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A digressão de Taylor Swift está a salvar os EUA da recessão (e os políticos mundiais estão rendidos)

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Wikimedia

Taylor Swift durante a digressão Eras

As estimativas apontam que a digressão da cantora gere cinco mil milhões de dólares para a economia global. Vários líderes políticos estão a pedir-lhe publicamente que visite os seus países.

As estimativas indicam que os Estados Unidos devem escapar à recessão em 2023 e o PIB cresceu até 2,4% na primeira metade do ano. E não foi só o Inflation Reduction Act ou qualquer outro pacote político a conseguir isto, mas também a ajuda de uma certa Miss Americana.

Parece que Joe Biden pode agradecer a Taylor Swift e à sua digressão Eras pelo estímulo que trouxe à economia do país. A artista norte-americana terminou recentemente a série de 52 concertos no seu país natal e prepara-se para embarcar nas datas internacionais, numa digressão que se antecipa ser a maior da história e ultrapassar a barreira dos 2,2 mil milhões de dólares em receitas só na América do Norte.

E a cantora de 33 anos não é a única que está a sair a lucrar. Com Swift a dar frequentemente mais do que um concerto por cidade, os comerciantes e hotéis estão a aproveitar ao máximo para captarem a atenção — e o dinheiro — dos seus fãs.

Há quem venda bolachas e donuts com a cara de Swift e quem faça cocktails inspirados nas suas canções; outros preferem organizar festas temáticas para os swifties ou até oferecer descontos a quem tem bilhetes para o concerto.

Um museu dedicado à música country em Nashville, onde a cantora viveu na adolescência e começou a sua carreira, até apressou uma exposição das roupas que Swift usou em digressões passadas para coincidir com os seus concertos. E o esforço valeu a pena: Maio acabou por ser o melhor mês nos 65 anos de história do museu, com mais de 114 mil visitantes.

Segundo o Banco da Reserva Federal de Filadélfia, Maio foi o mês com mais receitas em hotéis na cidade desde o início da pandemia, o que coincidiu com a passagem da cantora pela cidade.

Chicago ecoou um sentimento semelhante, registando um número recorde de reservas em hotéis, em parte graças às performances esgotadas de Swift no estádio Soldier Field. Esta ressurgência turística viu as receitas hoteleiras do estado do Illinois a ascenderem aos 308 milhões de dólares em 2023, ultrapassando os números alcançados no período pré-pandemia, escreve a CBS News.

Os swifties também deram um grande impulso em Cinicinnati. “Taylor Swift é uma força que tem de ser considerada”, refere Julie Calvert, presidente do grupo Visit Cincy. No fim-de-semana do espectáculo, os hotéis reportaram ganhos de 2,6 milhões de dólares e quase 41 mil pessoas foram ao evento Taygate, onde mais de 2000 fãs arranjaram o cabelo e se maquilharam antes do concerto.

Todo este frenesim acabou por beneficiar o restaurante de waffles vizinho Taste of Belgium, que ofereceu especificamente um cocktail Lavender Haze, baptizado em honra a uma música da cantora. O restaurante afirma que teve os seus dois melhores dias de vendas desde que abriu há sete anos, relata o Wall Street Journal.

Destacando a escala de impacto, Santiago Corrada, CEO da Visit Tampa Bay, equiparou o impulso económico dos concertos de Swift à organização do Super Bowl.

Uma pesquisa de mercado da QuestionPro frisou ainda o poderio económico dos ferverosos fãs de Swift. Em média, os espectadores gastaram cerca de 1300 dólares por espetáculo, excedendo o seu orçamento inicial em cerca de 720 dólares. Mesmo com este grande rombo orçamental, uns retumbantes 91% querem repetir a experiência e ir a concertos futuros.

A QuestionPro estima ainda que a digressão Eras pode render cinco mil milhões de dólares à economia global.

Políticos imploram por concertos de Swift

Com números destes, o fenómeno “Taylornomics” não está a deixar os políticos indiferentes. Vários líderes mundiais já convidaram publicamente a cantora a visitar os seus países, com muitos trocadilhos e referências às suas canções à mistura.

Já os que tiveram a sorte de acolher a artista na sua cidade assinalam as datas com pequenas homenagens. Nova Jérsia, por exemplo, renomeou a famosa sanduíche do estado — Taylor ham, egg and cheese — para “Taylor Swift Ham, Egg, and Cheese”. O autarca de Pittsburgh também baptizou temporariamente a cidade de “Swiftsburgh” aquando da passagem da cantora.

Já a cidade de Santa Clara também foi temporariamente “Swiftie Clara” e a Swift Street em North Kansas City passou a chamar-se “Swift Street (Taylor’s Version)”.

Justin Trudeau manifestou a sua desilusão quando viu que o Canadá não tinha sido contemplado nas datas internacionais. No Twitter, o primeiro-ministro canadiano fez várias referências às músicas de Swift e pediu-lhe que visitasse os seus vizinhos nortenhos.

Na Tailândia, o candidato a primeiro-ministro Pita Limjaroenrat também apelou à visita de Swift no Twitter. “Hey Taylor! Sou um grande fã teu. Já agora, a Tailândia está a caminho de ser totalmente democrática depois de teres cancelado na última vez por causa do golpe de Estado. Podes vir e cantarei Lavender Haze contigo!”, escreveu.

A cantora já tem concertos marcados em Melbourne e em Sydney, mas isso não chega para satisfazer os swifties australianos. “Estou a pedir-te, estou a implorar-te, estou a suplicar-te, até fico de joelhos se for preciso, por favor vem a Queensland”, pediu Andrew Wallace, membro do Parlamento, durante uma entrevista.

O Presidente chileno Gabriel Boric, que até viaja com uma foto de Taylor Swift no bolso, anunciou que enviou um convite pessoal à cantora para que vá até ao Chile. “Um dia ela vou ouvir os swifties chilenos e não tenho dúvidas de que ela virá ao Chile”, afirmou.

Parece que para além de ser conhecida como “a indústria da música”, Taylor Swift pode juntar “salvadora de economias” ao seu currículo. Resta-nos ter esperança de que a estreia da cantora por terras lusas, com concertos marcados para 24 e 25 de Maio de 2024 no Estádio da Luz, tenha o mesmo impacto na economia portuguesa.

Adriana Peixoto, ZAP //

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