A TAP quer apresentar um plano de reestruturação à Comissão Europeia que já inclua o cenário de um novo parceiro. A companhia aérea vai contar com a ajuda de um banco de investimento.
O jornal Público avança esta sexta-feira que a TAP quer entregar em Bruxelas a primeira versão do plano de recuperação dentro de dois meses com o cenário de um novo parceiro.
Assim, a companhia aérea de bandeira portuguesa vai escolher nas próximas semanas um banco de investimento que faça testes de mercado à procura de potenciais interessados a entrar no capital da empresa.
O objetivo da TAP, de acordo com o Público, é indicar a prossibilidade de um novo parceiro que esteja diponível para injetar liquidez na empresa. Isto pode ser feito através de uma intenção de investimento, reduzindo assim a posição do Estado – e não necessariamente de um acordo assinado entre as partes.
O Ministério das Finanças já tinha admitido a possibilidade de “apoio técnico especializado” na elaboração do atual plano de reestruturação devido à “dimensão e complexidade do passivo e dos instrumentos de dívida nele incluídos”.
O ministro das Infraestruturas, Pedro Nuno Santos, também disse, em junho, que “não via com maus olhos uma parceria com a Lufthansa”.
Esta quinta-feira, o Estado aprovou, em assembleia geral extraordinária, a proposta de se poder aumentar o capital do grupo dos atuais 15 milhões para “até 1.200 milhões de euros” para aumentar o peso do Estado.
A decisão, aprovada por unanimidade, surge numa altura em que a TAP já usou metade dos 500 milhões de euros de ajuda pública, disponibilizados pelo Estado para o pagamento de salários e fornecedores, de acordo com o Jornal Económico. As primeiras três tranches da ajuda estatal de 1,2 mil milhões de euros foram pagas entre final de julho e agosto.
Depois de várias rondas negociais, TAP e Estado chegaram a acordo e teve o caminho livre para a compra das participações sociais, direitos económicos e prestações acessórias de David Neeleman e da Azul, pagando 55 milhões de euros. Humberto Pedrosa mantém-se na companhia, com 22,5%. O negócio concretiza a posição de 72,5% do Estado na TAP.
No seguimento da aprovação pela Comissão Europeia de um auxílio estatal à TAP, o grupo aéreo procedeu a uma consulta no mercado para selecionar uma entidade que preste serviços de consultoria, no sentido de auxiliar na elaboração de um plano de reestruturação, a apresentar à Comissão Europeia.