O homem identificado pela polícia brasileira como sendo um dos suspeitos do ataque contra a sede da produtora do grupo humorístico brasileiro Porta dos Fundos foi expulso da Frente Integralista Brasileira (FIB), foi hoje anunciado.
“Após a eficiente apuração da polícia civil do Rio de Janeiro, fomos surpreendidos com a revelação que o senhor Eduardo Fauzi foi apontado como uns dos autores do ataque criminoso a um prédio no Rio de Janeiro”, começa por referir a organização em comunicado divulgado na sua página na internet.
A mesma nota dá conta de que “o Conselho Diretivo Nacional da FIB, em reunião extraordinária, decidiu em caráter irrevogável expulsá-lo das fileiras da FIB” e pede aos membros “que tiverem informações que possam ajudar na elucidação do caso que cooperem com as autoridades policiais”.
Esta organização, que é um dos principais grupos nacionalistas e de extrema-direita do Brasil e que se define como defensora dos valores cristãos, a propriedade privada e a família, aproveitou também para se demarcar das suspeitas que recaem sobre Eduardo Fauzi. “O lamentável episódio nos faz refletir a respeito da importância de um zelo maior e melhor formação dentre aqueles que entram no movimento“, alega a FIB.
De acordo com a agência de notícias espanhola EFE, o empresário é filiado desde 2001 no Partido Social Liberal, a força política que o Presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, chegou a liderar e pela qual foi eleito no final de 2018. Entretanto, há cerca de dois meses, Bolsonaro abandonou o PSL por divergências com outros dirigentes e anunciou a intenção de formar um novo partido.
A polícia do Rio de Janeiro identificou esta terça-feira um dos suspeitos do ataque contra a sede da produtora do grupo humorístico brasileiro Porta dos Fundos, tendo realizado uma operação de busca, mas o homem colocou-se em fuga.
As autoridades declararam que efetuaram, na manhã desta terça-feira, buscas em dois endereços residenciais e dois comerciais ligados ao suspeito, que foi identificado como Eduardo Fauzi Richard Cerquise.
“Nós monitorizámos os veículos usados durante o ataque. O autor identificado saiu de um dos veículos durante a fuga e apanhou um táxi. Foi expedido um mandado de prisão temporária de 30 dias contra ele, que, no decorrer das investigações, pode ser renovado”, detalhou a Polícia Civil na rede social Twitter.
No decorrer das buscas, os agentes apreenderam 119 mil reais (26 mil euros), munições, uma arma falsa, computadores e uma camisola de uma “entidade filosófica e política”.
De acordo com as autoridades, o homem identificado era o único dos cinco suspeitos que não usava capuz no momento do ataque, em 24 de dezembro. Para identificá-lo, a polícia utilizou imagens de mais de 50 câmaras de segurança do local, segundo o portal de notícias G1.
“O Eduardo tem um perfil violento, antagónico. Ele tem livros ligados à religião cristã e ao islamismo. Ele é empresário, de classe média alta“, disse o delegado da Polícia Marco Aurélio de Paula Ribeiro, citado pelo portal noticioso.
Na madrugada de 24 de dezembro, na véspera de Natal, a sede da Porta dos Fundos foi alvo de um atentado que não provocou vítimas. Numa nota, a produtora condenou “todos os atos de violência” e afirmou esperar que “os responsáveis por este ataque sejam encontrados e punidos”.
Em 03 de dezembro, a produtora lançou um especial de Natal na plataforma Netflix, com o título “A primeira tentação de Cristo“, na qual Jesus é representado como um jovem que terá tido uma experiência homossexual e também insinua que o casal bíblico Maria e José viveram um triângulo amoroso com Deus.
A sátira, de 46 minutos, protagonizado pelos humoristas brasileiros Gregorio Duvivier e Fábio Porchat, não agradou a grupos religiosos, que criticaram a temática.
Foi também lançada uma petição contra o filme, com mais de dois milhões de assinaturas de pessoas que consideram que a obra “ofende gravemente os cristãos”.
// Lusa
A confirmar-se a culpa do suspeito, que seja aplicada uma condenação exemplar para o terrorista monárquico e clerical, Eduardo Cerquise, pelos acto de vandalismo, terrorismo, e violência católica, por si praticados.
Porque é que escreves aqui os teus dislates? Queres condenações com as tuas próprias leis, escreve aos tibunais e ao congresso do teu país.
* Correção: tribunais.