicadas entre 12 de abril e 7 de maio com uma amostra entre aproximadamente 1000 e 1600 eleitores, indica estes resultados:
    Trump – 41,5% // Biden – 38,8% // Kennedy – 10,8% // West – 2% // Stein – 1,5%
    Aqui, o número de indecisos é muito mais baixo, apenas 5,4%.
    Veremos o que ainda vai acontecer nos 6 meses que nos separam da noite eleitoral presidencial!

  5. A corrida eleitoral é disputada entre 2 idosos. Trump tem apenas menos 4 anos de Biden. Daí a importância de Taylor Swift mobilizar o eleitorado jovem.

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