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Plano de testagem em massa. Pessoas assintomáticas ou sem exposição também vão ser testadas

Ennio Leanza / EPA

O Instituto de Saúde Dr. Ricardo Jorge (INSA) divulgou, esta terça-feira, o plano de promoção da operacionalização da estratégia de testagem em Portugal.

De acordo com o jornal Público, a estratégia de testagem em Portugal vai incluir fazer testes às pessoas assintomáticas e/ou que não tenham tido nenhuma exposição ao SARS-CoV-2.

Segundo o INSA, “importa, na atual situação epidemiológica, alargar e operacionalizar a testagem” a outros grupos. Esta estratégia de testagem já está em curso, por exemplo, nos lares e nas escolas, onde docentes, não docentes e alunos têm sido testados no âmbito da reabertura das escolas.

O objetivo passa por detetar precocemente possíveis casos de infecção em vários “cenários” como eventos de massa, clubes desportivos e transportes.

“A deteção precoce dos casos de infecção por SARS-CoV-2 e dos seus contactos, através de uma estratégia de testagem massiva, efetiva e inclusiva apresenta-se como uma ferramenta nuclear para o controlo e limitação da atual pandemia”, lê-se no plano.

A estratégia anterior passava por “testar, seguir, rastrear e isolar”. Agora, juntam-se os princípios “encontrar” e “apoiar” com a “inclusão da procura de casos através da intensificação de testes de rastreio, de forma mais abrangente, e com um maior apoio dos casos e contactos durante o período de isolamento”.

Os três pilares da testagem

A estratégia assenta em três eixos: a testagem dirigida, programada e generalizada.

A testagem dirigida vai ser “o rastreio em contextos comunitários ou ocupacionais e é dependente da situação epidemiológica”. É o caso dos estabelecimentos de educação ou ensino, os eventos de massa, os clubes desportivos, as viagens e transportes, os serviços e empresas municipalizadas.

A testagem programada pressupõe “um conjunto de ações de testagem, previamente programadas e determinadas, em locais ou situações de maior de risco de transmissão ou de vulnerabilidade e, com programas de testagem sistemática, sendo independente da situação epidemiológica local.”

Este tipo de estratégia dirige-se às populações vulneráveis, como as Estruturas Residenciais para Idosos (ERPI), Unidades da Rede Nacional de Cuidados Continuados Integrados (RNCCI), Instituições Sociais de Acolhimento e/ou Apoio Social, Centros de Acolhimento de Migrantes e Refugiados, estabelecimentos prisionais e unidades prestadoras de cuidados de saúde.

A testagem programada também pode ser adotada no contexto ocupacional ou comunitário. No caso dos eventos de massas e atividades lúdicas, o responsável pela testagem dos funcionários e participantes é a entidade organizadora.

Em relação à comunicação dos resultados dos testes, estes podem ser comunicados oralmente aos utentes no momento do teste, mas devem ser “obrigatoriamente” transmitidos de “modo formal através de boletim de resultado, SMS, e-mail ou outra via, até 12 horas depois da realização do teste”.

Este plano foi elaborado pela task force para a testagem, criada no fim de março pelo Governo, e da qual fazem parte membros do INSA, do Ministério da Saúde, da Direção-Geral da Saúde (DGS), dos Serviços Partilhados do Ministério da Saúde (SPMS), do Infarmed e das Administrações Regionais de Saúde.

A task-force pretende reportar as informações referentes ao plano da testagem semanalmente, em forma de boletim.

Maria Campos, ZAP //

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