Números avançados pelos sindicatos diferem dos apresentados pela empresa, que nega saída em massa de técnicos de manutenção desde janeiro.
Ao longo do mês de junho — que ainda nem acabou — a TAP cancelou 46 voos e teve atrasos em outras 76 ligações devido à falta de técnicos de manutenção. A notícia é avançada pelo Jornal de Negócios, que cita dados do Sindicato dos Técnicos de Manutenção de Aeronaves (Sitema). O grupo antecipa ainda que a situação piore nos meses de julho e agosto, período em que há “pelo menos, por semana, um técnico a sair” devido aos cortes e aos baixos salários.
O presidente da direção do Sitema, Paulo Manso, alertou para o facto de as saídas não estarem a ser substituídas, o que terá um custo acrescido para a empresa. Segundo o Expresso, desde novembro do último ano já saíram da TAP 172 técnicos, quer por despedimentos, acordos ou não renovação de contratos.
Como tal, se em 2019 a TAP contava com 940 técnicos para 90 aeronaves, atualmente o número fixa-se nos 800 técnicos de manutenção para 76 aviões. Trata-se de menos 1,2 técnicos por aeronave, o que fica francamente abaixo da média internacional de 3,2.
Em declarações ao mesmo jornal, a TAP ressalvou que, para além dos técnicos, tem também “outros técnicos de outras categorias profissionais para prestar serviços de manutenção”, para além de recorrer a “outras organizações de manutenção certificadas” fora da esfera da empresa. Apresenta, ainda assim, números distintos para as saídas de técnicos da empresa. A TAP fala em 20 desde janeiro.