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No meio de uma “corrida contra o tempo”, a TAP já tem plano para trazer as vacinas para Portugal

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Aero Icarus / Flickr

Numa altura em que foram anunciadas algumas vacinas com um alto nível de eficácia, os países já planeiam como estas deverão chegar. Não há tempo para construir aviões especiais capazes de manter temperaturas extremamente negativas, mas a TAP já avançou com plano de transporte.

Este é um dos grandes problemas das novas vacinas: a necessidade de estarem expostas a temperaturas extremamente baixas, por isso devem ser refrigeradas. Neste sentido, transportá-las, sem que a sua qualidade se altere, pode não ser um processo fácil até porque neste momento já não há tempo para construir novos aviões adaptadas a estas novas necessidades.

A hipótese é, por isso, adaptar os aviões já existentes.

Paulo Soares, especialista em aviação, explicou em declarações à TSF que “o Antonov (maior avião do mundo) permite a entrada de um camião TIR, mas à temperatura normal. As vacinas têm de ir para um compartimento, ou o próprio avião tem de ser reconfigurado, de maneira a que a temperatura na cabine de carga consiga estabilizar dentro dos parâmetros recomendados”.

Adianta ainda que uma forma de o fazer é a utilização de gases considerados perigosos. “Permitem baixar as temperaturas e conservá-las. Vai haver a necessidade de construir, dentro da aeronave de carga, uma câmara frigorífica capaz de produzir e manter temperaturas abaixo de 75 graus negativos. Ou 20. Mas, mesmo 20… Não é normal transportar a 20 graus negativos, o que quer que seja”, afirma.

O antigo piloto de linha aérea fala de uma “corrida contra o tempo”, mas acredita que há tempo para adaptar a indústria da aviação. Ainda assim, sublinha que só uma “verdadeira colaboração” entre os países vai permitir essa adaptação ao transporte e distribuição em larga escala das vacinas que o mundo tanto aguarda.

TAP já tem plano para trazer vacinas da covid

Nesta corrida contra o tempo, parece que a TAP já deu um passo em frente. Como foi ontem referido pela Ministra da Saúde, Marta Temido, o Governo quer começar vacinação no país já em janeiro e vai dar a conhecer o plano de distribuição no próximo mês. Neste sentido, a companhia aérea avança com parcerias para antecipar as necessidades de transporte.

Apesar de ainda não haver vacina a TAP já está a preparar o plano de transporte em contentores de refrigeração que cumpram as regras internacionais.

“A TAP está a garantir que tem as parcerias e meios necessários, como sejam a contratação atempada e em quantidade adequada dos contentores de temperatura controlada e vai estar preparada para responder às necessidades de transporte de vacinas contra a covid-19, de acordo com os requisitos publicados recentemente pela IATA”, garantiu fonte oficial da empresa ao ECO.

A International Air Transport Association divulgou esta semana diretrizes para assegurar que a aviação está pronta para lidar com o manuseio, transporte e distribuição da vacina contra a covid-19, após um trabalho de avaliação que envolveu uma série de organizações de saúde internacionais.

Alertou para os desafios de movimentar um material ultra congelado e recomendou a governos e privados que antecipem a operação logística que será “extremamente complexa”.

Entre as duas vacinas cujos testes têm mostrado resultados encorajadores, a da Pfizer e da BioNTech é a que precisa de temperaturas mais baixas: -70º C. Já a Moderna tem estabilidade garantida a temperaturas standard de refrigeração de -20º C.

Para garantir que tem infraestruturas de temperatura controlada e que as restantes regras são cumpridas, “a TAP envolveu já as empresas suas parceiras em toda a cadeia logística para que, em termos de instalações, todos os requisitos sejam cumpridos”, diz a empresa.

O transporte será feito pelo segmento de transporte de cargo, a TAP Air Cargo, que foi igualmente responsável por ir à China buscar ventiladores e outro material médico no início da pandemia.

ZAP //

 

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